Você sempre estará lá

22 anos atrás

Ainda mais do que no ano anterior, Harry continuou esperando ver Draco durante todo o ano. Ele não pôde deixar de se preocupar que de alguma forma havia falhado com ele, e isso o fez se sentir miserável. Ele nem sequer conseguiu realmente aproveitar o Natal por causa disso, apesar de Lily ter voltado para casa mais cedo e ficado mais tempo apenas para passar mais tempo com ele. Seus amigos também perceberam que ele tinha ficado mais quieto, então depois que ele cancelou com eles mais uma vez, eles foram até lá para falar com ele. Ele se abriu para eles sobre Draco, e parte dele esperava que eles o encorajassem a falar com os Malfoy, ou que Hermione - sendo tão inteligente quanto era - de alguma forma tivesse a solução para a situação. Mas eles simplesmente concordaram que não havia mais nada que ele pudesse fazer, além de estar lá para Draco quando ele precisasse dele.

Isso não fez Harry se sentir menos culpado, porém, eles dizendo que ele tinha feito tudo o que podia. E não o impediu de pensar em Draco o dia todo - mas apenas porque estava preocupado com ele, é claro. Não era porque havia algo estranhamente atraente em Draco, e ele definitivamente não pensava nele quando estava sozinho na cama à noite ou no chuveiro.

Harry estava esperando que Draco voltasse para casa não muito antes do Natal, então ele passou horas esperando por ele no espaço entre seus quintais. Mas Draco não apareceu, e Harry se perguntou se talvez ele não fosse voltar para casa este ano porque estava passando o Natal com um amigo. Parte dele ficaria feliz por Draco se fosse o caso, mas ele tinha esperado vê-lo o ano todo, e ficou arrasado com a ideia de não vê-lo este ano - de ter que esperar outro ano, ou talvez até pior do que isso, de nunca mais vê-lo.

Mesmo assim, Harry não ia deixar isso estragar o Natal. Especialmente agora que sua mãe voou da Austrália para ficar com eles por algumas semanas. Porque apesar de falar com ela quase diariamente, Harry sente mais falta dela do que jamais ousaria admitir. E toda vez que Lily perguntava se ele ainda estava bem com ela fora de casa, encorajando-o a ser honesto, ele dizia a ela que não queria que ela voltasse para casa. Ele queria que ela viajasse pelo mundo e realizasse seu sonho, e ele adorava ouvir suas histórias e vê-la mais feliz do que nunca, mas às vezes ele realmente poderia usar um abraço dela. Ele não vai dizer isso a ela, é claro, porque se dissesse, ela reservaria um voo para casa no mesmo dia e encontraria um apartamento perto deles para que Harry pudesse vê-la todos os dias.

Harry pode dizer que sua mãe suspeita, porém, porque toda vez que ele a abraça, ela não o solta. E quando finalmente o faz, ela o olha nos olhos como se estivesse esperando que ele contasse a verdade para ela. Então, por mais que Harry adorasse sair com ela, James e Regulus e jogar jogos, ele se sente aliviado quando finalmente vê algo se movendo pelos arbustos e árvores.

Ele não explica o que está acontecendo, e não precisa, porque quando sai correndo de casa, seus pais trocam olhares - concordando silenciosamente em deixá-lo ir e fazer o que precisa fazer, como têm feito há semanas, apesar de se preocuparem com ele passando horas no frio.

"Você voltou!" Harry exclama, ainda meio preso em uma sebe.

"Eu voltei," Draco confirma, olhando para ele. Harry estava prestes a dizer que sentiu falta dele e que é bom vê-lo novamente, mas Draco não parece nada com ele mesmo. Ele tem uma garrafa de uísque chique na mão, e é óbvio que ele tem desfrutado dela há um tempo. Ele parece bêbado, e embora de certa forma seja melhor do que vê-lo à beira das lágrimas, não é de jeito nenhum como Harry esperava encontrá-lo.

Harry senta ao lado dele, porém, e preocupado como está com Draco - talvez até mais do que antes - ele não pode deixar de sorrir. Ele esperou por este momento o ano todo, e por algum tempo convenceu a si mesmo de que nunca mais veria Draco novamente, então preocupante como é encontrá-lo bêbado, ele ainda está feliz em vê-lo.