IV

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Quando o senhor Collins saiu, respirei fundo, e tomei meu café da manhã, toda a animação que eu acordei, para aproveitar a minha primeira folga, foi de ladeira a baixo.

- Menina o senhor Collins, não permite falta de respeito, nem atrasos e exige responsabilidade. Se você precisa deste emprego, faça tudo certinho, para que ele não demita você.

Concordo com a cabeça, tomo o último gole do meu café. Dou um beijo no rosto dela, e vou saindo, eu iria pedir um Uber, mas resolvo ir caminhando um pouco, pensando no ocorrido.

Depois de um tempo caminhando peço o Uber, e assim que chego na frente da faculdade, meu coração acelera, e um sorriso brota no meu rosto. Caminho feliz da vida até a secretaria, mas como diz o ditado popular, alegria de pobre dura pouco. Pois eu não conseguiria concluir minha faculdade esse semestre, pois perdi dois meses de aula. Bernardo acabou com a minha vida.

Saio da faculdade, um pouco triste caminho em direção à uma praça observando o movimento, pego o meu celular, e fico na dúvida se ligo ou não para os meus pais.

Ligação on

- Filha meu amor, que saudades eu estava de você. -  Minha mãe diz toda emocionada, e uma lagrima cai do meu olho, sem pedir autorização. Saudade dos meus pais, do carinho de mãe. -  como você está meu amor?

- Eu estou bem mamãe, como está a senhora e o papai? – pergunto a ela.

- Estamos bem minha filha, estávamos preocupados com você, você saiu daqui sem dizer nada a ninguém, ficamos preocupados, onde você está? -  Minha mãe pergunto e noto preocupação em sua voz.

- Mãe eu não posso mais viver aí, eu deveria ter escutado a senhora quando pediu para eu não sair de casa. -  Digo e sinto meu peito apertar, lembrar daquela época, me trás dor. – Eu fui tola mamãe...

Deixo a frase morrer pelo caminho, ficamos em silêncio, e eu chorando silenciosamente para não preocupar minha mãe. Mas lá no fundo eu sei que ela sabe que estou chorando e ela está respeitando o meu momento.
- Eu não quero mais falar disso, não estou preparada para reviver tudo o que passei, mas saiba que eu estou bem, estou trabalhando, volto a faculdade ano que vem, pois perdi muitas matérias, mas em breve, eu realizo um dos meus sonhos.

- E eu estarei ao seu lado para te prestigiar minha filha. Saiba que eu e seu pai sempre estaremos aqui, para o que você precisar. -  Ela diz e sei que eles sempre vão estar por mim.

- Mamãe não diga nada a ninguém, estou morando em Seattle.

- Filha, mais uma coisa... -  Minha mãe diz e sua voz mudou para um tom de preocupação. – Bernardo está louco querendo saber seu paradeiro.

- Não digam onde estou, eu quero que ele morra! -  Digo com raiva. -  Tenho que ir mamãe, amo vocês.

Finalizo a ligação, e saio andando sem rumo. Entro em um barzinho, sento numa mesa de canto, meio escondida e é ali que vou afogar minhas mágoas, minha dor.

Peço uma cerveja e bebo, aos poucos, pego o meu celular e começo a olhar as fotos antes do Bernardo, durante o Bernardo, e choro, choro muito ao ver as fotos com os hematomas, alguns hematomas ainda estavam sumindo, quando novos surgiram. E me pergunto do por que eu permiti que isso acontecesse e não falei nada a ninguém. Sempre fui uma pessoa boa, prestativa, e em troca a vida me retribuiu com pancadas, com hematomas, com dor...

Chego na foto do meu exame, onde constatou que eu estava grávida, e perco muito tempo ali. Não sei que horas eram, muito menos o quanto eu bebi, a única coisa que tenho certeza, é que eu não consegui tirar a voz do médico, dizendo que eu estava grávida, e o momento que descobri, que eu tinha perdido meu bebe.

Bloqueio a tela do meu celular, e mais uma vez sinto vontade de ir ao banheiro. Me levanto, sinto minha cabeça girar, é... devo estar bêbada, sorrio, imaginando como está meu estado, já que essa é a segunda vez que eu peguei um porre. Quando sinto que já consigo caminhar, vou até o banheiro, mas tenho a sensação de que estou sendo observada.

- É Lorena, você está bêbada mesmo. -  Digo baixinho para mim mesmo.

Com um pouco de dificuldade, faço xixi, lavo minhas mãos, e volto para a mesa. Peço mais uma cerveja para o garçom que traz logo em seguida, e fico ali vendo o ambiente tudo em dois, aparentemente o local está cheio, ou será só minha embriaguez me mostrando duplicado. Sorrio mentalmente, ou acho que é mentalmente, e a sensação de estar sendo observada volta.

Bebo mais algumas cervejas, e já não sei mais onde eu tô, só sei que eu preciso ir pra casa. Olho o meu celular, e o mesmo está descarregado. Agora fodeu! Agora perco meu emprego. E o meu chefe idiota. Dou uma gargalhando por lembrar daquele idiota. E já que vou perder o emprego, decido que vou beber.
Chamo o garçom e peço mais uma, mas escuto uma voz que fez meu corpo tremer.

- Já chega!

Eita atrás de eitaaaaaa...
Quem vocês acham que são minhas amoras??

coment.muito, pq já quero que vocês sejam minha fonte de expiração...
Beijo no coração de vocês.🫰🏻

De Repente Um CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora