Entre o Crachá e o Fuzil: O Romance Proibido

Laços Perigosos

O encontro com Jota havia deixado Gabriela com uma mistura de medo e fascinação. Ela sabia que estava brincando com fogo, mas algo naquele homem a atraía de maneira inexplicável. Ela se perguntava se ele também sentia a mesma conexão.

Nos dias que se seguiram, Gabriela continuou a investigação. Ela se infiltrava nas festas do morro, observando os movimentos da quadrilha e coletando informações. Jota parecia estar em toda parte, sempre um passo à frente. Ele a provocava, sussurrando ameaças veladas e insinuações perigosas.

Uma noite, quando a chuva caía forte sobre o morro, Gabriela estava escondida atrás de uma pilha de caixas de papelão. Ela observava Jota negociar com um traficante rival, Seu coração acelerou quando ele se virou na direção dela, como se soubesse que ela estava ali.

- Ana Silva... - Ele disse, se aproximando. - Você é uma policial muito curiosa.

Gabriela engoliu em seco. - Eu só estou fazendo o meu trabalho. - Respondeu, tentando manter a voz firme.

Ele sorriu, e seus olhos escuros pareciam penetrar sua alma. - Você não é como as outras. Não tem medo de mim.

- Deveria? - Gabriela perguntou, desafiadora.

Jota se aproximou ainda mais, até que seus lábios quase tocaram os dela. - Talvez o medo seja o que nos mantém vivos. - Murmurou. - Mas eu gosto de você, Ana. Gosto do jeito como você olha pra mim.

Gabriela não sabia o que dizer. Ela estava dividida entre o dever e o desejo. O fuzil em seu coldre parecia pesar toneladas, mas o calor do corpo de Jota atraía-a como um ímã.

- Você não deveria confiar em mim - Ela sussurrou.

Ele riu baixinho. - Confiança é para tolos. Mas talvez possamos encontrar um meio-termo. - Ele a beijou, e o mundo desapareceu ao redor deles.

Naquela noite, sob a chuva implacável, Gabriela e Jota selaram um pacto perigoso. Mas, eles sabem que terão que pagar por um preço altíssimo.