CAPÍTULO 2: Há vagas para viciados?

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  Ando pela rua escura e vazia, sozinha. O horário é por cerca das 04:00h da manhã. Sigo andando pela rua escura e deserta até que chego no seu fim. Olho para esquerda e avisto uma mesinha escrito: "vende-se biscoitos", e um símbolo de escoteiro.

  — Achei que escoteiros só existissem nos Estados Unidos.— digo pegando um biscoito que está dentro de uma jarra.

  Enquanto mastigo, tenho a sensação de ser observada. Olho ao redor e não vejo ninguém.

  — Biscoitos?— diz uma voz grave.

  Eu me assusto deixando a jarra de biscoitos cair no chão. Olho em direção ao som da voz e vejo que é o mesmo homem encapuzado que estava me observando na frente da capela.

  — Que foi? Se assustou?— ele olha apara os biscoitos no chão. — Eu tenho algo melhor que biscoitos.

  Eu engulo o seco enquanto observo aquela máscara rachada e inexpressiva que me encara. Ele dá um passo à frente e me mostra um saquinho com um pó branco. Meu corpo começa a formigar, e minha boca seca quando ele passa o saquinho bem próximo ao meu nariz.

  — Cocaína.— ele leva o pacote ao nariz. — diretamente da Colômbia. Quer?

  O homem da a volta e para do outro lado da mesa. Ele coloca o pó nela e faz três fileiras de cocaína utilizando um cartão. Ele enrola uma nota de 100R$ e a usa para inalar uma das carreiras. Eu não tinha reparado antes, mas sua máscara tem furos no nariz. Ele inala, eleva sua cabeça, limpa a máscara e depois volta a me encarar.

  — Não quer experimentar? Essa cocaína tá bem pura.

  Ele estende a sua mão me oferecendo a nota para poder cheirar.

  — Eu... eu... não sei... se... devo...
  — Ah, qual é, Emily! Sério que você vai deixar essa oportunidade passar?
  — Como você sabe meu nome?— indago.

  Ele, lentamente, começa a caminhar em minha direção. O homem para atrás de mim e coloca meu cabelo todo de lado deixando meu pescoço à mostra.

  — Quem você tá querendo enganar?— ele sussurra no meu ouvido.— Da pra ver nos seus olhos o quanto que você quer isso.

  Ele me entrega a nota e eu me debruço sob a meça. Eu levo meu nariz até a nota e inalo toda aquela carreira de pó. De repente começo a sentir meu corpo se agitar.

  — Emily, EMILY, ACORDA!

  Meus olhos se arregalam com o susto. Olho para o lado e vejo Júlia me chamando.

  — Emily, você vai acabar se atrasando!

  Eu suspiro aliviada ao perceber que tudo não passara de um sonho.

  — Já acordei! Tô indo me arrumar.— digo esfregando os olhos.
  — Vai logo, você só tem trinta minutos.

  Meu olhos se arregalam e eu salto da cama pegando a roupa que eu já tinha separado para a entrevista. Vou correndo ao banheiro e começo a tomar um banho bem rápido. Após tomar meu banho, escovo meu dentes, faço um rabo de cavalo e passo uma maquiagem leve para tirar meu semblante de usuária de drogas. Coloco meu terninho e um salto scarpin preto para me deixar com cara mais séria e saio de dentro do banheiro. Júlia está me esperando andando de um lado para o outro apertando os dedos.

  — Estou pronta.— digo.

  Júlia para e me olha dos pés à cabeça.

  — Meus Deus, você está linda!— ela segura meu braço.— Agora vamos, vamos! Você não pode se atrasar na sua entrevista de emprego. Já pedi um uber para te buscar, ele chega em dois minutos.

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⏰ Última atualização: Sep 29 ⏰

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