ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴛʀᴇ̂s.

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Já se passaram alguns dias desde o incidente no campo de treinamento e a tensão entre os meninos ainda não havia diminuído completamente.

Mesmo com suas famílias reunidas para lamentar a morte da esposa de Daemon, Lady Laena, os jovens príncipes não conseguiam deixar de lado sua antipatia um pelo outro, faziam tudo o que podiam para evitar qualquer conversa.

— Se Daena acabar como nossa irmã, perderei toda a esperança neste mundo. —  Aegon comentou com Aemond que observou as duas garotas conversando a poucos metros de distância deles.

Helaena estava admirando uma aranha, ocasionalmente afirmando algumas coisas informativas sobre os aracnídeos enquanto Daena se afastava da criatura de oito pernas, um pouco aterrorizada e não querendo ter contato próximo com ela.

— Qual é o sentido de ter um rosto bonito se você está constantemente resmungando coisas que não fazem o mínimo sentido? — Aegon continuou com um sorriso malicioso.
— Que boca é essa que só fala bobagens ao invés de ser usada para um uso bom.

— O que você está dizendo? — Aemond perguntou, sem saber o que o seu irmão estava tentando dizer.

— Deuses, você é tão estúpido. — Aegon murmurou baixinho antes de tomar outra taça de vinho. — Você não tem certos pensamentos sobre ela, Daena?

— Bem, ela é minha noiva. — Aemond respondeu indiferente, sem saber o contexto obsceno com o qual seu irmão mais velho o questionava.
— É claro que eu penso nela, ela é minha melhor amiga.

— Com um cérebro lento como esse não é surpresa que ela seja sua única amiga. — O garoto mais velho revirou os olhos diante da resposta obtusa do irmão. — Agora me dê licença, preciso de mais vinho.

Aemond olhou para sua irmã mais velha e sua noiva, um pouco inseguro sobre o que elas achavam de tão fascinante naquela aranha.

Lentamente, cada um dos membros da família entrou enquanto os servos se ocupavam em acender as velas para iluminar o castelo depois de escurecer.

— Princesa Daena. — A chamou, usando suas formalidades para se dirigir a ela enquanto estava na companhia de outros nobres.
— Uma palavra?

— Meu príncipe. - Daena seguiu seu exemplo, o acompanhando até a pilha de pedras rochosas da pequena varanda que dava acesso para as ondas, encontrando a areia da praia.

— Você quer me acompanhar em um passeio? —  Aemond perguntou, seu olhar fixo mas dunas arenosas ao longe. — Apenas ao longo da costa e um pouco mais longe da praia.

— Agora?

— Sim, só nos dois.

— Não podemos sair do castelo durante o dia, ainda mais desacompanhados. — A garota mais nova lembrou, mantendo a voz baixa.
— Muito menos sair sozinhos depois de escurecer.

— Tudo bem. — Aemond suspirou, um pouco desapontado. — Vejo você lá dentro depois do jantar.

— Não fique longe por muito tempo. — A princesa deu um sorriso gentil.

— Eu não vou.

Aemond não foi ao encontro de Daena e muito menos voltou como prometeu.

A princesa esperou por ele em seu antigo berçário, que agora era usado com o irmão mais novo de Aemond; Daeron.

Ela leu alguns livros para passar o tempo e estudou um pouco valiriano até a hora de dormir.

A princesa mal havia dormido quando foi acordada por Helaena, informando-a do desejo da rainha de que elas estivessem presentes na antiga sala do rei, que agora nada mais era do que uma sala de reuniões.

ɪɴɴᴏᴄᴇɴᴄᴇ || ᴀᴇᴍᴏɴᴅ ᴛᴀʀɢᴀʀʏᴇɴ. Onde histórias criam vida. Descubra agora