Ghost, a máscara do mafioso

Capítulo 6

Vincent Blake

Descobrimos há poucos dias que Mavie de fato desconhecia a verdadeira face do homem que a criava. Quando souberam da morte de Saymon Neumann, entramos em uma delicada situação, pois Saymon era uma pessoa influente em nossa máfia, mas também guardava um segredo crucial da máfia inimiga. Agora, eles estão tentando nos atingir por todos os lados, já que eu possuo o tesouro que tanto desejam. A questão é que não sabemos o que farão se conseguirem colocar suas mãos sujas nesse tesouro.

Admito que adoro a sensação de ter algo que os inimigos desejam. É muito gratificante saber que temos tanto poder, e a certeza de que somos os melhores torna a situação ainda mais satisfatória. Ninguém irá tirar isso de mim, e, mesmo assim, podemos desfrutar de bons momentos no calabouço, pois estão tentando capturar a garota a todo custo, proporcionando-me diversão contínua.

Depois de mais um longo dia de trabalho, retornei à minha mansão e descobri que Mavie não está se alimentando. Não posso deixá-la morrer de fome, pois precisamos dela viva para enfrentar os inimigos. No entanto, tudo mudou quando a encontrei na banheira, tentando tirar a própria vida. Fiquei furioso ao saber disso e deixei claro que ela não é uma prisioneira.

Não sou desprovido de princípios. Tenho consciência de tudo e sei ser cordial, apesar de me satisfazer com sangue e dor. Não sou tão cruel quanto ela pensa. Luto pelo que acredito, e a Ghost Mafia é a confirmação de que tratamos os inimigos como devem ser tratados, nada além disso. É assim que mantemos a ordem, e será assim até eu morrer.

— Precisamos reforçar a segurança aqui.

Disse Lian enquanto digitava em seu notebook, e assentindo, permaneci em silêncio, enquanto alcançava meu celular.

— Temos alguns pontos a nosso favor.

Desviei a atenção da tela em minha mão e olhei para Lian, que a essa altura já estava tirando seus óculos de grau.

— Além de sermos os melhores?

Sorrindo de lado, ele confirmou e se ajeitou no encosto da sua poltrona e prosseguiu.

— Na verdade, essa é a nossa carta na manga.

Arqueei a sobrancelha enquanto o encarava, e ele prosseguiu.

— Nosso soldado infiltrado me garantiu que eles não sabem como a garota é.

Franzindo a testa, me afastei da parede em que estava encostado e questionei.

— Como é possível? Ela disse que não sabia de nada que Saymon fazia. Será que é verdade?

Lian assentiu e respondeu.

— A garota quase não saía de casa, e quando precisava, era somente Saymon que a acompanhava. Era uma vida normal. Não corria riscos com o Neumann.

Com a testa franzida, eu confirmei em um gesto enquanto ligava para meus seguranças.

— Ela não vai correr risco de vida sob meus cuidados.

Garanti ao meu irmão mais velho, que assentiu, colocou seus óculos mais uma vez, e voltou sua atenção para a tela à sua frente.

— O próximo passo é saber qual a conexão da garota com os Cleveland.

Falei quando me lembrei que um dos soldados que torturamos fazia parte da máfia russa enquanto meu irmão confirmava e disse.

— Vamos coletar amostras do velho Cleveland.

Franzindo a testa, eu logo perguntei, gostando da ideia.

— Como faremos isso?

Com um sorriso no rosto, Lian entrelaçou seus dedos acima da mesa e respondeu com uma expressão neutra.