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Jason's pov

      Leo Valdez estava me beijando. Aquilo não era um sonho e nem algo que eu estava imaginando enquanto tentava pegar no sono em uma noite ruim. Aquilo era real e melhor do que qualquer ilusão minha. Parecia até perfeito demais para ser verdade. Os nossos lábios se encaixavam perfeitamente, o cheiro dele combinava com o meu e até mesmo as nossas mãos pareciam ter sido feitas uma para a outra. Quando eu poderia imaginar que aquilo daria tão certo?

      O beijo durou algum tempo e, por incrível que pareça, eu não consegui pensar em nada além de “Meus. Deuses” . Fora Leo quem tomara a iniciativa de me beijar. Não tinha sido eu. Eu estava em completo êxtase.

       Quando nos separamos por falta de fôlego, cada um se deitou de um lado da cama, encarando o teto em silêncio. Acho que nenhum dos dois sabia como reagir ou o que dizer. E como poderíamos fazer alguma coisa? Eu, pelo menos, estava em choque. Era difícil assimilar todas aquelas informações de uma vez.

      Porém, depois de quase um ou dois minutos sem nenhum som além das nossas respirações pelo quarto, decidi cortar aquele silêncio antes que ficasse desconfortável:

      — Então…

      Um sorriso surgiu no rosto de Leo. Ele estava me encarando como se quisesse dizer “eu sempre soube”, mas ao mesmo tempo preferisse o silêncio. Eu acabei sorrindo também, mas logo esse sorriso se transformou em uma risada que eu não sabia dizer se era de nervoso ou se era porque eu simplesmente não sabia o que falar sem parecer um idiota.

      — Você me beijou — foram as únicas três palavras que saíram da minha boca. Leo ergueu as sobrancelhas.

      — E você retribuiu.

      — É, eu… — respirei fundo. Estava me sentindo meio eufórico, mas nervoso também. Tinha medo de Leo ter me beijado só por beijar e eu acabar me dando mal de qualquer jeito. Podia até não fazer sentido, mas minha mente não conseguia descansar nem por um segundo — Eu meio que queria que algo assim acontecesse há um tempo.

      — Quanto tempo? — perguntou o moreno. Senti meu coração subindo até a garganta.

      — Talvez desde que a Drew terminou comigo. Acho que começou um mês depois. Por aí — revelei, sem olhá-lo nos olhos.

      — Não acredito — o Valdez negou com a cabeça. Voltei a olhar para ele, que tinha uma expressão indignada no rosto.

      — Mas é verdade. Pode perguntar para a Piper ou…

      — Não, Jason — ele riu — Eu não acredito que a gente poderia ter ficado juntos há meses e, mesmo assim, eu preferi acreditar que era impossível você se apaixonar por mim de volta. Me sinto um idiota.

      Notei algo em sua voz que eu já tinha visto antes: insegurança. Lembro-me que o período em que eu namorei Drew foi o pior de todos nesse quesito. Leo ficara distante e, sempre que conversávamos, com ou sem a minha ex-namorada presente, ele falava exatamente daquele jeito, como se sentisse uma merda. Automaticamente, os pontos se ligaram para mim. Meus sentimentos não só eram recíprocos como se tornaram recíprocos desde o começo, porque Leo gostava de mim antes de eu sequer cogitar a ideia de que poderíamos ser mais que amigos. Ele sempre gostou de mim.

       — Leo… — quando menos percebi, estava segurando a mão dele delicadamente. Leo olhou para mim, no fundo dos meus olhos, e eu pensei que esse era um dos momentos mais significativos entre nós dois que já acontecera. Era tão íntimo, vulnerável, romântico e acolhedor. Tudo junto. Simultaneamente. Talvez isso me assustasse um pouco, mas era bom.

°• mastermind | valgrace auOnde histórias criam vida. Descubra agora