Capítulo 2-

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(Capítulo em revisão)

EVA B.

Darei asas (para depois cortar) aos meus sonhos, mergulhando de cabeça na arte que pulsa em minhas veias.

O teatro! 🎭

Minha paixão mais profunda e visceral, que me aguarda ansiosamente para desvendar seus encantos.

Contudo, meu coração está dividido entre a emoção de seguir minha verdadeira vocação e o receio de desapontar aqueles que amo. Escolhi guardar para mim a decisão de embarcar nessa jornada teatral, temendo o peso do julgamento e das expectativas alheias.

Será que mamãe, papai e Margot compreenderiam a intensidade do meu amor pelo teatro? Ou será que enxergariam apenas um desvio de foco, um afastamento do caminho tradicionalmente esperado para mim?

O medo de ser incompreendida é como uma sombra persistente em meu caminho.

No entanto, não posso negar a força inegável que o teatro tem sobre mim. É nele que encontro refúgio, expressão e plenitude.

Mesmo que os holofotes nunca me encontrem no palco, sei que a arte sempre será parte indelével de quem sou. Ela ecoará em minha alma, talvez até mesmo ganhando vida nas páginas de uma história por escrever.

Eu amo a arte.
Eu vivo pela arte.
O Teatro é o meu lar.

Em um mundo onde meus sonhos se entrelaçam com a realidade, meu coração pulsa ao ritmo da arte da atuação. Meus olhos brilham nos palcos, meu espírito se eleva ao interpretar personagens e minha alma dança nas emoções que desperto no público.

No entanto, as sombras da incerteza e da necessidade já não pairam mais sobre mim. Ao concluir o ensino médio irei com o meu inegável talento para a advocacia, decidindo trilhar o caminho do Direito, seguindo uma estrada de promessas e desafios. A promessa de me tornar juíza brilha como um segundo sol em meu horizonte.

O conflito entre seguir a razão ou o coração, já esteve muito presente em minha vida. Esse período foi como como páginas em branco esperando ser preenchidas com a tinta da minha jornada. Hoje, já tenho as tintas que serão usadas para por em prática a minha arte.

Será Direito.
Serei Juíza.

Posso não ser atriz nessa jornada, mas levarei a atriz comigo, para talvez em outra vida escrevê-la no papel.

Hoje, diante da iminência da minha primeira aula de teatro, sinto-me como uma flor prestes a desabrochar.

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Fiz tudo em segredo, não contém a ninguém que hoje seria a minha primeira aula de teatro.

Minha família pensava que eu estaria indo a algum curso qualquer de pessoas que gostariam de seguir a área de Direito.

Mas.. Por que não entrar para a escola de teatro? Por que não fazer o que eu gosto? —Meu futuro que não decepcionaria a ninguém e que garantiria minha vida já havia sido escolhido mesmo!

Vesti a roupa mais confortável que tinha em meu guarda-roupa. Meu moletom especial e minha calça legging.

Uma hora antes da aula começar, eu já estava prepa-rada para chamar o Uber.

Escolhi a oficina de teatro em uma cidade vizinha, porque se eu optasse por uma daqui do vilarejo, SE EU RESPIRASSE , em dois segundos, pessoas como Dona Lurdes já estariam querendo colocar até em capa de jornal!

O FILHO DO PADREOnde histórias criam vida. Descubra agora