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ABEL FERREIRA

– Puta que pariu cara, que merda é essa? – Martins entra na minha nova sala, e eu o encaro. - Você esta um caco, esse cabelo bagunçado, essa cara amassada, qual o seu problema? Você nunca fez isso em todos esses anos que eu te conheço, você é um dos caras mais inteligentes e sensatos que eu conheço, qual o seu problema?

João pergunta irritado, sabia que numa hora dessas ele já sabia de tudo que aconteceu por causa da Laura, e em minha defesa: eu não tinha defesa alguma.

Eu continuo em silêncio e até abaixo a cabeça, eu estava errado e sabia disso, o que eu poderia dizer ou fazer?

– Agora vir com essa cara pro trabalho depois de provavelmente ter tomado outra noite de porre, ai já é demais, puta que pariu transar com a jornalista na sua casa com a Luli, meu, que merda Abel.

Ele xingava tantos palavrões.

– Martins chega, eu já estou me sentindo culpado o suficiente, um filho da puta o suficiente, eu não preciso que você fique gritando comigo, eu tô vendo o que eu estou me tornando.

– Por que você não vai embora, toma um banho, faz essa barba, corta esse cabelo, e começa a encarar seus problemas de frente?

– Não vou cortar meu cabelo, a Luli gosta dele grande.

– Não queria te desanimar não, mas nesse momento ela não gosta de você nem se estivesse pintado de ouro.

Eu olho pro meu amigo de cara feia e ele continua me encarando sério sem desviar o olhar.

– Eu vou fazer meu trabalho depois eu vou pra casa.

– A Laura está com a Luli, ela deu entrada na internação hoje, então...

– Que?

– O que? – Martins pergunta sem entender.

– Que internação Martins? Que porra você está falando?

– Merda! – Ele fala mais pra si mesmo.

– O QUE ACONTECEU CARALHO?

– Ela não está legal tá bom? Não vai ser eu que vai te contar.

– Em que hospital ela está?

– Ela não pode receber visita, a imunidade dela está baixa e qualquer pessoa pode...

– QUAL A PORRA DO HOSPITAL?

ele pega o nome no meu celular e encaminha, eu não consigo nem passar em casa pra tomar um banho, só tento arrumar meu cabelo, mas meu rosto entregava que eu tinha bebido e não dormia a dias.

– Qual o nome da paciente? – A recepcionista pergunta assim que entro no hospital.

– Ana Luiza Ferrari Ferreira, é minha esposa. – Eu falo nervoso e ela concorda.

– Sua esposa está com precaução de contato, eu não vou poder deixar o senhor entrar.

– Como assim?

– Eu posso pedir pra alguém vir conversar com o senhor.

– Por favor.

– Espera na recepção.

Eu pego meu celular e mando algumas mensagens pra Laura.

Eu: Que merda está acontecendo com a Ana Luiza, pq ninguém me falou???? Que porra de precaução de contato?

Ela não me respondeu mas o médico saiu, ele pegou na minha mão.

– Boa tarde, você é marido dela né?

DANGEROUS II • 𝐀𝐁𝐄𝐋 𝐅𝐄𝐑𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora