"Temos um acordo..."

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Foi em uma tranquila e breve reunião no hotel, que tudo começou...

Todos na sala reunidos em um circulo, e Charlie animada como sempre com mais uma dinâmica nada atraente.

- Hoje... - ela começa - ...nós vamos aprender mais sobre nós mesmos e nossos amigos.

- De novo? - Angel revira os olhos - Já não nos odiamos o suficiente?

- Não, não... - Charlie levanta o dedo apontando para o quadro atrás de si mesma - ...hoje vamos apontar os defeitos dos nossos amigos e-

- Maneiro... - Cherri fala de repente - ..humilhação gratuita.

- Não! Nada de humilhar - Charlie suspira - Vamos dizer oque achamos que nossos amigos devem melhorar! Todos nós temos defeitos, por exemplo, eu choro por tudo.

- Tem complexo de princesa da Disney - Cherri diz séria

- E problemas paternos - Husker diz enquanto bebe um gole na garrafa

- Eu amo você, mesmo com seus defeitos... - Veggie diz fazendo um carinho em Charlie tentando anima-la

- Viram? Não é tão...é...difícil - ela respira fundo e afasta a mecha de cabelo do rosto - Alguém quer começar? Tipo...Alastor!

Alastor levanta o rosto, desviando a atenção do seu livro para olhar para Charlie com o sorriso de sempre.

- Você quer mesmo o Alastor apontando nossos defeitos? - Husker pergunta incrédulo - Você quer causar um suicídio em massa?

- Oh, eu particularmente não sou fã desse método... - Alastor coloca o dedo no queixo, pensativo - ...prefiro torturar, acho emocionante.

- Psicopata! - Husker revira os olhos enquanto bebe mais um gole da bebida

- Prefiro dizer que tenho gostos peculiares, meu caro Husker - Alastor estica mais seu sorriso

- B-bom... - Charlie gagueja tensa - ...voltando ao assunto que realmente importa, oque tem a dizer sobre seus amigos, Alastor? Ann... Como...como o Angel, por exemplo?

- Ah, o Angel... - Alastor murmurou, seu olhar pousando sobre o demônio colorido com uma mistura de diversão e desdém - Você, meu caro, é como uma sinfonia de ruídos irritantes

- Como é que é? - Angel quase grita

- É exatamente isso que estou dizendo - continua Alastor, sua expressão impassível - Você é barulhento, atrevido e completamente desprovido de qualquer noção de modéstia.

- Olha só quem fala! - Angel retruca, sua voz carregada de sarcasmo - "Sr. Mantém-a-distância" - Angel faz movimento de aspas com os dedos - Aposto que se eu jogar uma bola na sua direção, vai desviar como se fosse um perigo nuclear! - Angel retruca, levantando-se da cadeira com um gesto teatral - Você se comporta como se estivesse cercado por uma praga de insetos o tempo todo! - ele cruza os pares de braços superiores - Deve ser difícil ser tão intocável, não é?

- Prefiro ser intocável a ser inconsequente - responde Alastor, sua voz mantendo-se calma, mas ainda com um leve traço de desdém.

- Você é como um velho rabugento preso em sua própria teia de pretensão!

- Melhor um velho rabugento do que um eterno juvenil sem noção de responsabilidade! - Alastor diz com uma voz de estática arranhada, seu tom gélido como o inverno.

- Pelo menos eu sei como me divertir sem precisar me esconder atrás de um livro empoeirado o tempo todo!

- Livros são fontes de conhecimento, meu caro, algo que você parece tão desesperadamente precisar. - Alastor responde, seus olhos cintilando enquanto ele se inclina para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

- Não preciso de conhecimento chato! - Angel retruca, sua voz ecoando na sala com ousadia

- E é por isso que você sempre acaba em situações complicadas, não é mesmo, pirralho? - Alastor responde, sua voz ganhando um tom de superioridade - Sempre pronto para mergulhar de cabeça na merda.

- Bom...Talvez devêssemos mudar de assunto? - Charlie tenta dizer

- NÃO! - Alastor e Angel gritam juntos

- Pirralho indecente! - Alastor fala

Angel, com uma expressão furiosa, avança em direção a Alastor, seu corpo tenso de raiva contida. Ele se inclina sobre a poltrona onde Alastor está sentado, seus olhos faiscando com indignação.

- Você acha que pode me chamar assim e sair ileso, seu velho rabugento? - Angel rosnou, sua voz tremendo com a intensidade de suas emoções

Alastor recua ligeiramente em sua cadeira, um desconforto atravessando seus olhos vermelhos. Ele ergue uma mão em um gesto de advertência, sua voz assumindo um tom mais sério.

- Distância, Angel!

- E o que você vai fazer se eu não quiser me afastar? Me expulsar da sala? Nossa que grande pesadelo! - ele zomba, seus olhos brilhando com ousadia - Aposto que você não aguentaria uma semana de interação social comum, Alastor

- E você acha que aguentaria uma semana sendo minimamente responsável? - Alastor aperta os lábios, sua paciência começando a se esgotar - Sem suas festas, suas travessuras e seus brinquedinhos tolos para distraí-lo?

- Velho antiquado! - Angel grita

- Pirralho mimado! - Alastor diz entre os dentes

Não se sabe ao certo quanto eles chegaram a conclusão desse acordo, mas os dois se encontram neste momento sentados de frente um para o outro na sala, agora vazia, e silenciosa.

- Vamos sair juntos de vez enquanto... - Angel da um sorriso desdenhoso - Ah, e eu posso tocar em você durante a semana. Como bons amiguinhos!

- Oque? - Alastor arqueia as sobrancelhas

- Ah, vamos, essas são minhas condições - Angel cruza os braços

- Fique limpo... - Alastor começa - Sem drogas, bebidas ou sexo, com exceção do seu trabalho promíscuo.

- E quem vencer, oque ganha? - Angel pergunta curioso

- Revelaremos apenas no final - Alastor se levanta da poltrona encarando Angel com um sorriso grande - Temos um acordo...mas sem almas, apenas desta vez...

O pecado de um sorriso | RadioDustOnde histórias criam vida. Descubra agora