A CAÇULA

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Hector Sardotien

Selaena cresceu assim como Darian, forte e independente. Porém ela permaneceu ao meu lado, diferente de Darian, que após completar quinze anos, insistiu apoiando a ideia do conselho, em ter um casamento. Embora ele fosse novo, a sua noiva tinha apenas dez anos, o que eu sei que é normal, mas eu não quero e nem vou apoiar que aconteça com Selaena.

Ele era meu filho, meu primogénito, e foi para longe.. Talvez eu esteja sendo muito sentimental, mas eu o queria por perto, assim, como eu tinha Selaena. Ela amava lutar, e lutava muito bem. Foi então que eu percebi, que a minha caçula não seria apenas uma princesa, ela seria uma grande guerreira.

Com o passar dos anos, eu fui envelhecendo, e com isso, acabei ficando mais fraco também. Agora eu precisava que o meu primogênito estivesse aqui para tomar o seu lugar por direto, cuidar do reino. Mas ele não estava, mandei procurarem ele, e nada, foi então, que eu decidi. Não haveria alguém melhor que Selaena para tomar conta do reino, afinal ela sempre esteve ao meu lado, ela saberia como cuidar disto, ela era a minha última esperança.

Selaena Sardotien

Meu pai, Hector está cada vez pior. Dizem que o que está afetando-o talvez não seja apenas a "velhice" e sim, um feitiço. Fui até a minha amiga clara, ela é uma bruxa, eu queria saber se isso era verdade. Não posso deixar o meu pai falecer assim, desse jeito. A cada dia que passa, parece que ele perde mais a esperança em se recuperar. Eu sei, eu deveria ter matado clara, afinal "humanos e sobrenaturais não podem se misturar" meu pai, e o resto do povo sempre diz isso. Mas eu acho errado, deveríamos respeitarmos uns aos outros.

Voltando a minha conversa com clara, ela me disse que havia sim, um feitiço. Mas ela não conseguia ver quem o conjurou, eu tinha esperança nisso, mas me decepcionei.. Pois se eu matasse a pessoa que o lançou, meu pai voltaria ao normal. Mas infelizmente clara não conseguiu descobrir quem tinha lançado-o.

No caminho para o Castelo, vi uma discussão entre dois homens. Eles eram muito bonitos.. Havia um moreno, olhos cor de mel, musculoso e muito alto, e o outro era como um anjo, olhos verdes, cabelo encaracolado castanho, era tão musculoso que eu conseguia ver os seus musculos, pelo seu traje. Eles ficaram na frente do meu cavalo, para que eu parasse.

- Quem são vocês? /Perguntei apontando a minha espada, mas não desci do cavalo. Afinal poderia ser uma emboscada.

********- Eu sou um príncipe senhorita. /Falou o homem dos olhos verdes.

- Ah é, e eu uma rainha. /Falei sendo sarcástica.

********- É tão linda quanto uma rainha, se não fosse pelo traje da guarda real, eu não duvidaria. /Falou cruzando os braços. - Aliás, eu nem sabia que mulheres podiam fazer parte da guarda.

**** - Peço desculpas pelo meu amigo, senhorita. /Diz o homem moreno se curvando. - Nós a paramos pois queríamos lhe perguntar como chegar ao castelo do rei Hector.

- Tudo bem, mas o que vocês querem com o rei? /Falo ainda apontando a minha espada.

******** - É pessoal, vossa graça. /Falou dando um sorriso, cínico.

- Então não levarei, soube que o rei anda muito doente ultimamente.

**** - É exatamente sobre isso que nós queremos conversar com ele, sabemos quem conjurou o feitiço. /Falou passando a mão pelos cabelos. - Peço desculpas novamente, esqueci de me apresentar. Sou Amon, e este é..

******** - Sou Vinícius, o príncipe dos vampiros. /Diz fazendo referência, de uma forma sarcástica, afinal estou com a roupa da guarda, na visão dele eu não passo de uma plebéia.

- Se é de fato um vampiro, o que quer com Hector? Pelo que eu sei, ele sempre matou todos os vampiros que viu pela frente.

Vinícius - Somos amigos a longa data, e nós assinamos um tratado de paz. Os vampiros que ele mata, são os que invadem as suas terras, e esses são os mesmos que fugiram do meu reino, e que eu ordenei que matassem.

- Então quer dizer que a vossa graça está ordenando os soldados do rei Hector matarem os seus "lixos sanguessugas"?

Amon - Não queria interromper a discussão, mas poderia nos levar imediatamente? Sabemos que ele não têm muito tempo.

- Tudo bem, sigam-me por favor. /Falo guardando a minha espada.

(...)

Na chegada, deixei-os na entrada do castelo, fui largar o meu cavalo no estábulo e em seguida, fui ver meu pai. Entrei pela porta da frente, quando cheguei no saguão me surpreendi, Hector estava festejando com os homens que eu havia trazido.

Hector - Aqui está, esta é a minha filha que eu falei para vocês.. /falou apontando para mim.

Vinícius - A guerreira que nos trouxe? Achei que não era permitido princesas agirem como plebeias, e pior como homens. 

- Eu não agi como uma plebeia, apenas entrei para a guarda real. /Falo encarando-o.

Vinícius - Ah sim, verdade, de fato. Plebeias nem podem fazer esse tipo de coisa né.

Amon - Dá para parar Vinícius? Você está agindo como uma criança. Fica toda hora provocando a princesa.

Hector - Toda hora? Eles discutiram na floresta também? /Perguntou rindo.

- Mais ou menos pai, não se pode dizer que foi uma discussão.

Hector - Assim eu espero, eles serão nossos hóspedes não quero brigas por aqui. /Falou tossindo, acredito que ele estava tentando parecer estar bem.

- Tudo bem pai, vou voltar aos treinos. Tenho um novo guarda para treinar. /Digo saindo da sala, pois não quero acabar atrapalhando.

Continua...

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