Uma história

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Helô não conseguia falar, apenas acenou que sim positivamente com a cabeça. Então eles foram pra casa deles. De fato, as  malas dele estavam prontas perto da porta, ela sentou no sofá e ele em outro, então ele começou a contar.

Flashback on

— Você deveria ter vergonha de fazer uma atrocidades dessas, o prédio estava vazio. — A mulher disse gritando na recepção do escritório.

— Quem deixou a senhora entrar??? — Stenio perguntou ao sair da sala dele e ver.

— Como você consegue dormir de noite sabendo que por sua culpa várias mulheres e crianças estarão dormindo na rua? — A mulher perguntou gritando.

— O prédio é do meu cliente e provamos isso na justiça. — Stenio disse. — Foi o juiz que determinou que vocês saíssem!

A mulher cuspiu nele. — Você é um nojento asqueroso, espero que você nunca passe pelo que estamos passando. — Ela disse e saiu de lá.

Stenio se sentiu mal com aquela cena, uma mulher desesperada, não que ele não estivesse acostumado com aquele tipo de cena, mas aquela mulher mexeu com. Pra piorar, ele não podia dividir isso com Helô pois sabia que ela julgaria ele, ela sempre deixava bem claro o quanto odiava a maioria dos clientes dele. Uma semana depois, Stenio foi no prédio em questão, ele sabia que o cliente dele não tinha pretensão nenhuma de utilizar o prédio para nada, só queria as pessoas fora.

— O que você veio fazer aqui? Rir das desgraça alheia? — A mim disse vindo na direção dele.

— Não, eu vim tentar ajudar. — Ele disse.

— Quem é ele vovó? — Uma menininha que parecia ter no máximo cinco anos perguntou.

— O moço mau que quer colocar a gente na rua, mas a vovó não vai deixar. — A mulher disse.

— Olha minha senhora,  a senhora está errada, se apropriou de algo que não era da senhora, esse prédio tem dono. — Stenio disse.

— Pra você é fácil falar, nesse terno caro, nesse carro importado, trabalhando naquele prédio espelhado... — A mulher disse. — Quero ver falar isso tendo a minha vida, você acha que eu gosto de morar aqui?  Você acha que se eu tivesse tido oportunidades e as mesmas chances que você eu estaria aqui?

— Mas o meu cliente não tem culpa, ele só quer de volta o que é dele por direito. — Stenio disse.

— O moço, não coloca a gente na rua não, por favor moço... — A menina começou a chorar abraçada a perna da vó.

—  Aqui, meu cliente resolveu dar uma ajuda pra senhora recomeçar em outro lugar..... — Stenio tentou, mas a mulher não deixou.

— Eu não quero esmola. O prédio estava vazio há anos, e eu outras famílias estamos morando aqui há anos também. — A mulher falou rasgando o cheque. — Por tanto, a partir disso, o prédio passou a ser nosso.

A mulher virou as costas e entrou junto com a menina. O prédio estava caindo aos pedaços, não parecia ter nenhum infraestrutura, não tinha portas nem janelas direito, as janelas era fechadas com tapumes ou madeiras. Fora que o ambiente era o pior possível, com certeza era uma área esquecida pelo poder público.

Flashback off

— Mesmo contra a minha orientação, meu cliente acionou a policia, a mulher não quis sair e levaram ela presa e a neta pra um abrigo. — Stenio disse.

— Meu Deus Stenio, mas por que você não me contou isso na época? — Helô perguntou.

— Vergonha, eu me sentia culpado. — Ele disse.

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