Feeling Good

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O melodrama daquela manhã estava soando mais intenso que o esperado, todavia Alastor não se culpava por isso, ele culpava uma metade de homem que ousou deixá-lo com fome como nunca antes, mexendo com seu coração de maneira que seu sono foi difícil de vir, já que o músculo não parava de bombear acelerado.

Seu conto era sobre uma dançarina da qual se apaixonou perdidamente pelo barman, porém estavam fadados ao fracasso pelo pai da garota não aceitar o homem, se iniciando um clássico amor proibido, do qual eles aprofundaram essa paixão dançando juntos e se encontrando escondidos sempre que possível. Infelizmente, era inevitável ler aquelas linhas e não se lembrar da noite seguinte, quando tocou Lúcifer e pôde sentir pela primeira vez a sua pele, sua carne tão próxima, além de ver aquele sorriso que alugou um quarto em sua mente. Sua leitura, assim que chegava em partes que despertavam tais lembranças, se tornava intensa, quase como um afago aos ouvidos dos que recebiam tais palavras, tirando suspiros de moças que claramente sentiram algo diferente na voz já tão melodiosa do locutor.

Ele se perguntava se por acaso o loiro estaria ouvindo, no que estaria pensando, se estaria tão confuso com suas próprias ações quanto Alastor com as dele.

"Acha que consegue me devorar, Alastor?"

Esta frase ainda rodeava-lhe as ideias, numa incógnita gigantesca de o que aquela pergunta havia simbolizado. Ele estava desafiando-o? Mas para o que exatamente? A matá-lo?! Será que a tristeza de um homem divorciado levou a tal ponto de desejar ser devorado por alguém do qual ele afirmava tanto ser um assassino? E como ele sabia? Quais sinais deixou transparecer sua sede canibal? Claro, sem considerar sua declaração.

Perguntas, perguntas e mais perguntas, era apenas isso que o radialista cultivava em seus pensamento, todavia de uma coisa tinha certeza: nunca errou ao escolher o dono de olhos vermelhos, ainda faria aquele coelho cair em sua armadilha. Se era um desafio que ele queria, era o que teria.

Sua mente viajou em maneiras das quais mataria aquele homem, teria que ser em um lugar completamente isolado, sem residências próximas, pois tinha certeza que faria bagunça. Também levaria uma faca desta vez, ele merecia receber apenas cortes perfeitos. Obviamente não o atingiria no rosto, era lindo demais para despedaçar, queria ver sua expressão de dor, ouvir seus gritos. Interrompeu na hora estes pensamentos ao ver que estava ficando ofegante em meio a devaneios tão excitantes, precisava se controlar, no entanto imaginar o sabor da carne branca tirava-o do sério.

Finalmente seu horário de almoço chegou. Sentindo que precisava de um ar livre para manter a cabeça no lugar, caminhou até um restaurante do qual gostava muito pelos espetaculares pratos com carne de cervo, sendo estes seu substituto favorito quando a proteína que realmente desejava ainda não podia ser alcançada. Com isso, aproveitou de uma refeição suculenta, colocando em paz suas abstrações mentais enquanto degustava junto um vinho seco, apenas por ser uma combinação perfeita com o alimento. Logo, preparou-se após terminar para voltar ao estúdio, porém teve sua atenção roubada pelos fios loiros que brilhavam quase como o sol, reconhecendo de longe as roupas engraçadas brancas e a estatura hilariante.

Your Love Is Killing MeOnde histórias criam vida. Descubra agora