Capitulo 81

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pov' seungmin

Quando cheguei em casa, minha mãe e meu pai quase explodiram de ódio ou preocupação, mas não disse nada a eles e apenas subi direto para o meu quarto, até porque, não iria conseguir explicar nada nas condições que eu estava.

Completamente surpreso e despedaçado. Nunca esperei que aquilo fosse acontecer com a gente. Bom, pelo menos não naquela hora, não naquele dia. E isso me permitiu cair no chão de uma distância maior do que eu esperava, maior do que eu estava preparado.

O meu despertador começa a tocar para eu acordar e me levantar para ir pra escola, mas não cheguei nem a dormir esta noite. Só sei que estou completamente desidratado. Não me mexo ou me levanto da cama, o único esforço que eu faço é para desligar o som irritante do despertador que não para de ecoar pelo quarto.

Alguns minutos depois, ouço minha mãe me chamando. "Seung, seu pai tá te esperando lá fora."

Não respondo.

Então ela chama novamente, mas eu a ignoro pela segunda vez. Coloco um travesseiro em cima da minha cabeça e finjo que tudo já passou. A escola, as pessoas, as brigas, Bang Chan. Mas tudo ainda está aqui.

Ouço uma pancada na porta e ouço ela se abrindo. Provavelmente é a minha mãe falando para eu me levantar, mas não me mexo.

"Você sabe que horas são?" Pergunta ela irritada.

"Hora do mundo acabar?" Respondo, com a cabeça girando e a voz rouca abafada pelo travesseiro.

Mas minha mãe não diz mais nada. Só ouço ela se aproximando e se sentando na cama.

"Seung? O que aconteceu?"

Como não tenho mais lágrimas para chorar, apenas fecho os olhos e respiro fundo.

"Desde que dia? Muitas coisas aconteceram, mãe."

"As vezes sinto que não sei de nada sobre a sua vida."

Solto um sorriso sarcástico. Olha o que acontece quando eu tento me abrir um pouco mais.

"O que? O que aconteceu?"

Eu então tiro o travesseiro do meu rosto e a encaro com o rosto completamente inchado.

"Eu acabo precisando ir para a escola" me levanto imediatamente e vou até o meu banheiro.

Não vou conversar sobre nada agora, até porque não vai adiantar nada. E se eu precisar ir para o último lugar que eu quero ir agora para não ter essa conversa com ela, então que seja.

Entro no banheiro e fecho a porta, mas ela vem até mim e bate na porta. "Seung, não vai me contar?"

"Não."

"Por que não?"

"Porque se você não se importou antes, também não vai se importar agora. E, por favor, já estou atrasado, se quiser me deixar em paz para eu me arrumar, seria ótimo."

A ouço suspirando do outro lado da porta e se afastando um pouco, mas então diz:

"Só se lembre que eu te amo."

Me olho no espelho e sinto meu coração despedaçar novamente. Meu rosto está completamente inchado de tanto chorar e me sinto tão fraco que estou com medo de ficar em pé por muito tempo, porque sinto que a qualquer momento vou cair.

Eu quero tanto falar com ela, sinto tanta falta de conversar com ela como fazíamos antigamente, antes de tudo isso. Até mesmo antes de eu começar a namorar com o Minho. Sinto falta de abraçar meu pai e ouvir seus conselhos sábios, ou de encontrar conforto nos braços da minha mãe.

Sinto falta de absolutamente tudo.

E sei que eu me afastar deles não foi culpa do Bang Chan, até porque ele nem havia retornado na casa da sua mãe ainda. Isso aconteceu quando eu comecei a ficar mais próximo das pessoas que apenas algumas semanas atrás se mostraram ser as amizades erradas. Pelo menos pra mim.

Mas não os culpo por eu me distanciar dos meus pais, porque fui eu que permiti isso, eu que me deixei ser levado para longe deles, por absolutamente motivo nenhum. Olho para o espelho na minha frente, para mim.

Será que as coisas ficaram mais claras agora? Será que meus olhos foram abertas depois de tanto tempo? Será que a queda fez tudo fazer abeiro novamente?

Olho para baixo e vejo meu colar que ficou enterrado no alto do morro por tanto tempo. Ele, principalmente agora, significava muita coisa para mim, mas não são coisas que podem ser explicadas, são apenas sentimentos. Sentimentos únicos. O deixo de lado e me apresso para me arrumar.

Quando vou para a escola, escondo meu rosto com uma blusa cinza duas vezes o meu tamanho e um boné preto. Algo completamente diferente do que eu normalmente visto, mas quem se importa com moda nestas condições.

Hoje eu tinha apenas uma prova, mas mal consegui respondê-la porque meus pais, o Han e Bang Chan não saiam da minha cabeça. Fiquei o tempo todo pensando se Bang Chan estava certo sobre o que fez, ou o motivo dele ter feito isso.

Ele falou que nosso relacionamento estava nos machucando de novo, mas eu não acho que seja isso. Acho que eram as mudanças que estavam nos machucando, não nosso relacionamento. Mudanças podem ser dolorosas demais as vezes, principalmente para pessoas como eu, que não sou acostumado à elas.

Talvez ele estivesse certo sobre ser errado eu achar felicidade apenas nele, mas onde mais poderia encontrar felicidade se eu estava afastada de todo mundo a não ser dele? Aquilo não devia ter terminado. Não devia.

Bang Chan abriu meus olhos para muitas coisas, mas as vezes acho que nós dois ainda estamos cegos para muitas outras mais.

Tenho inúmeras joias na minha vida, mas as vezes eu apenas não sei como aprecia-las, e talvez deva ser porque eu as coloquei em uma caixa assim como Bang Chan fez, as afastei de mim achando que ia melhorar as coisas, quando o que fez foi apenas me deixar mais infeliz.

E agora eu tinha o Han, que era incrível, era o meu amigo e se importava comigo assim como eu me importava com ele. Han é o tipo de amigo que eu deveria guardar pela vida inteira, a pessoa que eu queria ter conhecido antes. Mas talvez eu tenha a afastado mais do que devia ou gostaria, e agora não vou mais permitir que isso aconteça.

Já que as coisas mudaram, devo mudar com elas, devo aceitar. Talvez até mesmo perdoar, mesmo que isso seja extremamente difícil. Fiquei tempo demais achando que o mundo era sempre o mesmo, e agora vi que não é, agora vi que eu mudei e não devo buscar por o que era antigo.

Mas de uma coisa eu tenho certeza, eu quero mudar longe dele, eu quero mudar com ele. Não quero superá-lo. Meu tempo para pensar termina quando vejo o professor recolher as provas da mesa dos alunos.

Vejo que respondi apenas metade da prova e me apresso para responder o resto, mas quando vejo que não daria mais tempo de ler tudo e como a prova era inteiramente de marcar, eu chuto o resto. Essa havia sido a minha última aula depois do almoço, então encontro meu caminho até o refeitório, mas alguém chama meu nome pelo corredor.

Olho para trás e procuro quem me chamou, então vejo o senhor Wilson, meu professor de literatura, se aproximar de mim.

"Seungmin" ele suspira cansado. "Puxa, como você anda rápido."

Say My Name | Chanmin/SeungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora