Não tão solitário 2

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Fazem 176 horas desde o meu despertar; são cerca de 1 hora e perdi meu sono.

Descobri que neste mundo existe uma espécie de folclore. Em minhas pequenas explorações, antes da minha saída da cidade, encontrei um livro, uma espécie de bíblia com múltiplas divindades, os novos deuses e seus antecessores. Eram representações de conceitos e suas contrapartes. Moshida é um dos motivos do diário de hoje. O Deus da fome, seus olhos brilhantes enganaram a humanidade, referido como um 'Deus jovem', apelidado de 'a criança'.

Estou com o livro comigo e estou estudando, mas qual seria a chance disso ser somente um livro de ficção?

Acho importante ressaltar que já saí da cidade. Pelo visto, quem morou aqui antigamente não tinha intenção de sair. Não existem estradas para fora, somente uma mata densa e escura. Espero que qualquer uma das coisas que vi e ouvi não estejam me seguindo. Acabei achando uma arma de fogo, mas acho pouco provável que uma dessas armas seja realmente eficiente diante das atrocidades que existem nesse mundo.

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Já fazem algumas horas desde a última atualização. Nesses últimos minutos tenho ouvido latidos e uivos de longe. Vi em algum lugar que se estou ouvindo uivos, provavelmente sou o alvo dos lobos, mas só lobos uivam?

Não pretendo parar de andar até chegar em um lugar relativamente seguro. Acho que vai ser difícil encontrar algum. Conforme entro na mata, uma névoa cada vez mais densa me rodeia. Junto do barulho dos animais, acho que isso não é um bom sinal.

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Realmente estou enlouquecendo. Ouvi alguns barulhos estranhos logo à minha frente. Finalmente encontrei um espaço aberto, mas claro que algo bizarro iria acontecer comigo. Só pude enxergar sua silhueta, uma sombra, atravessando lentamente a floresta. Era uma aberração colossal, avançando pela mata como se estivesse apreciando  os detalhes do mundo. Ele, com seu tamanho e imponência, podia ter me esmagado como um inseto, provando a inutilidade da minha arma, diante de uma ameaça na qual, nem ao menos fui criado para poder entender. Conforme caminhava, sua presença se dissipava em meio à névoa, me sinto incapaz de discernir se aquilo era realidade ou apenas um pesadelo que se manifestava diante dos meus olhos.

Mas admito que sua existência me intriga, nos últimos tempos tenho tido o desprazer de conhecer criaturas bizarras que desafiam a sanidade humana, tenho a plena sensação de que este lugar não permite que eu enlouqueça, nisso, tudo que me sobra é o desejo de desvendar esse mundo

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