Allany Sano
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12 anos atrásLá eu estava... presenciava mais uma briga dos meus pais, minha mãe sempre tinha razão e meu pai... "ele é homem, tá explicado" minha mãe dizia.
Meu pai era um chato na verdade, ele tinha sua família lá aonde Judas perdeu as botas, no Japão, já começou errado, ter que dar atenção para outra família complica nós.
—Papai, tem como você parar de gritar? Só um pouquinho... Só para eu poder assistir o Show da Luna, por favor! - pedi educadamente ao mais velho, que me olhou surpreso de queixo caído
— Mas que... - assim que meu pai foi xingar minha mãe interrompe ele
— Ta vendo? Sua filha de três anos tem mais maturidade que você, Sano de merda! - Ela xinga também
Eu esqueci de falar ao espectador. Sim eu tenho três anos de idade. Ai você pergunta "nossa, falando assim com essa idade... Isso é possível?" Reclama com Deus, eu também não entendo.
Hoje a treta foi mais em baixo, minha mãe terminou com o meu pai.
— Éehh fodeu para ele, vai ter que sustentar a sua família do Japão. - Falei para a minha mãe enquanto nós almoçávamos depois do término
— Com quem você aprende essas palavras, pequena? - minha mãe pergunta cabisbaixa, rouca e choramingando baixinho.
— Não sei, eu sei que quem fala isso é você - respondi sua pergunta, o que fez ela rir de cantinho
Se passou alguns meses, meu pai queria que eu conhecesse a família do outro lado, eu aceitei, era férias e eu já cansei de assistir Todo Mundo Odeia O Chris. Então eu aceitei.
Viajamos num avião, ele parece menor no céu, pensei que nós teríamos que diminuir para entrar nele.
Assim que se passou umas horinhas, chegamos ao moquifo do Japão.
As casas daquele bairro eram mais chique do que as casas do meu bairro, mas mesmo assim, é um moquifo.
— Shinichiro!! - Meu pai grita quando paramos em frente a um portão.
— Shinichiloo! - Eu odiava isso, minha lingua prendia as vezes na hora de falar algo com a letra R
— Já vai! - grita uma voz de um moço do outro lado do portão
O portão abre e um pivetinho loiro pula no meu pai, assim fiz cara feia para ele
— Oi, como vai, garotão? - Meu pai fala com o loiro, que não responde
— Crianças... - fala meu pai em sentido de que crianças não falam. Eu entendi assim
Quando o moreno jovem chamado Shinichiro foi falar comigo, e eu falei com meu pai
— "Crianças" não, eu sou criança e sei falar como eu estou, quando você pergunta! - afirmei enfurecida
Meu pai sorriu e olhou ao Shinichiro que se abaixava com os olhos arregalados para falar comigo
— Olá, mocinha, como você está? - perguntou o moço
— Oi Shinichiro! Eu estou bem e você? - perguntei sorrindo