capítulo 2

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                  THEODOSIA

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MINHA VOZ sai baixa enquanto estou com a cabeça abaixada, olhando para minhas mãos que brincam com o tecido do meu vestido.

- olá minha pequena garotinha- sua voz baixa e quebradiça, chega em meus ouvidos.

Ela me encarava com olhos cansados enquanto um sútil sorriso iluminava sua face pálida.

- O que queria me dizer mamãe?- pergunto enquanto contínuo com a cabeça baixa. Não conseguia olhar para ela, seu perfil abatido,magro e sem vida. Eram como mil lâminas afiadas em meu coração. Ela entendia isso.

- Queria lhe entregar seu presente de 19 anos. A caixa em cima da mesa, é sua. Mas só abra quando eu tiver partido.

Escutar aquilo doeu, mas eu tinha que encarar a realidade. Minha mãe irá partir.

Já estou familiarizada com a dor da perda. Afinal, assim como perdi meu pai a sete anos atrás, agora estou perdendo minha mãe.

Saio dos pensamentos tortuosos com novamente a voz fraca de minha mãe soando.

- Perdão por ser fraca, minha garotinha. Não queria te deixar sozinha, é tão nova, não deveria assumir a coroa agora. Uma responsabilidade tão grande. Mas saiba que independente de tudo, eu sou muito grata por voce ser minha filha.
Estou muito orgulhosa da mulher que está se tornando, e sei que será uma excelente rainha,lembre sempre de quem voce é, e do quão grande é sua força. Não tenha medo de lutar. O fogo corre em suas veias. Pois você tem sangue de rainha e alma de guerreira. Eu a amo, minha eterna garotinha.

Essas foram suas últimas palavras, então a vi soltar soltar seu último suspiro.

A dor esmagadora que sufoca meu peito, um vazio onde uma pessoa o ocupava, minha mãe.
Sinto o primeiro soluço vir e meus olhos transbordarem lágrimas que expressam tamanha minha dor, um grito. Um som agonizante e doloroso passa pela minha garganta. Dor. Dói muito. E eu choro, tentando apagar a dor da perda,da solidão. Estou completamente sozinha. Sem pai, e agora sem mãe.

- eu também te amo mamãe, a senhora nunca foi fraca. Sempre foi a pessoa mais forte que conheci. A levarei comigo em minhas memórias mais felizes. Eu a amo daqui ate a Lua.
Feliz aniversário para mim.

Em cada palavra que pronuncio, me sinto mais vazia. Assim levanto a cabeça olhando seu corpo sem vida. Pela primeira vez em meses.

Em passos lentos, vou até a mesa e pego a caixa que ela deixou para mim. A abraço com força enterrando a em meu peito. Neste momento, a porta se abre e dois servos juntos de angelle entram. Olham horrorizados de minha mãe morta para eu chorando em prantos. Pena refletia em seus olhos. A mesma pena que recebi quando meu pai morreu.
Passo por eles correndo em direção ao meu quarto, ao entrar nele, fecho a porta e a tranco. Não quero ver ninguém.

Vou até minha cama e sento, ainda chorando silenciosamente.

Quando lembro que ainda estou segurando a caixa, a coloco delicadamente em meu colo e a abro. Revelando uma linda coroa.
Feita de ouro com vários rubis vermelhos a enfeitando. Tinha um bilhete com ela, reconheço a caligrafia trabalhada de minha falecida mãe.

" Mandei fazer assim que você nasceu.os rubis foram retirados de minha antiga coroa, assim você sempre carregará uma parte minha. Feliz aniversário minha pequena rainha."

Ler isso só me fez chorar mais, pois sei que amanhã a usarei. Enquanto deixo de ser princesa e me torno theodosia lírian LeBlanc, rainha de Alradon.

Olho novamente para a caixa e vejo que tem duas cartas. Não as conseguirei ler agora, então as guardo de volta a caixa.

Levanto e coloco a caixa encima de minha penteadeira e volto para a cama deitando procurando dormir e esquecer a dor em meu peito. E assim faço.





- mamãe?- a pequena garotinha ruiva chama procurando sua mãe pela imensa floresta.

- mamãe?- chama novamente, dessa vez em um tom mais alto que o anterior, porém nada encontra

Ao passar por uma árvore escuta um barulho de galho se quebrando e se assusta

Devagar a garotinha ruiva se aproxima da árvore com cuidado

- Buu!- a mulher pula de trás da árvore assustando a criança que solta um gritinho fechando os olhos

Então a mulher que possuía cabelos tão ruivos quanto os da garotinha, solta uma risada se abaixando na altura da filha.

- você me assustou mamãe! - A criança de apenas seis anos pronuncia indignada

- você tinha que ver sua cara.- Ri pegando a garota no colo enquanto vai em direção a clareira que havia perto dali

- onde está o papai? - a ruiva menor pergunta a sua mãe olhando para os lados a procura de seu pai

- está na clareira nos esperando com uma surpresa - segredou a rainha para a pequena num ato cúmplice

- ebaaaa- a garotinha bateu palmas alegre, amava surpresas

Ao chegar na clareira, logo avistaram um belo homem de cabelos loiros que segurava um arco e flecha

- papaiiii- a pequena pula dos braços da mãe enquanto corre sorrindo em direção ao seu pai, que a pega no colo e a gira

- olá minha pequena guerreira- o homem fala sorrindo enquanto coloca sua filha no chão, apanhando o arco e flecha que deixou cair ao pegar a garotinha nos braços.

- o que é isso na sua mão, papai? - a ruiva mais nova pergunta confusa para o pai

- isso é um arco e flecha pequena guerreira. - o loiro responde enquanto ver a sua mulher vindo sorrindo em direção a eles

- hoje o papai vai te ensinar como usar ele, lírian - a bela mulher conta a filha

A garotinha ao ouvir o que a mãe disse da  pequenos pulos soltando gritinhos de animação

- segure o arco lírian- o homem pronuncia dando o para a garota, enquanto a ensina como o usar


AO soltar a primeira flecha de forma correta, e acertar o alvo. A garota comemora enquanto amostra o feito para os pais

- muito bem lírian, você é uma garotinha muito esperta.- a mãe pronuncia orgulhosa pela filha. Enquanto o pai parabeniza a garota




Theodosia acorda assustada com a lembrança que teve em seus sonhos

Ao olhar para a janela, percebe que já está de manhã. Quando escuta batidas na porta.

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