O adeus

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Helô passou os dias seguintes em um duelo interno de ir ou não atrás de Stenio. Cada hora que se aproximava mais de domingo, mais o coração dela se desesperava. De sábado pra domingo ela não conseguiu dormir, remexia e revirava na cama pensando nele. Mesmo magoada, ela conseguiu ver com mais clareza as coisas. Encontrar a irmã por si só  já deixaria ele abalado, ainda mais nas circunstâncias que foi. E ela também poderia ter dito que era disfarce desde o início também, mesmo não admitindo pra ninguém, ela sabia.

POV STENIO

— Está tudo pronto, tem certeza que você vai fazer mesmo isso? — André perguntou buscando Stenio no hotel.

— Vai ser melhor pra eles, talvez se eu tivesse feito isso com a nossa filha mais velha, muita coisa poderia ter sido evitada. — Ele disse com nó na garganta, estava sendo a morte pra ele ter que ficar sem os três filhos, o neto e principalmente, sem  Heloísa.

— Sinto muito mesmo, pensei que ela fosse reconsiderar. — André disse quando eles entraram no carro.

O caminho até o aeroporto na base foi silêncio, depois de se identificar eles foram direcionado pra onde tinham que esperar até o vôo deles.

— Da tempo de ir lá se despedir deles pessoalmente.... — André disse.

— Se eu for eu não vou conseguir ir, aqui, entrega pra eles pra mim por favor? — Stenio pediu e entregando três cartas pra André.

Stenio não conseguia definir o que estava doendo mais, o sentimento da perda ou a culpa de ter falhado mais uma vez com a família dele.

— Tá na hora, esse aqui é o Guilherme, ele vai ser seu novo guardas costas.... — André disse e eles acertaram a mão.

— Por favor, só proteja eles pra mim. — Stenio pediu com os olhos marejados.

— Eu vou dar a minha vida por eles se for preciso, não se preocupa! — André respondeu, nesses dias eles acabaram se tornando amigos.

Eles foram andando até o avião, mas viram um carro se aproximando em alta velocidade e buzinando, os agentes entraram na frente de Stenio e engatilharam as armas prontos pra atirar.

— Tá tudo bem, pode abaixar..... — André disse.

— Mas André??? — Guilherme não entendeu.

— Só confia. — André guardou a arma e esperou.

O carro parou de qualquer jeito perto deles, as portas traseiras abriram e as crianças desceram de pijamas, correndo na direção de Stenio.

— PAPAI, PAPAI, NÃO VAI!!! — Os dois gritavam juntos correndo pra Stenio. Helô veio logo atrás dos filhos, ela já estava vestida  com roupa comum.

— NÃO VAI. — Ela pediu sem fôlego quando se aproximou dele.

— Helô... — Ele ia falar mas ela não deixou.

— A gente fez tudo errado de novo e tá tudo uma bagunça, mas a gente prometeu que não ia deixar a mesma coisa acontecer da última vez... — Helô disse rápido, atropelando as palavras.

— Mas é por isso que eu tô indo embora. — Ele disse muito triste.

— Não Stenio, isso não resolve as coisas.... — Helô suspirou. — A gente não quer que você vá embora, por favor, não vai..... — Helô disse com voz de choro.

— É pai, não vai não...fica! — Heitor pediu.

— Por favor papai, fica. — Stella falou também.

— Tá bom... Desculpa.... — Stenio pediu  chorando e abraçando as crianças, depois ele levantou e olhou pra Helô. — Por favor me desculpa. — Helô puxou ele pra um beijo. — Isso é um sim?

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