Vínculos

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O dia estava frio, porém não havia indícios de que nevaria, no entanto, pequenos flocos de neve caíram em uma das entradas da cidade, em meio a eles, uma figura com roupas pesadas cor de rosa, um gorro violeta e uma presilha em forma de floco de neve anda em meio às ruas vazias, ela sentia que estava perto de seu objetivo, porém não sabia o lugar exato.

- Onde você está, minha irmã? Eu consigo sentir que está em dificuldades, quero te ajudar. - A garota continua a vagar enquanto seus olhos rosados continuam a procurar pela irmã.

Enquanto isso ocorria, Kamui e Nanaki ainda discutiam sobre a irresponsabilidade do garoto, totalmente desatentos do que estava se montando ao seu redor.

- Qual é, Nana. Diz aí o motivo de terem estado tão calmos. - Ele ainda insistia em tentar fazer ela dizer o que pensava, mas as tentativas eram em vão.

- Mesmo que eu diga, você não vai entender, sabe? Afinal, esse tipo de coisa não entra na sua cabeça.

- Tá me chamando de cabeça oca? - Kamui indaga, incrédulo com a atitude da amiga.

- Eu não disse isso, mas se você entendeu assim, não posso fazer nada. - Ela diz em um tom de zombaria e começa a rir, o que confunde o outro.

- Tá rindo do que? Vamos resolver isso na mão. - Ele estava determinado a brigar com a garota até ela o encarar com uma lágrima oriunda dos risos nos olhos.

- Foi mal, é que brigar assim é tão típico da gente, faz quanto tempo desde que a gente se conhece? Uns 6 anos? - Ela começa a limpar os olhos e consegue arrancar uma risada fraca de Kamui. - Viu? Você consegue sorrir normalmente se tentar.

- É, como posso dizer. Nana, por algum motivo, eu consigo ser mais sincero com você por perto, acho que deve ser porque me sinto confortável. - Ele afirma e logo desvia o olhar e começa a olhar para a paisagem da cidade durante o crepúsculo, e Nanaki, após ouvir isso apenas sorri e volta seu olhar para o mesmo lugar.

As memórias de como se conheceram começaram a aparecer em suas, a forma como suas vidas estariam ligadas em um vínculo totalmente incomum.

Era uma noite fria, com neve a cair e acumular nas estradas, uma garota em seus 14 anos estava com as roupas totalmente em trapos, a única coisa valiosa que ela carregava era um colar dourado que ela protegia com sua vida. Não possuía lugar para ir ou voltar, apenas vagava pelas ruas da cidade, com a intenção de viver. Apesar dessa situação difícil, uma característica peculiar estava presente em seu rosto: um sorriso. Não faria sentido algum sorrir em um momento com aquele, mesmo assim, ela permanecia dessa forma.

- Continue sorrindo, mesmo que tudo pareça difícil, se continuar assim, algo bom pode acontecer um dia. - Ela repetia essa mesma frase incontáveis vezes, talvez para manter o otimismo, talvez porque era a única forma de manter a sanidade, o motivo não era claro.

De repente, a visão começou a escurecer e um som abafado pela neve ecoou, tudo que pôde ser percebido foi o frio da neve a envolver o corpo da garota.

Ao mesmo tempo, uma pessoa andava, manchando o branco com um vermelho que escoava de seus punhos, uma figura de cabelos que poderiam se misturar a neve e um uniforme colegial masculino preto aberto andava com um rosto de raiva.

- Não acredito que tenho que falar com o Sanzashi só porque encheram meu saco com aqueles idiotas. Não é culpa minha se me chamaram de fracote. - Ele falava sozinho, tentando indicar que é o certo da situação.

As gotas que caíam na neve não pertenciam ao garoto, mas às pessoas em quem ele bateu. Seu mau humor aumentava à medida que se aproximava de casa. Mas, subitamente, ele para de andar e olha para um corpo no chão. Ele olhou para os lados, confuso se aquilo era um truque ou uma situação séria.

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