Caetano'
09:55
Despertei e percebi que estava sozinho na cama. Assim que me levantei o aroma de café invadiu minhas narinas, logo descobri onde meu amado estava. Fui correndo até a cozinha, eu o vi de cabelos molhados e estava bem vestido. Usava um roupa social linda, composta por uma camisa branca e uma calça bege.
- Bom dia, Meu bem. - Disse assim que eu o vi.
- Bom dia.
- Por que não me acordou?
- Ah, você dormia tão lindo, parecia um anjinho, não quis acordar você. Vai querer café? Fiz do jeito que você gosta.
- Vou sim, mas vou tomar um banho antes.
- Vai lá.
Tentei tomar um banho rápido, mas para mim era quase impossível. Arrumei meu cabelo, tal que Chico gostava, e me vesti com uma camiseta azul e uma bermuda preta. Voltei a cozinha, meu amor lia um jornal enquanto tomava seu café.
- Onde você vai assim? - perguntei
- Vou a São Paulo, irei dar entrada no divórcio.
- Sério? - Aquela notícia me alegrava, porém escutei isso durante anos, e no final a reconciliação sempre vinha.
- Claro, meu doce. - Chico fechou o jornal e colocou na mesa. - Dessa vez não tem volta.
- E as suas filhas? - Eu realmente me preocupava com elas.
- Não vou deixar de vê-las, visitarei sempre que possível.
Me servi meia xícara de café e continuei conversando com Chico. O que iríamos fazer? Vamos entrar em um relacionamento sério? O que será dito após o divórcio? Chico é um cantor de alta fama, os jornalistas virão.
Ele não parecia tão preocupado, parecia saber o que estava fazendo. Assim que terminou sua xícara, beijou-me a testa e saiu.Chico'
Saí de carro até São Paulo, estava certo de o que estava fazendo. Já havia ligado para meu advogado pela manhã, agora eu tinha mesmo era que contar minha decisão para minha família e para Marieta.
Logo cheguei em minha antiga casa. Toquei a campainha e esperei que abrisse.
Ao abrir, nem um "Bom dia" foi dito, nem ao menos um sorriso, não tínhamos o mínimo de empatia um com o outro.Ao entrar em casa, Marieta disse em tom seco:
- Seus pais estão na biblioteca.
- O que fazem aqui? - Perguntei um tanto assustado, eu não esperava visitas.
- Vieram te visitar, mas você nem estava aqui. Vem, Vamos lá.
Marieta e eu nos dirigimos até a biblioteca, minha mãe estava sentada em uma poltrona, e meu pai fumava na janela.
- Chico! - Minha mãe exclamou ao me ver. Nos abraçamos forte, fazia tempo que não nos víamos.
- Onde estava? - Me pai perguntou.
- Estava em minha casa nova. Vou passar a morar lá. - Respondi.
- Passou a noite com Caetano? - Marieta perguntou.
Não consegui dizer uma só palavra. Eu olhava Marieta nos olhos e sentia um certo medo.
- Caetano Veloso? - Minha mãe perguntou. - Menos mal, pelo menos não passou com mulheres.
- Eu não diria isso. - Marieta disse, ainda sem tirar os olhos dos meus. Ela sentia meu nervosismo e se aproveitava que me tinha nas mãos.
- Por que diz isso? - Meu pai pergunta em seguida.
- O seu filho faz Caetano de puta. Vocês já sabem da traição de Chico, mas não sabiam que era com uma bicha.
O silêncio constrangedor tomava a sala, o peso que eu sentia, a vergonha.
- É verdade isso, Chico? - minha mãe me perguntou. Eu olhava em seus olhos e eu lacrimejava.
- Vai lá, Chico. Diga que eu sou uma grande mentirosa, prove que é um homem fiel, ou que a sua putinha não é o Caetano Veloso. - Marieta disse
- Não posso desmentir você, afinal, a única mentira que dissera foi que Caetano é minha "putinha". Não se trata disso, eu sinto por ele o que nunca senti e nunca sentirei por você. Só faz isso na frente de meus pais por pura maldade e ciúmes.
- Mari, podemos ficar sozinhos com Chico? Isso tem que ser resolvido entre nós, quero ver o que ele tem a dizer. - Minha mãe disse.
Marieta apenas concordou com a cabeça e se retirou.
Mamãe me abraçou forte e eu desabei em seus braços.- Desculpa, eu não queria ser assim.
- Ah, meu amor, meu filhinho. Não há problemas em você, eu te amo e nada vai mudar isso.
- Obrigado, Mamãe, obrigado.
- Me apresente esse rapaz, quero conhecê-lo.
- Conhecerá, e tenho certeza que irão se dar muito bem.
Meu pai ficou virado para a janela, não falou uma palavra e nem olhou para mim. Eu me sentia humilhado e envergonhado. Eu amo Caetano, não posso me prender em um relacionamento sem futuro, sem amor. Saí para tomar um ar, acendi um cigarro e peguei uma dose de whisky. Eu tinha muitas garrafas de álcool em minha (agora antiga) casa, acredito que Marieta não se importaria se eu levasse algumas, ela nem bebe. Ajeitei as garrafas, que em sua maioria eram whisky no banco de trás de meu carro.
Novamente eu abraçava minha mãe, agora me despedia da mesma. Eu a convidei para jantar na sexta feira, tenho certeza de que Caetano não irá recusar o convite.
Agora eu adentrava no carro e começava a dirigir de volta ao Rio, de volta aos braços do meu baiano. As falas de Marieta martalavam em minha cabeça, a expressão que meus pais fizeram ao descobrir, e tudo aquilo estava preso em minha mente. Abri uma garrafa de Gin e comecei a virar a garrafa, eu não ligava, eu precisava do álcool. Acabei chorando durante o caminho, lágrimas que eram frutos do ódio que eu sentia, e conforme eu chorava, mais eu bebia.
Ao entrar em casa, vi Caetano sentado no sofá, correu para me abraçar assim que me viu.
- Amor, o que aconteceu?
- Nada. - respondi, tentando não olhar em seus olhos.
- Seus olhinhos estão inchados e você está cheirando a álcool. Dirigiu bêbado?
- Sim. Desculpa.
- Meu amor - Caetano me abraçou quando me viu chorar.
Eu me sentia um lixo. Contei ao meu amado tudo que havia acontecido, me consolou, me beijou e ficou comigo até que eu conseguisse me acalmar. Seus beijos eram o calmante mais forte, seus abraços e seus consolos era tudo o que eu precisava. Caetano é muito mais do que mereço, sou o homem mais sortudo do mundo por tê-lo próximo.
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Oioi divos 👆👆
Como estão??!Perdão os erros, dessa vez eu não li (preguiça
Beijocas 🤍🤍