Something's Gotta Give

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Something's Gotta Give - Camila Cabello


POV NARRADOR

Samanun decide que ficar um pouco sozinha seria bom. Alguns dias para colocar tudo em ordem dentro e fora de si novamente, em uma nova configuração, era essencial. De fato estava passando mais tempo na empresa do que em casa, em partes porque o assunto divórcio vinha sendo pauta para seus negócios e isso estava testando sua paciência e poder, e em partes porque esse tempo -que se prolongou a dois meses- que estava dando do sexo eloquente com Mon estava fazendo falta em inúmeros lugares de seu ser. Mas também, aos poucos o processo de arrumar em malas as coisas que Kirk havia deixado para trás e dormir rodeada apenas pelas suas próprias coisas pela primeira vez em um bom tempo, deixava de ser tão maçante.

Mon estava sempre presente em mensagens de texto e ligações tarde da noite, mas não precisou nem mesmo de um comando para respeitar o espaço de Sam nesse momento. Ela acreditava que, de certa forma, Mon havia sentido isso, e o quanto era necessário, e estava grata por isso. Ela pensava que deveria sentir isso tudo, se deixar estar mergulhada no sentimento por algum tempo (sentir falta de Kirk porque era inevitável não sentir mesmo que apenas nos dias específicos em que ele deveria estar presente, sentir falta de Mon porque ela continuava consumindo seus pensamentos dia e noite, sentir raiva e culpa e o que mais viesse em sua direção) para que uma cura real pudesse se iniciar. E ela deveria fazer isso sozinha.

Sam sabia que o veria em breve, quando ele voltaria para buscar as coisas que ela se ofereceu para arrumar, e provavelmente não o veria mais em sua casa, apenas na empresa quando a sua e a dele tivessem reuniões e negócios a tratar, mas a ideia não mais a torturava (pelo menos não da forma como pensou que aconteceria) por não ser um cenário assim tão longe do que ela já havia experimentado. Era inegável que a distância havia sido, em seu casamento, ao mesmo tempo o bote salva-vidas, e a rachadura que o afundou.

No entanto, mesmo em todo esse contexto, há uma inegável sensação de alívio quando ela ouve a campainha tocar, e abre a porta para encontrar Mon parada em seu jardim, uma embalagem de fast food em sua mão e um sorriso no rosto, e ela pode dizer que Mon sente o mesmo.

-Eu te trouxe um sanduíche. - Estende a embalagem na direção de Samanun.

-Isso é extremamente fofo. - A observação deixa uma expressão quase envergonhada em Kornkamon.

Sam abre o pacote de papel e puxa o sanduíche embrulhado dentro dele. Mon ainda permanece à sua frente, mesmo que ela tenha aberto espaço para que a morena entre em casa, e o rosto de Sam atenua em um sorriso fácil enquanto se inclina para beijar suavemente a maçã do rosto da mulher, dando a ela a atenção que sabe que estava desejando agora que já estava aqui.

-É bom ver o seu rosto. - Diz, de forma sincera para que Mon absorva isso.

-Também é bom ver o seu. Eu já estava achando que você não queria mais me ver.

Mon finalmente entra na casa, seguida por Sam, e as roupas que ela usa sugerem que se trata de um dia de folga. Sam precisa se segurar para não sorrir ao pensar na frequência com a qual Mon dedica seus dias de folga à ela. Sam a segue para dentro, dando uma mordida no sanduíche que não poderia ter sido mais oportuno, ocupando o lugar ao seu lado no sofá quando ela se senta, e a satisfaz que Mon já se sinta tão à vontade em sua casa.

-Você sabe que eu precisava de um tempo.

-Eu sei. Eu estou brincando. - Mon recusa a oferta de dar uma mordida no sanduíche quando Sam o ergue em sua direção, deixando-o de lado por um instante ela pende a cabeça sobre o ombro da mulher ao seu lado. Um silêncio breve se instaura, e Sam sente os dedos de Mon em seu joelho em uma pequena e suave carícia que é instrumento para acalmá-la e introduzir um novo assunto.

Beije-os até que eu mude de ideiaOnde histórias criam vida. Descubra agora