Prólogo

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As crianças costumam a fazer muito sucesso nos livros. Os leitores adoram quando elas estão lá para fazer alguma coisa fofa; unir um casal ou soltar alguma fala engraçadinha.

— Ou seja, as que não parecem porra nenhuma com crianças de verdade! — Grita um garotinho, batendo o pé no chão.

E claro, entre tantas crianças adoráveis na literatura, têm o Oliver, que fala palavrão.

— Quer me foder me paga a janta, narrador! — O nosso protagonista diz ao aparecer.

Ele é um garoto de sete anos, um pouco alto para a idade. Têm os olhos azuis e uma pintinha na bochecha, marca registrada de sua mãe, a ex-atriz Bambina Bianchi, e a semelhança para por aí. O loiro ninguém sabe de onde veio, talvez escureça quando ele crescer, mesmo assim não levanta dúvidas sobre a paternidade, o garoto é cara do pai, Salomão Torres. Mas a sua característica mais marcante, como podem ver, é que Oliver fala palavrão.

— Caralho, narrador, é assim que você me vê?

Mas você não fala?

— Claro que falo, mas meu personagem é muito mais complexo do que isso. Posso dizer que sou quase um filantropo.

Sua mãe ainda escolhe suas roupas, Oliver.

— É porque a mamãe tem bom gosto. Ela é a Bambina Bianchi, porra! — O garoto mostra o dedo do meio — Veja bem, geralmente as crianças fazem muito sucesso na literatura. Principalmente se foram bonitas, inteligentes, bem comportadas e jamais, nunca, de jeito nenhum fizerem burras. Resumindo: Se não parecerem nada com crianças de verdade! Na maioria das vezes elas têm o cabelinho rosa e unem um casal, ou então correm por aí com um coelho colorido e eu não vou falar nada daquele principezinho loiro meio aviadado.

Ei, Oliver, desse jeito os leitores vão te achar que você é homofóbico!

— E quem é que gosta de viado?

É o primeiro capítulo e você já está fazendo os leitores te odiarem.

— Hipócritas do caralho, aposto que quando eles eram crianças, pareciam muito mais comigo do que com o Pequeno Príncipe.

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