Capítulo 1

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~Dez anos depois~

Ato 1

_Folhas de Encanto_

Capítulo 1

Dante estava em frente a sua casa afastada da vila, brincando com duas lagartas-rabo-de-pavão em meio a um rio, estava observando as lagartas rastejarem na sua mão enquanto acariciava suas penas, ouviu seu pai o chamando, deixou as no chão no chão e correu em direção ao pai

_ Hoje eu vou passar o dia todo no trabalho, você vai ter que ficar na casa da sua tia

Dante ficou emburrado, sua tia costumava a ser grossa e seca com ele e não o deixava brincar na casa dela.

_ Poxa, mas eu já tenho idade pra ficar sozinho! - disse Dante com um tom de desobediência.

Bastou um olhar severo de seu pai para que ele se arrependesse amargamente de ter argumentado contra a ordem do pai, Dante imaginava se existia a possibilidade daquele homem ser pior que sua tia.

_ Vou arrumar minhas coisas então... - disse Dante com um ar trêmulo.

O pai fitou Dante com um olhar mais severo ainda, decidindo se iria repreende-lo ou ignorar a insolência, então ele ignorou, entrou na casa e foi para o seu quarto trancando a porta, Dante correu para o seu quarto para arrumar suas coisinhas, pegou sua mochila velha e desgastada de pano, ele carregava sempre aquela mochila consigo, apesar de não ter quase nada pra levar nela, se sentia corajoso e confiante apenas tendo ela em suas costas. Sua garrafa de água, seu livro e seus cadernos foram colocados dentro da mochila, Dante planejava estudar e revisar seus conteúdos antes da hora em que o pai iria testar seu conhecimento, Dante era um menino inteligente, muito avançado para a sua idade, créditos ao seu pai, pesquisador do pequeno laboratório de estudos mágicos do povoado, ele era severo, ensinou seu filho desde pequeno e assim fez com que o filho você mais inteligente do que alguém com o quíntuplo da sua idade, toda semana ele testava seus conhecimentos para ver o resultado de seu esforço ensinando o menino, Dante normalmente, por não conviver com crianças devido a baixíssima população daquele povoado, não tinha ideia do quão inteligente era, mas de uma coisa ele sabia, se ele tivesse uma falha sequer com o pai, ele seria punido, isso aconteceu apenas uma vez, e ficou marcado na mente de Dante para sempre.

Com tudo arrumado, Dante saiu do seu quarto, passou pela sala onde o pai estava sentado lendo um livro velho com um símbolo esquisito que ele sempre carregava por onde ele ia, uma vez quando Dante o questionou sobre o livro ele disse que era apenas um caderno para anotações. Desejou ao pai um bom trabalho, foi ignorado e então saiu com sua mochila para a casa da Tia.

A casa dela ficava um pouco afastada do centro do povoado, Dante não gostava de passar pelo caminho comum pois tinha muitas pessoas, ele pegava um atalho passando pela beirada da floresta que cercava o povoado, o caminho pela margem da floresta era sempre belo aos olhos de Dante, as árvores mágicas eram lindas e havia belas espécies de insetos, Dante parava pra admirar algumas plantas, e brincar com os insetos que eram pequenos. Chegando na casa velha da tia, Dante foi tomado pela mesma sensação de assombro que o atormentava sempre que ia naquele lugar, a casa se assemelhava a uma cabana de bruxa, e a aparência da tia apenas reforçava essa ideia, ela já o esperava na porta, cada dia a passava sua pele ficava mais pálida aos olhos de Dante, seu cabelo curto e vermelho estava sempre desgrenhado e seu rosto sempre cadavérico. Dante parou a sua frente com um pouco de medo

_ Oi tia Telye... - disse Dante com um ar trêmulo

_ Como você está garoto?

_ Bem... E a senhora?

_ Melhor impossível, hoje é um grande dia, não?

_ é?

_ Sim... - Telye tinha um ar malicioso em sua voz

Dante sabia pouco sobre a tia, apenas que ela era uma grande pesquisadora junto com o pai na cidade grande em Outonopolis, mas depois de ter uma infecção grave, tornou-se impossível para ela trabalhar, então ela e o irmão foram para o povoado de Tragan tentar ter uma vida mais tranquila.

_ não vamos ficar nesse sol, entre garoto, hoje eu você vai me ajudar com um projeto.

Dante ainda estava com medo, mas sua alma inocente e curiosa de criança fez com que ele entrasse na casa, interessado no projeto, mas bastou entrar na casa para seu interesse se transformar em pavor, a casa, que era sempre composta apenas de um quarto e uma sala empoeirada com uma mesa, duas cadeiras e uma escrivaninha, estava agora sem os móveis, havia um circulo com runas de cor vermelha desenhado ao seu redor no chão, e mais runas na parede, Dante ia se virar pra sair correndo quando Telye trancou a porta e ficou na frente dela, seu olhar não demonstrava nada.

_ Não tenha medo garoto, hoje você vai ficar facinado com uma demonstração da coisa mais preciosa que existe... - embora nem um pouco sentimental, Telye fez uma pausa teatral para dar ênfase na próxima palavra, então após alguns segundos, disse com um tom triunfante:

_ magia.

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⏰ Última atualização: Apr 23 ⏰

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