Sobre o strogonoff me superei, estava muito bom o que me ajudou bastante na minha relação com minha mãe, logo depois de ter almoçado deitei-me na minha cama e fiquei refletindo sobre as coisas que estavam acontecendo nos últimos tempos, na minha mente ecoava uma voz dizendo "Mateus vai", tentei controlar porque achava isso ridículo, sempre me sinto uma idiota quando estou apaixonada.
Sim, eu estava afim do Mateus, nunca contei isso pra ninguém. Não vou só porque vi que ele iria, mas porque eu gosto de parques e fico mais animada ainda sabendo que ele vai. Nesses pensamentos acabei adormecendo e acordei assustada procurando meu celular para ver quantas horas eram, ufa, tinha tempo para me arrumar, eram 17h. Júlia, Marcos, Mateus e eu marcamos para nos encontrar 18:30h no ponto de ônibus que fica na frente do supermercado Mais economia no meu bairro, então mais tempo para me arrumar. Minha mãe me viu saindo do meu quarto e disse:
- Lancha antes de sair, fiz bolo e você está muito magrela
- Só você acha isso, fiz cálculos de massa corporal e todos dizem que tenho corpo legal
Minha mãe cortou um pedaço do bolo, botou na minha frente e ordenou:
- Cala a boca e come!
- Tá bom...
Comi e fui escolher a roupa que eu iria vestir. Essa é a única parte ruim de sair pra mim. Demorei 20 minutos para achar uma roupa usável quando minha mãe grita meu nome :
- HELENAA!
Chego perto dela, pergunto o que ela quer e ela responde:
- Sua tia vai vir aqui e ela não gosta de bolo então vai comprar pão. Aqui o dinheiro.
- Tá de brincadeira, estou me arrumando pra sair e você me manda comprar pão?!
- Sou autoridade, é rapidinho - falou ela
Fui, comprei e voltei. Agora vou poder me produzir com calma. Eram 18:20h quando estava andando até o ponto de ônibus, todos já estavam lá, e olhavam para mim inclusive Mateus de uma forma diferente, ele nunca tinha me olhado desse jeito. Cumprimentei todos e instantes depois já estávamos entrando no ônibus, sentei com Júlia e os garotos sentaram juntos. Não demorou muito para chegar ao parque, andamos um pouco até a bilheteria, compramos os bilhetes e fomos nos divertir.
Primeiro fomos na roda gigante, é muito legal ver a cidade do alto em um brinquedo daquele, senti que estava sendo observada, era Mateus, nessas horas eu fico sem reação, então apenas retribuo o olhar. Logo depois fomos ao carrinho bate-bate, eu fui quem mais levou porrada, saí de lá tonta, decidimos ir no Labamba, é tipo um disco com assentos em volta, aquilo girava enquanto subia e descia de forma desproporcional, eu me segurava forte para não cair. Quando saí de lá vomitei em um canto qualquer e comprei água e balinhas para diminuir o hálito de vômito.
Júlia e Marcos decidiram ir na Montanha russa, eu e Mateus não fomos e conversamos um pouco:
- Por que não foi com eles? Perguntou ele
- Não estou tão bem para ir na montanha russa - respondi
- Também não - disse ele - Sobrou um bilhete - continuou
- É, a gente pode ir em algum brinquedo - eu disse - Podemos ir no Amor Expresso - continuei
- Tá bom
Esse brinquedo tem vários assentos que cabe duas pessoas, ele roda em círculos e os lugares começam a inclinar fazendo com que a pessoa da ponta fique impressada pela outra, roda com mais velocidade até um pano cobrir os bancos.
Entramos e sentei na ponta, o brinquedo começou a rodar, cada vez mais rápido, eu e Mateus rimos, o assento começou a inclinar, fiquei nervosa, ele estava colado em mim, olhei para ele e nossos olhos se encontraram, na hora que a cobertura do brinquedo nos cobriu Mateus botou uma mão na minha nuca e nos beijamos, o Amor Expresso aumentava a velocidade e a gente também. Com a outra mão ele passava da minha cintura até as minhas costas, depois procurava minhas mãos e ficávamos com elas entrelaçadas.
Quando a cobertura saiu e a velocidade diminuía, nós continuamos nos beijando porém devagar até parar e o brinquedo também. Descemos e lá estava Marcos e Júlia surpresos pelo que viram, chegamos perto e eles começaram a falar:
- Que cena foi essa?! - exclamou Júlia
- Tá namorando! Tá namorando! - brincou Marcos
- Menos gente... - falei envergonhada
Mateus olhava para outra direção e ficava visível que também estava com vergonha.
- Por que estão com essas caras?! Parecem que fizeram xixi nas calças!
Rimos, rimos e rimos. Adoro sair com eles... e talvez esta noite pode ter sido a melhor da minha vida até agora
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Cartas anônimas
AcakUma garota de 17. Último ano da escola. Mutirão de doações e de...cartas