Capítulo 06: Comensais da Morte.

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— Enervate!

Winky mexeu-se fracamente no chão.

Seus grandes olhos castanhos se abriram e ela piscou várias vezes de um jeito meio abobado.

Observada pelos bruxos ao seu redor em absoluto silêncio, ergueu o tronco aos poucos e se sentou. Avistou, então, os pés do Sr. Diggory na frente dela e lenta, tremulamente, ergueu os olhos para fixar seu rosto; então, mais lentamente ainda, olhou para o céu.

Harry viu ocrânio flutuante refletir-se duas vezes em seus enormes olhos vidrados.

Ela soltou uma exclamação, olhou a clareira em volta, agitada, cobriu a boca com as mãos e irrompeu em soluços aterrorizados.

—  Elfo! — Disse o Sr. Diggory severamente. – Você sabe quem eu sou? Sou do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas!

Winky  abraçou os joelhos pontudos e começou a se balançar no chão para a frente e para trás, a respiração saindo em fortes arquejos. Harry no mesmo instante teve que se lembrar de Dobby em seus momentos de aterrorizada desobediência durante seu segundo ano.

— Como você está vendo, elfo, a Marca Negra foi conjurada aqui há alguns instantes — Acusou o bruxo a pobre elfa. — E você foi descoberta, pouco depois, logo embaixo dela! Sua explicação neste instante, por favor!

— Eu... eu... eu não estou fazendo isso, meu senhor! — Winky ofegou horrorizada. — Eu não estou sabendo, meu senhor!

— Você foi encontrada com uma varinha na mão! — Vociferou o Sr. Diggory, brandindo a varinha diante dela.

E quando a varinha refletiu a luz verde, vinda do crânio no alto céu, que inundava a clareira, Harry a reconheceu imediatamente.

— Ei... é minha! — Harry disse a eles confusa de como sua varinha tinha ido parar ali. Todos na clareira olharam para a garota.

— Perdão? — O Sr. Diggory disse incrédulo.

—  É a minha varinha! — Harry como se fosse óbvio, Cedric que a desculpasse, mas seu pai era um idiota e além disso, parecia ser surdo. – Deixei-a cair!

— Deixou-a cair? — Ele repetiu mais uma vez incrédulo. — Isto é uma confissão? Você se desfez dela depois de conjurar a Marca?

— Com licença?! — Harry disse ofendida levando a mão até a cintura.

— Amos, lembre-se de com quem está falando! — O Sr. Weasley saltou para frente para defendê-la, muito zangado. — Acha provável que Harry Potter conjure a porra Marca Negra? — Perguntou furioso, Rony, Harry e Hermione olharam surpresos para ele com o palavrão.

— Hm... claro que não. — Murmurou o Sr. Diggory devidamente envergonhado. — Me desculpem... Acho que me empolguei…

—  Em todo o caso, não a deixei cair lá. — Harry tornou a explicar, indicando com o polegar as árvores debaixo do crânio. — Dei por falta dela logo depois que entramos na floresta.

— Então… — O Sr. Diggory falou lentamente, seu olhar endurecendo ao se virar novamente para Winky que se encolhia aos seus pés. — Você encontrou a varinha, não foi, elfo? E você a pegou e pensou em se divertir com ela, é isso?

— Eu não estava fazendo mágica com ela, meu senhor! —  Guinchou Winky, as lágrimas correndo pelos lados do nariz achatado e grande. — Eu estava... eu estava... eu estava só pegando ela, meu senhor! Eu não estava fazendo a Marca Negra, meu senhor, eu não sei fazer!

— Não foi ela! — Harry pulou na frente antes que Hermione pudesse abrir a boca.

— Eu já disse, havia um homem ali! — Hermione acrescentou. Ela e Harry pareciam muito nervosas com todos eles, dizendo o que pensavam diante de todos aqueles bruxos do Ministério, mas, ainda assim, decididas. — Winky tem uma vozinha esganiçada e a voz que ouvimos dizer o que se parecia com um feitiço era muito mais grave! — Ela olhou para os lados à procura de Harry e Rony, à procura de apoio. — Não parecia nada com a voz da Winky, parecia?

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