004- garota de ipanema

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Ah, se ela soubesse que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor

🇮🇹

Rio de Janeiro - RJ, 4 de abril de 2022.

Carolina

A forte luz que vinha da janela me impedia de continuar dormindo. E a ausência do jogador também.

Raphael estava sentado no pé da cama, de costas para mim. Sem entender, me aproximei dele apoiando a mão em seu ombro.

— Caralho. – Falou, assustado. — Bom dia, Carol.

— Bom dia, acordou com o pé esquerdo? – Dei uma risada baixa tentando descontrair.

Não conhecia Raphael o bastante, mas tinha certeza de que ele estava totalmente diferente.

— Por que não me falou que seu irmão era o Léo do Flamengo? – Ele parecia irritado. — Fui procurar meu celular e reparei nos quadros com fotos de vocês na parede.

— Não achei relevante contar. – Ele bufou, esfregando o rosto. — Não sou só a "irmã do Léo", por que ficaria esfregando isso na cara dos outros?

— É que eu não tava esperando. Ele vai odiar quando descobrir que eu dormi aqui e... – Ele virou para me olhar, mas congelou.

— O que foi? – Olhei para o meu braço por impulso e o hematoma estava visível. — Merda.

Ele não disse nada. Apenas me olhou com tristeza, acariciando o local com o polegar.

— Seu ex fez isso? – Assenti. — Meu Deus, Carolina. Seu irmão viu isso?

— Tá tudo bem, relaxa. – Afastei a mão dele e desci a manga da blusa. — Desculpa não ter avisado que era irmã do Léo. Não foi por maldade.

— Esquece isso. – Começou a acariciar. — Ainda bem que você largou dele, merece coisa melhor.

O jeito delicado de Raphael aquecia meu coração. Eu sabia o quanto ele estava chateado só por suas expressões e seu toque, tentando me consolar.

— Agora que tô sóbria, tô morrendo de vergonha. – Ri baixo e ele me olhou sem entender. — Eu te chamei para dormir aqui, sendo que tinha acabado de te conhecer. Não costumo fazer isso, pelo amor de Deus, Rapha.

— Sem julgamentos, Carol. – Levantou as mãos em rendição, rindo. — Você me fez um grande favor quando me chamou para dormir aqui, mas eu não tinha intenção alguma de me aproveitar disso.

— Não ia ligar se você tivesse avançado um pouco mais. – Sorri, juntando nossos corpos aos poucos.

Raphael parecia receoso, mas deixou que meus lábios encostassem nos seus.

Quando eu estava prestes a beijá-lo, a porta do quarto se abriu bruscamente.

— Que merda é essa, vocês dormiram juntos? – Léo se aproximou, encarando o palmeirense.

— Oi Léo, tranquilo? – Raphael disse na maior naturalidade.

— Claro que eu não tô tranquilo, você tá pegando minha irmã.

𝐋𝐄𝐀𝐋, Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora