Royal

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"Anestesia: Total ausência de dor. Ao ser introduzida diretamente na corrente sanguínea, a substância rapidamente circula pelo corpo, por meio do sangue, e ao atingir o cérebro, promove o mesmo bloqueio das sensações dolorosas e da consciência"

Lauren on:

Copos atrás de copos. Visão distorcida de um universo no qual jamais poderia existir. Sorrisos frouxos que jamais poderiam aparecer ao longo dos dias. A dor que nunca se passa quando estou sóbria e o coração acelerado junto com a eufória que se apossa do meu corpo juntamente a alta porcentagem de álcool que corre por minhas veias.

Meu corpo se mexe por vontade própria, sendo consumido pelas altas batidas. Agarrada ao corpo definido da garota de cabelos ruivos como chamas, eu a acompanhava com meu nariz enfiado em seu pescoço com beijos molhados que aumentava tal excitação ali presente.

Posso escutar a risada de minha melhor amiga conforme dançava e jogava seus cabelos com a sensualidade que ela sabia que lhe pertencia, enquanto de seus lábios poderiam sair as palavras sujas juntamente de versos da música que nos eletrizava.

Cecília: Meu Deus, estamos muito bêbadas.

Ela se vira me dando a visão perfeita de seus olhos ambar e seu sorriso cafajeste que se misturava com o meu.

- e é por isso que nós somos almas gêmeas... - sorrio antes de brindarmos com nossos copos e mais uma vez os deixando vazios pela milésima vez...

Cecília: exatamente.

Ela se aproxima de meu rosto, iniciando mais um de nossos beijos naquela noite. Sua língua se infiltra em minha boca e eu posso por fim desfrutar da sensação de vencer essa guerra e tomar controle do beijo.

Que logo foi interrompido pela correria diária de uma festa que acabará de ser invandida por um bando de policiais corruptos que estragavam toda a diversão que nem ao menos havia se iniciado.

Cecília: que merda.

Nossos passos se tornam tão apressados que foi questão para estarmos correndo em direção a BMW alguns quarteirões antes da casa que se encontrava em um estado de calamidade.

Dentro do carro, Cecília não tardou em ligar o som no mais alto que podíamos sem nos importarmos com a possível atenção que poderíamos ganhar enquanto cantavamos o mais alto som e ríamos como verdadeiras crianças.

Tem sido a sim a pouco mais de 1 ano desde que minha mãe se foi. Festas, Polícia, Bebidas, sexo... e assim por diante. Talvez essa tenha sido a forma que eu conseguisse encontrar conforto, já que todas as brigas que ocorrem naquele lugar no qual nomeio de casa me deixam exausta o suficiente para nem se quer me dar o trabalho de estar lá.

Quando o caixão por fim foi fechado e eu pude por uma última vez seu rosto pálido, certa parte de mim se foi junto e a raiva na qual acumulei de tantos anos se afloraram por minha pele, a raiva que me fez destruir tudo a minha volta. Eu me moldei, me moldei assim. Eu tomei uma postura irreconhecível, me tornei irreconhecível. E somente esse lado, seria mostrado... essa era uma nova pessoa.

Recuperei todo meu físico no qual havia perdido em uma depressão severa que eu nem se quer levantava da minha cama. Mas mudou, academia, partidas de futebol americanos ocorrendo e em menos de 2 meses eu já era a capitã. A pessoa que tinha garotas diferentes em minha cama a cada dia da semana, deitando-as sobre meus lençóis e me infiltrando sobre sua pele eu poderia descontar todos meus traumas de anos que me invadiam.

Mas eu tenho minha melhor amiga, que me ama e sempre esteve comigo em todas as situações e ocorridos de minha vida. E não largou de minha mão, e eu não poderia ter alguém melhor ao meu lado se não ela.

Castelo de Ruínas - Camren (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora