Sunshine: Luz do sol.
É um apelido carinhoso em inglês usado para expressar carinho e afeto, comparando alguém a um raio de sol, que ilumina e alegra os dias das pessoas ao redor.
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{point of view Maeve}
🌊
EU NÃO SEI ao certo que horas era, mas já havia se passado mais da metade do filme. Uma boa parte do povo já estava dormindo, mas ainda sim, eu escutava sons de beijos.
É, isso que dá dormir rodeada de casais e eu aqui, solteira e sem ninguém.
Eu estava com frio, e pra piorar, o Mikezin havia ligado o ar condicionado. Filho da mãe esse Mikezin, eu não tenho culpa do fogo no rabo dele não. Ele tá com calor, não eu.
Olhei para o lado, Otávio prestava atenção no filme. Não sabia que ele curtia assistir Barbie.
Agora, no momento, eu estou morrendo de inveja do Barreto e do Guri. Eles estão com um cobertor super quentinho. Sorte deles. Eu tô aqui, passando frio.
Decidi prestar atenção no filme também. Até sentir algo batendo na minha cara. Era o pé do Ajota. Ajota está no sofá que está encostado no meu colchão, qual a porcentagem dele cair em cima de mim?
É cada humilhação que eu passo.
Pra piorar ele ainda tá com chulé, eca.
Empurrei o pé dele o mais longe possível de mim. Acho que ele tá com a mesma meia a mais de um mês, não é possível.
Eu me encolhi todinha no cantinho. Vocês devem estar se perguntando: "por que você não pede um cobertor?" Vergonha! Simples assim. Eu tenho vergonha até de respirar, imagina pedir alguma coisa pra alguém.
"Ai, mas eles são seus amigos."
Eu sei, mas mesmo assim gente. Vamo entender meu lado né.
— Tá com frio princesa? - Otávio perguntou perto do meu ouvido.
— Tô não. - menti.
— Ah, tá. Sei. - ele disse irônico.
Ele se esticou um pouco esticando o braço no sofá ao lado, onde Ajota está dormindo. O rosto de Otávio ficou próximo ao meu. Eu o encarei, ele deu um sorriso para mim. Já falei que amo o sorriso dele?
Otávio puxou a coberta do Ajota e entregou para mim.
— E ele vai ficar sem? - perguntei e Otávio assentiu. - Coitado!
— Ele nem vai sentir falta princesa, relaxa. - ele disse.
— Tô sem travesseiro. - falei. — Não durmo sem travesseiro.
— Encosta aqui. - ele falou se deitando de volta em seu lugar.
Eu hesitei por um momento, mas logo me aproximei do garoto e deitei minha cabeça em seu peitoral. Puxei a coberta e joguei ela toda em cima do meu corpo.
— Boa noite princesa. Sonha com os anjos, depois me conta como eu fico de asas. - ele falou com um sorrisinho convencente. Eu não aguentei e comecei a rir.
