3. capítulo

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POV: THEO

VOU SAIR MAIS CEDO!

Hoje é sexta-feira, e eu só tenho as primeiras duas aulas. Eu e meus amigos combinamos de almoçar em um restaurante chique da minha cidade quando sairmos da escola.

Do mesmo jeito que fizemos com a Gabi quando ela entrou na escola, decidimos fazer com o João. Nós o chamamos para ir com a gente para ele se enturmar, pois achamos ele legal e divertido. Para ser sincero, eu que pedi para chamá-lo, e em decorrência deles terem gostado dele, eles deixaram.

Desde que eu vi a foto dele, eu pensei: "E se... e se eu tentasse me aproximar dele?". Ele é muito bonito e tinha cara de simpático até mesmo pela foto e ele realmente é, além de ser engraçado. O melhor é que ele se deu bem com meus amigos, então foi mais fácil do que imaginei. Eu sei que está cedo para falar esse tipo de coisa, porém eu sou emocionado e admito isso.

Não me entenda mal, não estou apaixonado, só achei ele atraente. Entende? Além de que eu tenho quase certeza que ele gosta da mesma fruta que eu, então o máximo que vou ter é um "não". E sobre isso, eu conversei com a Gabi no primeiro recreio.

— Theo, o que você achou do João?

— Eu gostei dele, achei ele bem legal. Eu conversei bastante com ele ontem e hoje, então posso considerá-lo meu amigo. E que pergunta besta, você sabe disso, senão não teria o chamado para ir com a gente hoje.

— Eu sei, eu só queria saber se você iria falar algo a mais. Lembra que eu falei que ele tinha cara de ser gay? Agora tenho certeza que ele é. — fala Gabi, rindo descontroladamente.

— Eu também. — respondo, rindo mais ainda.

— E como você achou ele bonito, porque você não tenta se aproximar dele? Vai que acontece alguma coisa. Eu e o Cristiano começamos assim, você não lembra?

Eu realmente não sei como, mas a Gabi adivinha as coisas que eu sinto.

— Amiga, eu estou fazendo exatamente isso. Você está muito desatualizada! — falo, gargalhando alto.

— Também, né! Você esqueceu que tem eu e ficou o dia inteiro apresentando novas pessoas para o João. — respondeu ela, com cara de estressada e enciumada.

— Meu Deus, que drama! Me dê um abraço, sua doida.

— Hmm, estava precisando mesmo. — fala ela, em meio a um abraço apertado.

Voltando para o presente, eu terminei de fazer o último experimento de práticas em eletricidade e o professor me liberou. Eu estou escutando "Billie Bossa Nova", essa música tem uma vibe inexplicável. "I'm yours, I'm yours". A maioria das músicas da Billie são muito relaxantes — tirando "bury a friend", que fala sobre machucar seu amigo.

Infelizmente, o resto dos meus amigos ainda não terminaram, porém o João estava fazendo dupla comigo, então ele também está aqui fora. O Fernando ficou com um pouco de ciúmes por eu não ter feito o trabalho com ele como de costume, porém ele me entende. Ele já fez isso comigo.

Para não ficar em um silêncio ensurdecedor, perguntei ao João se ele queria dividir fone de ouvido comigo e ele assentiu com a cabeça. Enquanto escutamos "Woman" da Doja Cat, estamos jogando truco. Eu ainda não sei jogar muito bem, porém ele é ótimo e está me ensinando algumas táticas.

— Truco! — Pede ele.

— Seis! — Grito como resposta.

— Nove! — Berra tentando me intimidar.

— Doze! — Esguelo, por fim.

A manilha da vez era o ás. Eu tinha o ás de zap e ele o de copas, e adivinha quem tomou tapa na testa? Não preciso nem falar. Além do ás de copas, ele também estava com o ás de ouros e um 3. Eu estava com o ás de zap, ás de espadas, e um 3. Não sei se ele fez camaço, mas o jogo estava muito equilibrado. Não acho que foi sorte, mas se realmente não foi, ele errou feio na hora de entregar as cartas.

Tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora