Capítulo 30

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Alguns dias depois...











                      Bela mostrava para Heitor alguns vasos com flores que pediu para Bila organizar. Queria a casa florida e perfumada, com a opinião do marido.




         - Bela, há dias que lhe falei que a decoração da casa é do seu gosto! Mude ou acrescente o que quiser.
         - Mas as flores estão do seu agrado?
         - Sim! Esses lírios estão bonitos.
         - Que bom! Não as encontro em Camposul.
         - Agora tens um jardim repleto de lírios para apreciar e colher!   - Sorriu.
         - Sim! Gosto de cuidar do jardim, é uma maravilha! Também gosto de rosas... Vou falar com o jardineiro!
         - É tão bom vê-la assim, Bela. Estás sorridente, tão cheia de vida! Arrisco dizer que verdadeiramente gostas de estar aqui.
         - Estou me adaptando... E tudo tem sido diferente nos últimos dias. Estamos mais falantes um com o outro, percebe?
         - De fato! Como chegamos a nos dizer: Não nos casamos por amor nas isso não é motivo para a gente se odiar.
         - Foram as palavras certas. Agora os dias parecem mais leves!
         - Quero que saiba que tem sido um prazer a cada dia conhecer um pouco mais de você, Bela.   - Ele a olhou nos olhos.
         - Igualmente, Heitor... Tem sido um prazer conhecê-lo! És um bom amigo para mim.   - Ela sorriu sem jeito.
         - Sim, mas...



         - Senhor?! O senhor Luís o espera. Mandei-o entrar, está pelo lado de fora, disse que iria esperar lá mesmo.   - Disse Bila ao entrar com Cornélia para dentro da casa.
         - Ah, claro! Ele vai junto comigo para a fábrica resolver alguns negócios. Obrigado, Bila!
         - Algum problema, Heitor?   - Bela se preocupou.
         - Não! Apenas ele é mais experiente em alguns assuntos e o chamei para me ajudar, meu pai está mais afastado.
         - Então é melhor ir, não o deixe esperando.
         - De fato! Hoje não almoço em casa... Vejo você à noite, no jantar!
         - Claro!   - Ele a beijou na testa despedindo-se, e saiu.

         - Senhora, devo ir buscar o tapete da sala no atelier?
         - Oh sim, Cornélia! Já havia me esquecido. Quer que Bila a acompanhe?
         - Não precisa, dou conta sozinha.
         - Então vá! Já está tudo acertado por lá.








                     Após Heitor, Cornélia também saiu, deixando Bela a sós com Bila. Ambas relembraram tempos em Camposul, e Bila não deixou de comentar com a patroa sobre a diferença que era notável entre ela e o marido.




         - Ah, sim! Heitor se tornou um bom companheiro... É meu amigo!
         - Senhora, ele é teu marido!
         - Sei disso, Bila... E tu sabes da nossa história. De qualquer forma, vivemos com as aparências de um casal quando estamos em público. Esses dias estão sendo tão felizes!    - Alguém bateu na porta.
         - Quem será? Olha que cabeça a minha! Melhor abrir... É... É uma senhora!



         - Pode me tratar como senhorita.   - Disse a mulher assim entrando, com um vestido vermelho chamativo e decotado.   - Eu gostaria de falar com o dono da casa!
         - Com o senhor Xavier? Lamento, ele mudou-se, agora o dona da casa é o filho dele, Heitor. Eu sou esposa dele!   - Bela se apressou em fazer sinal para que Bila a deixasse responder.
         - Enganou-se, querida. Vim falar exatamente com o Heitor...   - Ela olhou Bela dos pés a cabeça.   - Onde ele está?
         - Trabalhando. Perdoe-me, mas... Quem é você?
         - Uma grande amiga do Heitor! Soube que ele voltou de viagem, e como não me procurou, eu mesma resolvi procurá-lo! Oras... Tu és a esposa? A tão falada santinha?
         - Meu nome é Isabela! Heitor, meu marido, como eu já disse está trabalhando.
         - Querida, não se ofenda! É um prazer conhecê-la! Tão bela... Como diz seu nome... Mas agora, tenho que ir, já que Heitor não está.
         - Perdoe-me! Quanta indelicadeza, não quer se sentar? Aceita algo?
         - Oh, não! Estou bem. Apenas diga ao Heitor que estive aqui, e que hoje você recebeu a visita da amiga que ele se esqueceu de procurar... Catarina Monteiro!
         - Catarina... Seu nome é Catarina?
         - Sim, não se esqueça, Catarina Monteiro! Foi um prazer conhecê-lá... Querida Isabela!   - Catarina deu um sorriso de canto e saiu.





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