Azul: em estado de alerta

162 16 4
                                    

Pov's [Seu Nome]

    — Alarme falso. — Anunciou o professor Cementos, de mesma expressão, a sua endurecida e comum. — Neito Monoma se encrencou com alguns dos alunos de Aizawa e algumas explosões atingiram o sinalizador do portão principal. Arrumamos. Tudo segue normal.

    O moreno balançou sua cabeça em concordância, ainda de olhos chocados contra os meus. Quase poderia entender o que as linhas vermelhas transpassadas na parte branca da vista encenaram, uma mistura de ondas e formas de raios que vinham da ponta, coincidentemente a que abria margem para a olheira recheada das cores roxa e preta em seus adornos mais escuros, que para Shouta significavam mais o cansaço do que alguns hematomas latejando nas fissuras da pele. Vi ele disfarçar sua confusão, entrelaçando os dedos no emaranhado dos seus cabelos negros e de aspecto molhado.

    — Que bom que está tudo resolvido. Não gostaríamos de perder as apresentações dos nossos queridos alunos, não é? — O diretor Nedzu exalava tranquilidade, e por ser o único sentimento distinto dos demais heróis no recinto, me assustava. — E então, menina Todoroki, foi por isso que interrompeu nossa reunião, eu presumo.

    Minha mente nublou. Ao mais profundo destas nuvens aglomeradas, poderia se ouvir uma mosca zumbindo, se perdendo na condensação, sendo afligida pelas gotículas que se misturavam à uma ventania. Ao sentir a palma mansa de Hitoshi pousar no meu ombro, pisquei algumas vezes, alternando entre sua mão e o lado direito de sua face pálida, para recobrar a situação.

    — Isso mesmo, senhor diretor. — Disse impassível. — O professor Aizawa não compreendeu os sinais da [Seu nome].

    Com ele, parece que as vastas sensações que me rondam, em sua multiplicidade negativas e corrosivas, se suprimem. Shinsou é a âncora que sustenta meu barco, esse que flutua no mar de tempestades descomunais, e que permanece no assoalho de madeira, enredado por correntes pesadas de medalhão, nos dias de sol que brilha em ardor, em que a vela se transforma em uma via única com o vento e permite vermos toda a imensidão desta vida mundana e, sobretudo, que querem que seja movida a forma líquida que nos recusamos a crer.

    — Peço que se retirem, por favor. — All Might, estando ao lado direito de Nedzu, pediu com mansidão. — E chamem seus representantes assim que os virem.

    — Como quiser. Nos desculpem pela intromissão. — Hitoshi entornou o meu ombro, nos guiando para fora da sala. — Não sei o que está acontecendo, mas vamos ficar atentos. Sinto que Aizawa tem algo em mente. — Sussurrou por fim.

    "Vá falar com o Iida e a Momo. Depois nos separamos e vemos se descobrimos alguma coisa." Minha mão se move como um corpo que se encontra em fadiga. Me sinto cansada.

    — Tudo bem, mas vamos com cuidado. — Disse ele e eu me prontifiquei a andar. Foi quando me chamou, estando nós entre extensos corredores. — Espere um pouco, [Seu Nome].

    Ao me virar, fui surpreendida pela distância, que antes nos separava cerca de um braço, agora por poucos dedos. Shinsou tragou o ar, soltando-o pela boca, esse que se chocou contra os fios rubros um pouco acima de minha testa. Nossa diferença de altura não era grande, mas gostava dos centímetros que ele tinha a mais que eu, porque assim poderia ver a cor natural dos seus olhos quando o vejo de baixo. As palmas das suas mãos frias alcançaram o meu pescoço, em que seu polegar depositava carinho.

    "Está tudo bem?", perguntei-lhe enquanto sentia meu cabelo querer oscilar rosa pelo silêncio que o momento mantivera.

    — Está sim. — Pude ver um mínimo sorriso seu aparecer. — Quero saber se depois de hoje, ou de alguma outra hora, nós podemos conversar sobre o que aconteceu.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 03 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Garota Arco-íris - Imagine ShinsouOnde histórias criam vida. Descubra agora