Leave this shit!

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Meus dedos deslizam pelo o uniforme de garçonete que utilizo todos os dias e feriados sobre o balcão, e com um longo suspiro, ajeito meus cabelos cumpridos com cheiro de Bacon com os dedos, enquanto deixo o balcão e me dirijo até a mesa ocupada pelo homem que me esperava ansiosamente o dia inteiro e pedido somente um café, X-burguer com fritas e nem se quer havia comido tudo. Mas, pelo julgar de suas vestes e pedido um café no qual nunca havia ouvido falar, aquilo não era habitual.

Podendo me sentar em sua frente, percebo quando seus olhos se dirigem até mim com alívio, enquanto me analisa devagar, desdo cabelo oleoso dos Bacons da cozinha e as manchas gordurosas das mesas que limpo por horas em minhas roupas. Meus lábios se mantém firmes, sem expressões aparentes em meu rosto, apenas observando seus olhos se rolarem, me acompanhando a cada segundo que se passa devagar. E percebo como meu estado o incomodava.

- então... não tenho todo tempo do mundo. Estou com fome e tenho outro expediente daqui... - encaro o relógio de ponteiro - 20 minutos.

- bom... temos asssuntos jurídicos para se tratar Camila. Sei que sua mãe, Sinu... veio a falacer a alguns meses atrás. Sei também que divide com aquela garota de cabelos loiros, um kitnet. Sei de seu outro emprego e por isso estou aqui, para tira-la desse inferno. E sei também que ao sair daqui, ira correr para o food truck na rua de trás, para comer tacos enquanto se dirige ao outro expediente. - nesse momento, eu me fundia com as paredes brancas de meu uniforme. - preciso que venha comigo.

Meus lábios se tornam tão secos que nem ao menos a saliva em minha língua poderia saciá-la. Os azuis que antes eram claros se tornam escuros, enquanto me analisa minimamente em seu assento, tenho a consciência que analisa meu nervosismo e minha surpresa por tantos detalhes oculto de minha vida

"ou o que eu achava que era oculto"

Antes mesmo que possa o responde-lo, seus dedos empurrão a papelada que se encontrava em sua frente, podendo a deslizar até que eu possa, enfim observar tudo oque ele havia jogado sobre meus ombros.

Meus dedos se transformam em uma bagunça de tremedeira, sentindo meu sangue bombear mais rápido por minhas veias pelo olhar frio e sem compaixão do homem a minha frente, com a costumeira necessidade de fugir imediatamente dali .

Um frio domina meu estômago, ao enfim agarra os papeis que encontrava a minha frente, ainda muito confusa com as palavras do homem a minha frente.

Sendo bombardeada com as informações, fotos minhas, documentos de alugueis atrasados com Ally que estavam misturados e distribuídos com os papéis de óbito de minha mãe por câncer e cada passo que dera pelos últimos 4 anos. Toda a minha vida estava ali, escancarada diante meus olhos.

Meus ombros se contraem, estava contra a parede de um simples desconhecida que sabia tudo sobre minha vida. Assim elevando minha cabeça, me vendo praticamente "despida".

- que porra é essa?! Você me espiona a quanto tempo?! Vc é louco. - Minha voz se eleva, tão assustada com a situação que agora tudo se tornava raiva.

T: eu te explicarei enquanto vamos para Miami. Temos muito o que conversar. - seus seguranças se levantam e eu vejo pequenos broches com seus nomes ali gravados. "Jake" e "Jean"

Vejo quando sou rodeada por seus homens e Thomas simplesmente eleva um longo sorriso sorrateiro com sua mão levantada para que eu possa segurar em sua mão e ir embora. Mas como uma grande mentirosa, eu apenas concordo com o homem a minha frente, que suspira tão aliviado, que poderia jurar que realmente se importa comigo. Mas com o meu passado e minha experiência com a vida, não se deve confiar em qualquer um, ainda mais ricos de merda.

Um sorriso se esvai de meus lábios, e eu me levanto, já sentindo os olhos afiados dos brutamontes engravatados ao meu lado me seguirem com cautela, como se eu fosse uma maldita criminosa pronta para fugir.

Castelo de Ruínas - Camren (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora