Como tudo era antes

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Antes de tantas atrocidades, quando minha mãe conheceu meu pai. Bom, minha mãe era linda, de cabelos longos e lisos e seus olhos eram castanhos escuro, quase que preto, seu corpo era magrinho como o de uma modelo, seu rosto não havia nenhuma ruga, sua pele era bem cuidada e ela não costumava se esconder em maquiagens, ela seguia com sua beleza natural, costumava usar vestidos de saias longas, geralmente pretos ou vermelhos e usava um sapatinho cinza de camurça sempre quando iria sair.
   Meu pai era todo descolado, sempre de roupas escuras, cabelos ruivos e grandes, seus olhos eram verde como a grama, e andava sempre com alguma bota militar ou algo do tipo para combinar com seu estilo.
   Eles já se conheciam na época de escola em Yokohama, porém começaram a se conhecer melhor depois que se formaram. Se casaram quando meu pai tinha 26 anos e minha mãe com 24. Se amavam tanto.
   8 meses depois do casamento, minha mãe engravidou de meu irmão, Kin Takashi. Seu primeiro nome veio pelo sobrenome de minha mãe, Kin Yui-Yui, e seu segundo nome, veio de nosso falecido avô, cujo sua graça era Takashi Fukushima.
   Meu pai queria colocar o sobrenome dele, porém minha mãe queria que ele deixasse esse nome para o segundo filho que eles planejavam ter. Que no caso foi uma garota, eu. Meu nome é Ayu Zohoe, e meu segundo nome veio do sobrenome de meu pai, Hai Zohoe. Ele havia se apegado tanto a mim, me dava tudo o que eu precisava e mais um pouco. Éramos felizes e ótimos financeiramente. Eles compraram uma casa em um bairro nobre em Yokohama, um bairro tranquilo de se viver, viajávamos para todo canto. Inclusive aos meus 4 anos de idade, viajei pela primeira vez em um avião para um outro país. Miami, fiquei maravilhada com aquilo, as praias, os prédios de como eram construídos diferentemente de Yokohama, era tudo tão incrível. Porém são apenas memórias breves que eu possuo de lá.
   Quando voltamos para casa, o papai estava estranho, com uma cara de preocupação, perguntávamos a ele o que havia acontecido, e ele nunca respondia, e sempre dizia que estava tudo bem, que não havia acontecido nada. Quando fomos dormir, eu e meu irmão, ficamos conversando sobre isso e sobre a viajem. Então meu irmão perguntou:
   __Foi incrível né?
   __Sim!
   __O que acha que deve ter acontecido com o papai? Desde que voltamos de viajem, ele anda estranho.
   __Não faço ideia, mas o papai diz estar bem, então vou confiar.
   __[...] É. __Afirmou meu irmão com toda confiança também.

   Dando em tornos das 2:30 da manhã, acordamos com uma discussão de minha mãe e meu pai:
   __Por quê escondeu de mim?! __Gritava minha mãe com tanta raiva.
  __Eu não queria preocupar vocês. Tente entender o meu lado também!
  __Não! Estamos juntos! Não devia esconder nada, nunca escondi algo de você!
  __eu sei... E sinto muito por isso querida... Me perdoa...
  Eu e meu irmão não sabíamos o que estava acontecendo, então descemos até a cozinha que era onde eles estavam, e fomos perguntar o que estava acontecendo.
  __por quê estão brigando? Perguntou meu irmão.
  __Não é nada demais filho, vá dormir, você tem de acordar cedo para ir a escola estudar, e você também filha, não iremos mais discutir por hoje, não é mesmo Hai? Disse minha mãe olhando de lado para meu pai com uma cara de quem estava morrendo de raiva.
   __Claro querida. Vão dormir crianças.
Então subimos de volta ao nosso quarto, e começamos a conversar sobre o ocorrido.
  __tem algo errado. __Resmungava meu irmão.
  __nossos pais disse que está tudo bem e não vão mais brigar, está tudo bem maninho.
  __não! Você não vê? O papai parece estar escondendo algo da gente, e parece que a mamãe descobriu.
  __não deve ser nada demais Hai, eles já devem ter se resolvido. Então desliguei o abajur, virei de lado e fechei os olhos para dormir. Meu irmão pelo contrário, ficou um bom tempo pensando nisso que havia acabado de acontecer.
   No dia seguinte, quando acordei, meu irmão já havia ido pra escola, mas estava apenas minha mãe em casa, então na dúvida perguntei:
   __Cadê o papai?
   __Ele foi resolver algumas coisas pendentes.
   __O Hai acha que tem algo de estranho no papai. Você acha isso também mamãe?
   __está tudo bem minha filha, seu irmão que está se preocupando atoa.
   __Hum. Está bem então.
Subi para meu quarto e comecei a desenhar. Uns 20 minutos depois, meu pai chegou em casa com uma respiração pesada, dizendo que teríamos que sair dali o quanto antes. E minha mãe o questiona:
   __Mas por quê?! O que houve?!
   __Ele está vindo para cá, ja liguei para o Takashi vir de pressa até aqui, vamos sair o mais rápido possível.
   __Tudo bem. Ayu! Prepare suas coisas e desce até aqui!
   Sem entender nada, preparei minhas malas, peguei meus desenhos e desci. Meu irmão chegou correndo abrindo a porta e já subindo direto até o quarto para preparar suas coisas também, afinal, meu pai já havia explicado para ele por telefone o que estava acontecendo enquanto ele estava na escola.
   Quando ele foi descer a escada, apareceu um cara alto, com uma arma na mão, uma espécie de metralhadora, arrebentando nossa porta e apontando a arma para meu pai:
   __Onde está meu dinheiro?
   __Eu disse que iria pagar amanhã.
   __O trato era pra ontem. Onde está meu dinheiro?
   Minha mãe então, acerta com a parte da alça da mala no olho do homem estranho, que faz ele recuar por alguns instantes. Meu pai imediatamente pega a arma da mão dele e aponta para ele:
   __Saia de minha casa e deixe minha família em paz.
   O homem então, saca de um revólver que estava em sua cintura, e no momento em que ele ia apontar para meu pai, meu pai atira no peito do homem estranho, o matando imediatamente, os vizinhos finalmente chegaram até nossa morada e viram a cena de meu pai com a arma na mão e o homem morto no chão. Revoltados, tentaram vir para cima de meu pai. Eu sem saber o que fazer, corri para cima até meu quarto e fechei a porta, e do nada escuto em torno de uns 12 disparos. Quando finalmente o ambiente é envolvido por um silêncio amedrontador, eu desço para ver o que aconteceu, e haviam 6 de nossos vizinhos mortos em nosso piso, com sangue e miolos jorrados na parede. Entrei em estado de choque pela primeira vez nesta cena. Um fato aterrorizante, é que era meu aniversário nesse dia, eu havia acabado de fazer apenas 5 anos de idade.
    Então corremos para o carro com nossas malas, minha mãe me pegou no colo enquanto eu chorava de medo e desespero, e meu pai acelerava o carro sem exitar, até chegarmos na casa da irmã de minha mãe, nossa tia Kin Yao. Ela disse que a notícia havia se espalhado pelo bairro, havia muitas viaturas nos procurando, isso em apenas 10 minutos após o ocorrido. Olhamos para a TV de nossa tia, e estavamos sendo noticiados de sermos procurados por mortes conjuntas, então nossa tia nos deu uma boa quantia de dinheiro, o suficiente para fugirmos da cidade, ela disse para comprarmos passagens para Tokyo, que eram os únicos aviões que estavam disponíveis.
  (Continua para a história atualmente...)

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