Capitulo 45

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pov' bang chan

Acordo com o som da chuva forte batendo contra o chão e o telhado da minha casa. E quando olho no relógio, já está na hora de levantar para ir para o colégio, o que é uma pena, porque hoje é um dia perfeito para dormir até tarde. Olho pela janela e não enxergo quase nada por conta da chuva forte que cai. Os sons dos trovões passeiam pelo céu e cantam de forma totalmente imponderada e poderosa.

Algo nunca me encantou tanto quanto o som de um trovão, o que é particularmente estranho, já que a maioria dos homens se sentem assustados pelo som alto e intimidador que eles fazem, mas por algum motivo é um dos sons que mais me agrada.

De longe e com dificuldade, consigo ver Seung acordando e se arrumando no outro lado da rua. Não consigo ver muito, mas o imagino com seus olhos pouco inchados por ter acabado de acordar e seu cabelo bagunçado.

Mas é difícil saber quando o clima se encontra em um estado tão agitado e rebelde. Alguns segundos depois de observá-lo, o vejo indo até a janela para observar a mesma coisa que eu, a chuva que cai sobre o gramado, mas seus olhos chegam até a minha janela e me sinto obrigado a me esconder parcialmente por trás da cortina.

Depois do que aconteceu ontem, não posso me dar o luxo de encará-lo de forma tão indiferente como fazia antes, por mais que esse não era e nunca foi meu olhar sincero.

Me arrumo e parto para a escola. Quando entro no corredor, estou completamente molhado. Por mais que tenha vindo de carro ainda precisei andar muito, porque acabei estacionando o carro muito longe da entrada da escola, e agora está parecendo que eu acabei de tomar um banho de roupa, o que não foi diferente do que aconteceu.

Minha blusa gruda no meu corpo e pinga gotas de água a cada passo que eu dou. Minhas botas encharcadas fazem barulho toda vez que me movo, e meu cabelo agora também está completamente bagunçado.

Algumas meninas me olham com pequenos sorrisos e os meninos me olham com a cara fechada, mas não importa quem me olhe, não estou com vontade nenhuma de abrir um sorriso agora.

Adoro o som de trovões, mas odeio quando sou encharcado pela água da chuva, ainda mais quando não tenho como trocar de roupa. O sinal toca e todos os alunos vão para suas devidas salas, exceto eu, obviamente.

Antes de ir para sala, decido ir até o banheiro para me secar um pouco. Não posso chegar na sala de aula assim. Estou completamente desconfortável, então além de não prestar atenção na aula, ainda vou acabar ficando de mal humor pelo resto do dia. Já me conheço bem demais para saber que isso vai acontecer.

Estou prestes a entrar no banheiro quando vejo Seung vindo de longe. Ele está ainda mais molhado do que eu, e pelo seu estado raivoso, posso concluir que ele tentou esperar a chuva passar para vir para a escola, mas como a chuva não passou, ele teve que vir com chuva mesmo e ainda chegou atrasado, o que sei que ele odeia.

Pelo menos quando a sua primeira aula é de física, que é estranhamente — uma de suas matérias favoritas. Mas isso tudo é só um palpite. Quando ele me vê de longe, ele para no meio do corredor, faz uma cara de bravo e dá a volta.

Não acredito que ele realmente não vai entrar neste banheiro só porque eu estou no banheiro ao lado. Agora, o banheiro mais próximo fica apenas no andar de cima, o que significa que ele tem que andar muito para chegar lá.

Ele já não cansou de ficar bravo comigo? Sei que nem sempre sou uma pessoa muito gentil, mas acho que já chega de ser ignorado, já aprendi a minha lição.

"Seung," o chamo. "Até quando isso vai durar? Volta aqui." Ele me ignora. Continua andando com passos largos e ligeiros, o que me faz precisar correr um pouco para alcançá-lo.

"Você não acha que já me ignorou o quanto eu merecia?" Pergunto. Seung se vira para mim bruscamente e, como eu estava correndo para alcançá-lo, acabo quase batendo de frente com ele quando ele se vira.

Quando o olho de perto, noto que as pontas do seu cabelo estão todas juntas por causa da chuva. O corretivo escorreu um pouco pelo seu olho e o fez se parecer como uma fantasia de teatro, e de alguma forma o deixou ainda mais bonito.

Desço para a sua boca e vejo gotas de água em sua nela. Mas volto ao mundo real quando aquela boca começa a falar.

"Se eu fosse te ignorar o quanto você merece, Bang Chan, pode ter certeza que nós nunca iríamos nos falar novamente." Sua voz sai tão firme quanto uma rocha, mas consigo ver a ponta dos seus dedos todos tremendo.

"Isso é muito tempo" brinco.

"Isso não é uma piada, Bang Chan, porque você está sendo tão idiota?"

"E o que você espera que eu faça?" Pergunto alto.

"Isso é sério? Você não sabe o que fazer?" Ele ri. "Você é tão patético, Bang Chan, aposto que ninguém nunca te colocou nesta posição, aposto que nunca teve que pedir desculpa para ninguém porque todos sempre acham você o máximo..."

"Nunca tive que pedir desculpa?" A interrompo. "Se você acha que não posso falar coisas que não sei sobre sua vida, o que te faz achar que você tem o direito de falar coisas da minha?" Seung fica calado, mas a raiva não sai do seu rosto.

Seu corpo começa a ficar agitado e inquieto, como se ele fosse explodir daqui a alguns segundos

"Então ótimo, ninguém fala de ninguém, ninguém conversa mais ou se relaciona, obrigado por me livrar, Bang Chan." Ele diz, já se virando para ir embora. Mas eu sou mais rápido que ele e fico na sua frente, o impedindo de seguir seu caminho.

"Espera aí, te livrar?" Pergunto.

Antes que o Seung possa responder, uma voz de algum professor impaciente ecoa pelos corredores e chega até nós. Então, para não nos metermos em confusão, puxo Seung para uma sala vazia que estava a poucos metros de nós e tranco a porta.

"Você acha que eu estaria te livrando exatamente do que, Seung?" Pergunto me aproximando dele. "Das melhores sensações da sua vida? Do prazer? Do que apenas eu te fiz sentir?" Seung dá passos para trás até encostar na janela gelada.

Suas costas se arqueiam por conta do choque frio e tentam se afastar de lá, mas sua mente fica claramente em confusão consigo mesmo entre se afastar de mim ou da janela, então Seung se posiciona entre nós dois.

"O que você está pensando? Porque você quer tanto se afastar de mim?" Pergunto dando mais um passo para frente. Seung, novamente, não me responde nada, mas seu corpo totalmente inquieto e sem fôlego me conta tudo.

Say My Name | Chanmin/SeungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora