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 O VESTIDO AMARELO.


"ELODIE Bennet! Venha aqui imediatamente!" A casa dos Bennet encheu-se de eletricidade numa tarde de primavera bastante indiferente, um dia em que os coelhos corriam pelos arbustos e os pássaros cantavam nos arbustos onde construíam os seus ninhos. Algo estava diferente naquela tarde, algo no zumbido do ar que tomou conta da casa numa grande onda.

Elodie Bennet, esparramada sobre a roupa de cama recém-lavada, afastou os cabelos loiros dourados dos olhos e virou a cabeça na direção do tom urgente da mãe, que parecia vir da sala de estar no andar de baixo.

Seus dedos acariciaram levemente as páginas gastas do livro com o qual ela estava se entregando, deliberando se fingiria que não ouviu a Sra. Bennett ou se iria com calma, como sempre faria. Mas com essa urgência espalhada de forma tão clara em sua ligação, Elodie sabia que não deveria mexer com a mãe desta vez.

Uma empregada passou correndo por ela enquanto ela atravessava o corredor, rápida como um raio, com uma expressão bastante impressionada no rosto enrugado, uma trouxa de roupas empilhadas em seus braços fortes.

A casa dos Bennet era excêntrica e acolhedora, com belas pinturas e antiguidades que tinham sido graciosamente transmitidas de geração em geração pelos seus antepassados. Nenhum deles valia muito, apenas coisas para preencher os espaços vazios de sua casa.

Elodie entrou na sala, com um brilho curioso se formando em seus olhos quando encontrou suas outras cinco irmãs: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia. Cada uma parecia estar mais de animada que a outra enquanto se sentavam no sofá.

"O que eu perdi?" Elodie refletiu enquanto se sentava ao lado de Mary, a filha um tanto indelicada e impertinente, que gostava de nada mais do que manter seu piano e ignorar o mundo exterior.

Embora Mary fosse um tanto distante, ela gostava da irmã mais velha, que foi quem a ensinou a tocar piano, e por isso ofereceu um pequeno sorriso ao ouvi-la entrar na sala, o que a menina mais velha retribuiu. Lydia, a mais nova dos dois Bennet — e bastante animada— pulou na cadeira e sorriu alegremente.

Seus cachos castanhos estavam uma bagunça em torno de suas têmporas pálidas, mas de uma forma cativante que só uma jovem conseguiria fazer. "Apenas a coisa mais emocionante que nos aconteceu durante todo o ano! Oh, você deve contar a ela, Jane, pois estou ficando sem fôlego!"

Elodie olhou para Jane, esperando que ela pudesse fornecer algum esclarecimento muito necessário.

Jane Bennet, a mais velha e mais bonita das seis, riu e com a palma da mão gesticulou para que sua irmã se sentasse ao lado dela, Elodie prestando atenção. "Mamãe acaba de compartilhar conosco que um certo Sr. Bingley estará ocupando Netherfield."

Elodie acenou com a cabeça com o lábio inferior franzido, imaginando claramente a infame propriedade grande. Embora ela nunca o tivesse visto pessoalmente, muitas histórias foram contadas sobre seus exuberantes gramados e jardins. Sem mencionar que a biblioteca deveria ser uma das maiores da região.

Lydia zombou e se aproximou das duas, agarrando o braço de Elodie com força e olhando para ela com olhos de coruja. "Ele ganha £ 5.000 por ano! Isso seria o suficiente para me comprar todas as lindas fitas e chapéus que eu quiser!"

Kitty acenou com a cabeça ansiosamente. "Sem mencionar que ele é solteiro." Os quatro gritaram juntos, Elodie rindo ao vê-las. Elas estavam muito entusiasmadas em conhecer esse estranho, especialmente se uma delas pudesse ter a chance de ser sua esposa.

"Bem, esperemos que ele venha ao baile amanhã à noite." Elodie respondeu com uma sobrancelha loira arqueada. Como se suas palavras tivessem desencadeado algo dentro de suas irmãs, todas coletivamente, e muito lentamente, olharam para o pai, que estava confortavelmente escondido no canto da sala, com os braços sobre a barriga enquanto observava suas filhas, confuso.

Alcaçuz e tinta | Mr. DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora