Eu sou um verme, eu acordo, respiro, como e trabalho, ocupo espaço, irritante como uma praga, infantil como uma criança mal crescida, um parasita mal desenvolvido, nojento, presunçoso, confuso e irritante, amarga é a sensação de viver, como Franz Kafka volto a dizer, acordo e me vejo como uma barata, me deito e me vejo como um ser abominável, desprezível como um viciado, abandonado como um mendigo e sozinho como um passarinho recém caído do ninho, corpo patético, corpo feio, mente desgostosa que não se cala ao meio do tempo, dor de cabeça eterna e maléfica, o cansaço de viver, a dor no peito e o desmaio ao meio fio, tudo isso, meu corpo, consciência e ser não é nada mais e nada menos que um verme deitado em seu ninho sem conseguir se levantar, sem comer e sem andar, um adulto mal crescido, um prostituto mal fodido.