Emotions

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Mesmo com a noite consideravelmente fria, as ruas de Luisiana permaneciam animadas e cheias de luz. A música abafada se espalhava pelas vias principais da cidade onde consistiam os diversos bares, cabarés e casas de show, sendo visível os homens bêbados andando pelas ruas juntos de companheiros que cantarolavam em meio a inlucidez, assim como as mulheres arrumadas, esbanjando sua beleza efêmera e juvenil, rodando com seus vestidos brilhantes e adereços na cabeça.

Apenas as estrelas sabiam a festa que aquele lugar era, suas histórias e contos, um ambiente onde a hora para dormir não era um grande problema para aqueles que aproveitavam do deleite da vida pós primeira guerra. Porém, destoado de toda aquela folia, um pequeno loiro adentrava um dos cabarés com luzes piscantes, passando por meio das risadas e danças para se sentar perto do bar, com uma visão boa do palco onde se apresentava uma banda de Jazz. Não que aquilo tivesse algum interesse para ele, então somente se virou para o barman e pediu um copo da bebida mais forte que tinha.

Em seus idiotas devaneios, ele pensou que mudar um pouco os ares o faria melhor, desejando por momentos ver a depravação que o levou a sua queda e aproveitar de um tempo fora de sua sala cheia de patinhos e, ao se entregar à vontade, ele se viu andando pelas ruas daquela cidade que começara a enoja-lo desde o momento que pisou ali. Não por desgosto aos humanos, claro que não. Era apenas a inveja falando alto, vendo os inúmeros casais que o rodeavam e o faziam lembrar do que naquela noite ele procurava esquecer.

Virou uma, duas, três, sete, dez doses de vodka pura, sentindo o amargor fechando sua garganta enquanto descia queimando, levando aos poucos ele a ficar suscetível ao ambiente em que estava, permitindo a música suave ir adentrando seus ouvidos e fazendo suas mãos tocarem contra o balcão. Sorriu gentil a uma bela mulher que se aproximou sentando ao seu lado, conversando com a mesma e continuando a beber até o ponto que imaginou que talvez afogar suas mágoas nas carícias de braços mundanos seria o preciso para aquela noite, porém antes de pudesse fazer um convite para se retirarem para um lugar mais reservado, a doce voz do pecado falou próximo ao seu ouvido.

– Poderia me sentar? – Ao virar para ver o dono da voz melodiosa, ele encontrou um grande sorriso e olhos castanhos que o olhavam diretamente. Se sentiu quase que invadido pela proximidade exagerada do homem de pele ocre, sendo alto, conseguindo até mesmo sentir de seu hálito um leve odor de café e menta. Olhava para o lugar ao lado do seu que estava vazio, e o loiro somente concordou com um aceno. – Alastor. É um prazer conhecê-lo. – Foi sua segunda frase naquela noite, ocupando rapidamente o lugar vago, passando as mãos pelo cabelo moreno arrumado de forma pomposa para o lado em um tipo de topete, dando para perceber traços mestiços, provavelmente filho de negro com branco.

– Ah... Lúcifer... Lúcifer Morningstar. – Se apresentou de maneira simples, rodando seu corpo no pequeno banquinho redondo para voltar a falar com a garota de antes. Para seu azar, entretanto, assim como o surgimento daquela homem, a desconhecida sumiu tão rapidamente quanto, deixando o anjo caído com um suspiro longo e um belo gole da bebida.

Your Love Is Killing MeOnde histórias criam vida. Descubra agora