Lily segurava na mão de sua mãe, estando cansada e com sono. Esperava finalmente chegar em casa para dormir. O seu pai parecia estar sorrindo e satisfeito enquanto voltavam caminhando até seu lar.
Os três estavam vindo de uma festa naquela noite. Na opinião de Lily com 11 anos, foi barulhenta e cheia de vida, apesar de estar sozinha para brincar. Acontece que foi a única criança que participou da festa e acabou ficando no meio de muitos adultos, o que gerou uma sensação de exclusão e desconforto. Apenas manteve seu pequeno sorriso tentando ao máximo se divertir e ficar comportada como um esforço para deixar seus pais confortáveis, o que realmente aconteceu.
Acreditava que se mantivesse um sorriso e tentasse se divertir, esqueceria o desconforto, mas agora estava cansada e voltando com seus pais para casa enquanto pensava apenas em se deitar. Na verdade, estava quase apagando ali mesmo de sono.
Mas, de repente, ao virar a cabeça para o lado, se deparou com uma linda loja colorida e cheia de vida naquela noite escura. Isso despertou a atenção e a fez ficar atenta, acordando um pouco com as luzes que prenderiam o olhar de qualquer criança como se estivesse a chamando.
De longe, pôde ver na vitrine um doce rosa e retangular, por algum motivo parecia bem destacado, dando vontade de comer. Conseguia quase ouvir uma voz a chamando para perto.
"Mãe! Olha ali!" - Lily apontou com sua mão livre de forma ansiosa enquanto seu tom refletia a pressa em que estava para comer aquele doce. Estava se sentindo agoniada enquanto tinha esperança de que sua mãe olhasse para a vitrine.
"Agora não." - A mãe de Lily apenas mandou a pequena ficar quieta enquanto conversava sobre algo com o pai dela sem sequer olhar ou dar atenção aos pedidos da filha. A mãe continuava segurando na mão da garota de uma forma firme ao andaram pela calçada.
Como ainda era jovem, não entendia direito a conversa que seus pais tinham. Na realidade, nem se importava muito, já que a loja e o doce cor de rosa tinham prioridade no momento, então começou a se esforçar mais para chamar a atenção, quase entrando em desespero pelo doce, apenas para ser deixada de lado. Uma pequena decepção se formou, sentiu que aquilo foi em vão e falhou em sequer ter algum interesse de algum de seus pais que pareciam sérios enquanto a mandavam se calar.
"Mas..." - Murmurou com a voz baixa, sentindo-se completamente invisível com a negação e a falta de interesse dos pais. Agora realmente dava para notar uma certa briga, pareciam ocupados demais discutindo entre si.
Sentiu-se um pouco ofuscada, sem lugar de fala. A briga se intensificou ao longo da conversa, apesar de não entender o contexto ou a essência da discussão, sabia que estavam falando de dinheiro e discutindo por algo relacionado à celebração que deixaram.
Ao perceber que realmente nada adiantaria por causa da situação, apenas virou a cabeça novamente para o doce com aquele rosa bem aparente que atraia a atenção de seus olhos, tentando ignorar o que seus pais diziam porque a briga deles dava uma sensação ruim e desagradável no peito. Porém, o foco que agora tinham na discussão fez os três pararem de andar.
Naquele momento de distração, de repente sentiu que sua mão estava livre, percebendo que sua mãe a soltou, se concentrando mais em gesticular de uma forma furiosa para seu pai do que segurar a mão de sua filha e de olho no que ela estava fazendo.
Nunca desobedeceu ou fez algo errado e até agora tinha se comportado bastante para não causar nenhum problema, no entanto... as batidas do seu coração intensificaram e a tentação foi o bastante para Lily não pensar muito nas consequências e acabou sendo levada pelo seu lado mais impulsivo.
Com receio, tendo até um pouco de medo por fazer algo que sabia ser errado, foi lentamente caminhando, sem pressa. Acabou afastada de seus pais, apesar de que sentiu quase como uma eternidade enquanto ia para longe, a voz de seus pais lentamente reduzindo.
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Lily: "No Caminho para Casa"
TerrorA história passa em um universo fictício e totalmente imaginado com foco em terror e suspense. Lily uma garota de 11 anos está vagando pela rua procurando seus pais, mas não havia ninguém enquanto sentia o arrepiante olhar do mal.