A viagem de ônibus demorou muito, a deixando bem entendida, mas apesar da canseira que eram aquelas viagens de ônibus tinha uma coisa que ela gostava de fazer, olhar pela janela, esse simples ato era muito relaxante para Emily, olhar a paisagem urbana, ela não precisava pensar em mais, tudo o que queria era esvaziar a mente.
Após uma longa viagem ela finalmente chegou no bairro da Graça, um lugar muito prestigiado e de alto padrão, apesar de não pertencer aquele lugar as pessoas a conheciam, mas eles não gostavam muito da sua presença, sempre que Emily entrava as pessoas a olhavam torto, isso sempre a deixava muito constrangida, o que a fazia sempre olhar para baixo, apesar de se sentir desconfortável ela tinha que quebrar esse galho para Odete, já que ela teve problemas dentro do bairro e por conta disso não poderia mais voltar aqui.
Ela foi até uma das casas para entregar as roupas de seu cliente mais fiel, pelo menos Emily esperava que sim, já que um de seus clientes acabou de lhe dar um pé na bunda por ser "fascista". Emily foi chamar a moradora do casarão com um alto assobio.
— Dona Eugênia! — ela a chamou pelo menos umas cinco vezes, até que uma das funcionárias do casarão foi até a janela e fez um sinal de silêncio para Emily.
— Quer parar de gritar?
— Eu pararia se alguém abrisse o portão.
— Eu vou falar com o porteiro, só para com o barulho. — Emily revirou os olhos, havia esquecido o quão odiava essa funcionária.
A funcionária desceu e começou a esbravejar algo com o porteiro por ele não estar em seu posto, para evitar a gritaria e blá-blá-blá. A funcionária em questão se chamava Benedita, era uma mulher de 40 anos que usava um uniforme maid vitoriana o qual Emily achava super brega, porque quem trabalhava lá tinham que usar essa roupa brega. Depois de um tempo de gritaria finalmente abriram os portões. Mesmo entrando naquele lugar várias vezes nunca se acostumou com aquela varanda enorme, aquela casa enorme e aqueles móveis que pareciam ser tão caros, a decoração tão delicada, tudo era tão pomposo que aparentava que só com um toque tudo iria quebrar.
— Tire os sapatos antes de entrar, por favor! — disse Eugênia praticamente barrando a entrada, então Emily tirou os calçados. — Francamente, seu povo faz isso! Por que você não pode fazer igual?
— Meu povo? — ela rapidamente entendeu o que Eugênia quis dizer. — Mas... eu nasci no Brasil...
— E esses olhos puxados aí? Com certeza foi criada por um japonês.
— Não senhora... toda minha família é brasileira.
— Seu pai? Sua mãe? Sei lá!
— Meu pai é brasileiro e minha mãe eu não conheço... eu nem tenho sotaque.
— Tsk, tanto faz! Entregue logo as roupas e vá embora!
— Calma, Eugênia! Está sendo muito grossa com ela. — Emily se vira e acaba vendo os donos da casa chegando.
A esposa era a senhora Célia Doss, ela é uma mulher deficiente, havia perdido uma das pernas por conta de um acidente de trabalho, acidente que ela não gostava de mencionar, e o seu marido é o senhor Alexandre Doss. Emily não sabia muito sobre esses dois, mas de uma coisa sabia, o senhor Doss amava muito a sua mulher, amava de uma forma que não via um futuro sem ela.
Célia tinha uma beleza que Emily chamava de beleza triste, porque Célia sempre aparentava estar triste mesmo que nunca estivesse triste, mas ela também tinha uma beleza jovial, se Emily não a conhecesse diria que ela tinha 20 anos, mas na verdade ela tinha 43 anos, seu cabelo era encaracolado, curto e castanho claro, seus olhos eram voltados para baixo, profundos e protuberantes, as vezes era por conta desses olhos que ela parecia estar triste, ela tinha lábios pequenos e em formato de coração, seu nariz era fino e arrebitado. Ela mede 1,74m e seu corpo não era muito curvilíneo, sua cintura era reta e seus seios eram pequenos, assim como os seios de Emily e sua pele era branca como chantilly.
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Louco Por Você [REMAKE]
رعبEssa é uma nova versão da minha antiga história que postei a tempos atrás, pois não havia ficado como queria por culpa minha. Emily, uma jovem adulta que mora de favor com sua melhor amiga Odete em uma comunidade tenta sobreviver com seu trabalho á...