(vocês perceberão o quanto gosto delas ao longo desta história).
Antes de mais nada, muito obrigada por terem se interessado por esse plot. Durante muito tempo – possivelmente mais tempo do que vocês imaginam rs, a escrita me foi um refúgio.
Aprendi que palavras têm poder, mas só porque damos poder a elas. O que, obviamente, pode ser "perigoso" caso elas sejam utilizadas pra um objetivo não tão genuíno.
Enfim... A razão dessa carta...
Vocês sabiam que, no Brasil, a cada oito minutos uma mulher é estuprada? Pesado saber dessa informação, né? Principalmente se pensarmos que – nesse ponto eu afirmo com tranquilidade – todas as chances apontam pra que muito possivelmente você conheça alguma mulher que já foi estuprada... No pior dos cenários, você é essa mulher.
Eu sei que o dado que eu trouxe é injusto, principalmente porque também sei que homens podem ser vítimas de estupro. Além disso, se fizermos um recorte ainda maior, a comunidade LGBTQIA+ é a maior vítima. Mas... por hoje vamos nos ater às mulheres, ok?
A minha psicóloga, ao longo desses quase quatro anos de terapia, sempre me disse que escrever era um método incrível de colocar pra fora o que eu ainda não me sentia pronta pra dizer nas sessões.
Pra ser honesta, algumas coisas, eu só sinto que talvez nunca esteja verdadeiramente pronta pra falar.
Essa história surgiu assim: da mistura da necessidade de falar com a vontade de gritar pro mundo que, mesmo que você seja parte das estatísticas, você não está sozinha.
Essa história surgiu da necessidade de dizer que, às vezes, um trauma nos marca tão profundamente que mesmo que, no fim das contas, "nada" tenha acontecido, a possibilidade também é um demônio pra você, e o "e se" vai te assombrar.
Essa história surgiu, sobretudo, como uma tentativa de dizer que, por mais doloroso que seja se enxergar como parte das estatísticas, também é importante entendermos que, acima de tudo, somos sobreviventes.
E é exatamente pelos pontos apresentados acima, que eu peço pra vocês terem empatia e respeito com esses personagens. Tenham empatia com o que eles passaram. Tenham empatia pelo processo de cura de cada um deles.
Mas, sobretudo, tenham empatia com a pessoa que está ao seu lado que, talvez, sem que você sequer saiba, enfrenta os maiores demônios dentro de si com um sorriso no rosto.
Sobreviventes são fortes e não estão sozinhos.
Espero que vocês gostem de Safe & Sound, que é meramente ficcional e que em nada, absolutamente em nada, tem a ver com os atores do show.
E se, em algum momento alguém se sentir desrespeitado ou ofendido, saiba que eu estou sempre disposta a rever qualquer atitude e me desculpar adequadamente.
Com amor,
Mandinha.
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Safe & Sound
FanfictionJulie, com ajuda de amigos, tenta lidar com a escuridão que a tomou depois de um acontecimento trágico. Luke, sendo pura luz, ajuda uma amiga dos seus amigos a superar certos traumas. E quem sabe reviver a sua paixão por música. ⚠️ 𝐀𝐥𝐞𝐫𝐭𝐚 𝐝...