Capítulo 2: Pov Jão

50 5 1
                                    

Naquela noite enquanto Dr. Carlos me arrastava para o carro, Bela e minha mãe tentavam segura- lo e acalmá-lo, na tentativa de que ele não me machucasse. Quando entramos no carro, com as portas e vidros filmados fechados, fui atingido por um tapa em meu rosto, que deixou meu rosto quente e vermelho, tapa esse dado por meu pai. Seguimos o caminho até nossa casa em silêncio, eu sentia o rosto queimando por conta do tapa.

Quando chegamos a residência de Dr. Carlos, Jefferson nosso motorista me deu um olhar de piedade, mas que dizia, tenha força garoto. Ao entrarmos na casa Dr. Carlos me disse. - João Vitor vá direto para o seu quarto, depois teremos uma conversa séria. Sentindo o tom ameaçador na voz de meu pai subi até Meu quarto, no momento em que fechei a porta atrás de mim, senti as lágrimas grossas e pesadas rolarem dos meus olhos pela minha bochecha, ali deitado em minha cama me permito chorar.

Não sei por quanto tempo chorei, nem quanto tempo se passou, mas já havia me acalmado, quando ouço passos no corredor e vejo a porta ser aberta com força, e meu pai entrar no quarto. Ele parecia mais calmo, mas seus olhos ainda brilhavam cheios de ira. Enquanto me encolhia em um canto da cama temendo do que ele poderia ser capaz. Para minha surpresa ele não veio para cima de mim, não gritou, apenas pegou uma cadeira e colocou ao lado da cama próximo a mim.

Com a voz baixa, mas ainda carregada de raiva Dr. Carlos começou a dizer. - Eu já decidi o que vou fazer com você, hoje mesmo estou te mandando para um colégio interno, com ensino de alto padrão fora do país, é já que você fala inglês tão bem, não terá nenhum problema com a língua americana.

-mas papai nós já estamos no final do ano, não posso começar em uma nova escola faltando menos de um mês para acabar as aulas. Tentei argumentar com meu pai para que ele deixasse que ao menos terminasse o ano ao lado dos meus amigos. Eu precisava tentar, mesmo que eu já soubesse a resposta.  - João Vitor, eu não me importo que esteja no final do ano. Minha decisão já está tomada, já ordenei que Jefferson organize as suas coisas e uma mala pequena, para que ele lhe acompanhe na viagem até sua nova escola, vocês partirão ainda esta noite, já que amanhã você terá aula.

Sabendo que não teria como argumentar com Dr. Carlos, decidi não discutir e evitar novos conflitos com meu pai. Dr. Carlos se retirou do quarto quando já não havia mais nada a dizer, dando passagem a Jefferson que me ajudou a arrumar minhas malas de roupas, e organizar outras coisas, que fiz questão de levar comigo, como o teclado que comprei com o cache de um desses show que vez ou outra havia feito.

Jefferson que era como um tio, ou até mesmo como um pai para mim, tinha em seus olhos um brilho triste, como se me pedisse perdão por apenas cumprir as ordens que meu pai lhe dava. Eu sei que Jefferson me queria tão bem, como a seu próprio filho, pois sim eu era como o filho que ele nunca teve. Quando nossa bagagem estava pronta, ele se dirigiu até mim e com a voz carregada de pesar me disse

- Menino João, me perdoe, eu não queria estar fazendo isso, me dói ter que te lavar para longe, mas eu preciso fazer isso, será melhor pra você, não quero que precise sofrer  com consequências maiores. Vi seus olhos formarem lágrimas que ele não permitiu que rolassem por seu rosto, sei do sentimento paterno que ele tem por mim, apesar de ser nosso motorista, Jefferson sempre cuidou de mim como um filho, temos muito carinho um pelo outro.

Saímos do quarto com minha bagagem para a viagem, rumo ao carro que nos levaria até o aeroporto, precisamos fazer duas viagens para conseguirmos carregar tudo. Voltamos para sala de casa apenas para que eu me despeça de Bela e de minha mãe, que por algum motivo ainda está aqui. Vou embora sem me despedir do Dr. Carlos, apenas não quero ver meu pai.

Depois de um longo trajeto de carro estamos no aeroporto Internacional de Guarulhos, embarcando em um avião rumo a Los Angeles, sei disso pois vi quando nosso voo foi chamado no painel de embarque. Já acomodados em nossos assentos lado a lado dentro do avião, olhei para meu acompanhante e disse. - Jefferson, Los Angeles? É sério? Você já sabia desse colégio? Ele apenas me respondeu que não fazia a menor ideia, que só teria sido informado de nosso destino no momento de nossa partida. E também que eu precisava dormir pois teria aula logo que chegasse no tal colégio.

Coloquei meus fone de ouvido, entrei no Spotify e coloquei minha playlist favorita, era uma de Mpb, mas que também tinha muitas músicas do Cazuza, claro meu cantor favorito e minha principal inspiração no mundo da música. Cerca de 40 minutos depois acabei adormecendo devido ao cansaço do dia longo que havia vivido.

Já haviam se passado cerca de 12 horas, quando ouvi o piloto da aeronave anunciar nosso pouso no aeroporto de Los Angeles. Quando descemos do avião e passamos pelos portões de desembarque, já havia um carro com motorista nos aguardando para nos levar até a escola.

Depôs de um percurso de carro, que levou cerca de 20 minutos chegamos ao Fairfax Christian Intern  School.  Ao andar pelo colégio notei que a fachada e os corredores, me lembravam Hogwarts. Caminhamos até a sala do diretor, o Sr. Caio Diaz. Uma sala bem decorada, com móveis em branco e preto, algumas obras de arte penduradas pelas paredes e um lindo carpete azul no chão.

Durante a conversa com Sr. Caio Diaz fui informado que ficaria no dormitório 7, e que teria um colega de quarto veterano do colégio, também me disse que qualquer dúvida ou problema pideria procurar por ele. Me informou qual seria minha sala e disse para que eu fosse até meu quarto acomodar minhas coisas, e que encontraria meu novo uniforme sobre a cama, para que me prepara-se, pois teríamos aula em breve.

Caminhamos pelas alas onde haviam algumas salas, e também pelos corredores dos dormitórios, até que chegássemos até a porta de meu dormitório. Quando adentrei ao dormitório encontrei um quarto com duas camas de solteiro, uma em casa lado do quarto, serparadas por criados-mudo, com um quadra roupas gigante dividido em duas partes, uma para cada morador desse dormitório e um banheiro para que dividissemos.

De fato o quarto era dividido em dois e meu colega de quarto ficava com a cama próxima a porta. O quarto parecia realmente dividido ao meio. Havia algo que me intrigava na parte reservada ao meu colega de quarto, algo que me parecia meio sombrio e até misterioso.

Pedi a Jefferson que me ajudasse a colocar alguma coisas no lugar, pendurei algumas roupas nos cabides em minha parte do guarda roupas, coloquei meu teclado atrás das roupas penduradas, organizei alguns livros como: A Saga Crepúsculo e O Morro dos Ventos Uivantes, no criado-mudo, coloquei meus tênis no armário. Vendo as horas decidi me aprontar, e vesti meu uniforme pois teria aula daqui 30 minutos.

Agradeci a Jefferson por ter vindo comigo e me ajudado com tudo, lhe dei um abraço, como um jesto de carinho e agradecimento. Ele se despediu de mim dizendo. - se cuida, e boa sorte, meu garoto, toda sua alegria contagiante fará falta naquela casa, até que você volte. Com um olhar carregado de ternura se aproximou e beijou o topo de minha cabeça, um jesto de carinho, como alguém que deixa um filho. E assim ele me deixou sozinho em meu quarto.

..................................................................................

Oi, como vocês estão? Espero que bem.

Esse capítulo me deixa um pouco insegura, acho ele não tão legal como o primeiro, mas precisava levar o João até o colégio né haha. Espero que gostem do capítulo.

No próximo capítulo teremos o 1° Pov Pedro, e também o primeiro encontro dele com João. O que vocês acham que vai acontecer? Como acham que será o primeiro encontro deles?

Volto amanhã com o próximo capítulo dessa história.
Beijinhos da Bella

Até lá!

Na Cidade dos Anjos, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora