Arruinando Lorde Richmond | Damas Improváveis - 3

| C a p í t u l o T r ê s

Eu estive as voltas com a revisão desse livro, mas por esse atraso astronômico vou publicar capítulos em sequência para vocês. 🤍

Votre fléau,

     Espero que seu tornozelo não tenha ficado tão ruim como naquela vez em que caí após libertarmos as raposas de lorde Templeton. Quando tropecei em um buraco de toupeira e você teve que me carregar para casa. Tornozelos machucados são péssimos! Mas você está certo: sou especialista no assunto de cuidar de ferimentos, então vou te dar as minhas melhores dicas:

1.                    Evite água quente. A não ser que esteja fazendo banhos de imersão para o inchaço.

2.                    Quando o inchaço diminuir comece a subir e descer escadas. O médico insípido está errado sobre ficar "quieto para sempre", se você se mexer no tempo certo os ossos não ficam colados por semanas depois.

3.                    Faça seu pai fazer coisas para você. Essa é a melhor parte de ser um convalescente inválido.

   Vou aguardar que me mande notícias se tudo funcionou. Espero que isso não atrapalhe sua vinda para o feriado de Natal desse ano. Você me deve uma revanche nas cartas e duas doninhas. Elas fugiram quando avisei que você vinha.

De sua melhor médica de plantão, C.G

Wilhelmine House, Gloucestershire, 1811

     Madmoiselle Jambes Fines,

      Saiba que ainda me sinto culpado pelo incidente com as raposas de lorde Templeton. Não pelas raposas, é claro. Animais devem ser tratados com respeito e essas caçadas são uma coisa realmente inútil. No entanto, eu não devia tê-la deixado se machucar daquela forma. Gilbert pensou o mesmo e me puniu com uma bicuda inesquecível na canela. Péssimo melhor amigo!

     Sobre suas dicas: Meu tornozelo melhorou bastante à medida em que as segui. Logo, estarei bom para voltar a Oxford e não devo perder as provas finais, então muito obrigado! Devo desapontá-la quanto a última dica, no entanto. Meu pai nunca poderia fazer algo por mim. Na mesma tarde em que me feri, ele partiu para Londres e me deixou em Surrey sem dizer nada. Não sei porque ainda me surpreendo. Nunca fui tratado com muita importância pelo taciturno Maximilian Richmond. Exceto quando o assunto é o dever de herdar seu título temeroso, é claro.

  Por último, não se preocupe. Desde que Gilbert me faça o convite, estarei aí para o natal. Portanto, você terá a chance de ser derrotada mais uma vez nas cartas. Mas quanto as duas doninhas, você sabe que elas iriam embora mais cedo ou mais tarde. Encontrariam seu caminho para a natureza depois de você as tratar, assim como sempre encontro o meu para a melhor parte do meu ano em Gloucestershire.

De seu melhor convalescente (por hora) obediente, C.R.

Surrey, 1811

  Caroline, sem dúvida, esperou por muitas coisas ao sair em uma carruagem alugada pelos confins de Londres no meio da noite. Ela esperou por bandidos, sequestradores e até guerreiros vindos diretos da Escócia. Não seria difícil de acontecer se Gilbert descobrisse seus planos atrevidos. Mas Caroline não esperou por aquilo.

   E pelos céus, fora assim que o revoltante melhor amigo de seu irmão a olhou. Pior, foi assim que ela o olhou de volta! Porque, dessa vez, não havia nem um pouco de revoltante em Cedric. Quando erguera o olhar do decote dela, cada traço do rosto irritante de lorde Richmond estava contaminado por algo misterioso e que fazia os pelos de sua nuca se arrepiarem.

   Caroline foi contaminada de imediato também. Ela se sentiu esquentar dos pés a cabeça. Aquele olhar dele lhe roubou o fôlego e a fez formigar em um lugar secreto demais. Sem sequer poder apertar as coxas, como ela fazia em sua cama tarde da noite, porque Cedric estava entre elas.