Feeling life

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3 de Janeiro, Las Vegas

"Perfection is the disease of a nation

Pretty hurts" - Beyoncé

POV Scarlett

- Merda, você está louca, Blaire? - falei quando ela e a loira começaram a rir da minha cara.

- Relaxa, Scarlett. Mesmo depois do que você fez comigo, não sou capaz de atirar em você - parou - ou, talvez eu seja. Não se importe com isso agora. Essa é Alice,uma amiga de longa data. - Olhei para a mulher á minha frente que ainda segurava a arma, me deixando com certo receio. Eu continuava não entendendo nada.

- Não fique assustada, eu já estou largando a arma - falou a tal Alice, pondo aquele instrumento em cima da pequena cômoda ao lado do sofá. Aos poucos, eu a vi se aproximar do meu corpo, dando a volta nele e pegando uma pequena parte do meu cabelo.

- Você é linda, Scarlett. Seu cabelo, é maravilhoso. Seu corpo, céus. - Ela era lésbica? Que nível, Blaire. Senti uma vontade imensa de rir mas isso logo passou quando a mesma continuou suas palavras - Eu trabalho com modelos, você não gosta? Seu tipo é perfeito. Você faria grande sucesso, menina. - Papo furado, como sempre. Pensei.

- Eu não me interesso, querida. Ainda mais por conta do seu nível baixo de amizades - apontei para Blaire. - Eu vou subir. Fique a vontade e tire essa arma da minha casa, sim? - tentei lhe dar um sorriso, enquanto pegava as sacolas colocando em cima do sofá. Assim que terminei, olhei-a mais uma vez e segui para as escadas, perdendo as duas de vista. Aquilo estava muito estranho.

POV Alice

Ela era perfeita. O tipo de menina que meu cliente Mark havia me pedido. O seu cabelo, sua pele e seu corpo com certeza tinham sido desenhados e produzidos por anjos. Não era possível. Uma pirralha de 17 anos era simplesmente, melhor do que eu.

- Essa é a tal Scarlett, então? - sorri em direção a Blaire.

- Sim. Pensei que sua reação seria outra, meu Deus, qual o seu problema?

- Os negócios em primeiro lugar. Não seja bobinha, Blaire.

- Que tipo de negócios? - a olhei, erguendo uma sobrancelha - Ô meu Deus, você está nessa com ele? Digo, você realmente tem conseguido intervir em tudo? Merda, mulher, você é insuperável - Blaire aumentava meu ego pessoal facilmente, quem sabe eu apareceria aqui mais vezes. Não só por ela.

Depois de certo tempo tentando manter um papinho com aquela criatura ingênua e com esperança que a tal Scarlett voltasse para a sala, eu desisti. Era insuportável manter uma conversa muito longa com Blaire. Ela era o tipo de mulher fútil mas uma total criança. O tipo de prostitutas que frequentavam cabarés. Para uma noite e não pra vida toda. Josep, ou seja lá o nome dele, foi realmente burro ao fazer a troca entre Scarlett e ela. Ele era tão panaca quanto a parceira. O babaca e a vadia, o casal perfeito, afinal.

Decidi que já estava na hora de ir. Eu tinha coisas pra fazer, assuntos a tratar. Um homem pra cuidar.

Me despedi rapidamente de Blaire, pedindo que a mesma passasse o pequeno cartão falso da agência de modelos para a deusa que estava lá em cima.

Em breve, eu estaria com milhões.

POV Scarlett

Da janela do meu quarto vi quando a estranha entrou no seu carro e seguiu para fora do meu jardim. Ela tinha um belo carro. Aparentava, na verdade, ter uma bela vida. No espaço de tempo que ela havia ficado ali, eu tomei um bom banho. Pensei um pouco na vida. Josep, Blaire, minha mãe, amigas. Eu estava cheia, ainda. Pensei até mesmo em ligar para Justin. Marcar um encontro, quem sabe. Terminar o que havíamos começado naquela mesa de sinuca, também.

Assim que terminei o banho, lembrei-me da pequena vingança de dois dias atrás. Lembrei-me da sensação que tive quando virei aquela garrafa no rosto de Josep. Eu me senti viva. Eu queria mais daquilo. Queria a paz que a vingança me trazia. Então logo que o carro da loira sumiu na rua, esperei uns 15 minutos e segui para o primeiro piso.

No primeiro degrau, avistei lá embaixo Blaire. Ela provavelmente dormia, uma ótima oportunidade. Sempre soube que ela tinha sono pesado então não me preocupei enquanto apertava seus pulsos e tornozelos com uma corda. Procurei por algo que pudesse me ajudar e avistei, então, um estilete. Fui na cozinha e procurei nos armários de limpeza um vaso de álcool que eu tinha visto alguns dias atrás. Logo eu estava de volta, colocando as coisas na pequena mesinha do lado do sofá. Eu precisava acorda-la. Chamei-a, em um tom baixo. Depois, comecei a sacudi-la, assustando- a. Um sono não tão pesado, por fim. Ao ver-me tão perto ela tentou se mexer mas logo percebeu que seus membros estavam amarrados. O desespero tomou conta da sua face.

- Me solte, Scar. - ela falou, tentando se concentrar.

- Chame seu namoradinho e eu posso te soltar, ok? - alisei seus cabelos

- Ele não está - tentou me enrolar

- Está sim, eu passei no quarto dele antes e estava trancado. Escutei as portas do armário batendo. Chame logo. - sorri, cínica.

Enquanto me encarava, berrou por ele, dizendo que tinha algo para mostrar-lhe. Logo ele descia as escadas e ao avistar a namoradinha amarrada, se assustou.

-Blaire, meu Deus! Você não cansa, Scarlett? Nos deixe em paz - ele berrava, enquanto tentava soltar a coitadinha das cordas. Alcancei o estilete na mesa e posicionei o mesmo em cima do pescoço do idiota a minha frente.

- Ela é melhor do que você, nada vai mudar isso! - Dessa vez, ele realmente conseguiu me ofender.

-Se você não quiser que eu corte seu lindo pescoço - desci a faca, friccionando um pouco para assusta-lo - vá até a cozinha e traga uma cadeira para assistir o show. - Ele se direcionou até a cozinha, respirando alto. Fiz com que Blaire se senta-se no sofá. Diferi um tapa em seu rosto quando sua reclamação começou a me irritar. Minutos depois Josep estava sentado em frente Blaire, mas não amarrado. Eu apenas havia prendido seus olhos com um pouco de fita, impedindo que eles fechassem.

A brincadeira iria começar.

O estilete que estava na minha mão esquerda se posicionou em cima do rosto de Blaire, arrastando um pouco, com leveza, sem corta-la.

- Por favor, não. - choramingou Blaire.

- Sabe, em todos os momentos da nossa amizade me achei mais bonita que você. Uma pena Josep não ter achado o mesmo. Quem sabe se você ficar com algumas marcas ele não enxergue que eu sempre vou ser a melhor? Em tudo? - arrastei o estilete, aprofundando em sua bochecha esquerda.

O primeiro corte surgiu, fazendo-a berrar. Olhei para trás e Josep acabará de tirar a fita dos olhos. Fiz um corte na outra bochecha de Blaire, dessa vez mais fundo.

- Se você ousar levantar-se, eu furo os olhos da bonequinha aqui. - soei fria - me passe o álcool. - segundos depois Josep havia me entregado o vaso. - Venha, você vai virar sobre o rosto dela. - Sorri, pegando em seus ombros. Ele começou a balançar a cabeça negativamente, varias vezes. - Se você não jogar, irei faze-la beber cada gota que tem aí dentro.

Alguns minutos se passaram.

Ele fechou os olhos e então virou.

O que veio a seguir se tornou musica para os meus ouvidos.

Blaire chorava, gritava alto. Muito alto.

Eu senti aquela mesma sensação.

Horas depois, após ouvir muita reclamação, segui para a faculdade. O maldito grupo de estudos ainda existia.

Assim que cheguei, as meninas conversavam animadamente e só notaram minha presença alguns minutos depois. Eu contei então meu dia. Tirando a parte da tortura com o casal 20, logico. Elas se mostraram interessadas quando alguns alunos do ultimo ano de direito passaram divulgando uma festa. Ou seria um racha? Logo, todas de nós havíamos entrado em um acordo.

Todas iriamos para a casa de Rosié após a revisão dos conteúdos. Tínhamos roupas para escolher.

Las Vegas seria pequena para nós na noite de 3 de Janeiro.

Criminal LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora