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- THE FENIX AND THE ADEPTI -

LIYUE HARBOR - EARLY MORNING

O problema é que eu sofro de uma doce queda pela loucura.

Uma pequena quantidade de luz em cima de mim.

No meio de Liyue, ninguém à vista na rua.

Dançando...

E dançando...

Nada poderia me impedir.

A dança era flúida, se espalhava por todos os lugares.

Os passos eram deprimidos, sozinhos, tristes, mas...

Principalmente, obcecados.

E a obsessão era fixa, não mudaria.

Fennit...

Outros passos foram ouvidos.

Não eram passos da dança, mas se misturaram.

Ambos eram tristes.

Um, escondia isso.

O outro, não precisava esconder para que soubessem disso.

Livres...

Ou pelo menos desejavam ser.

Desejavam ser mortais.

Não precisar ter que ver tudo ao seu redor se destruir aos poucos.

- ...Você tá dançando sozinha? - Pergunta.

- Não, estou dançando com a lua.

Era mentira. Mesmo a lua não a fazia companhia mais.

Todos a quem ela confiava estavam longe, ou até mesmo em outro plano de vida.

Mortos.

E mesmo com milhares de pessoas, ela se sentiria sozinha.

Sozinha e desamparada.

Porque ela não estava em casa.

Estava fora de seu lar.

Fora de sua cidade, fora de seu país...

Fora de seu mundo.

Mas talvez ela morra um dia.

Indo pegar flores no jardim.

Talvez algum dia ela seja livre.

Talvez, algum dia eu serei livre.

- Você não precisa ficar sozinho, Xiao.

Olhe só você, confortando outros com as palavras que desejava ouvir.

- ...Por que está me falando isso?

- Porque é a verdade. - E a dança não parou por aí.

- Aurora.

Dançava...

- Aurora.

Dançava..

- Aurora!

E parou.

Chegou perto, deu um sorriso e olhou fundo nos olhos.

Eram iguais.

Os dois sentiam falta daquilo que não existe mais.

Mas não era hora de pensar em coisas ruins.

Porque uma dança não deveria ter esse efeito.

Mas nela, sempre teve.

- Por que você finge tanto? - Ele pergunta.

- Fingir?

- Você sabe do que estou falando. Essa felicidade, não é real. - Ele cruza os braços.

Encaro...

Encaro...

E sorrio, de verdade.

Porque ele se importou de perceber.

- Você pensa demais. - Dou de ombros. - Mas... Tem razão.

Viro as costas para ele e faíscas de fogo saltam de meus cabelos.

- Liyue não é linda?

- Não mude de assunto. - Ele parece irritado, talvez.

- Você não precisa se preocupar.

- Me conte. Me conte o que você está tramando. - Ele parece ler minha mente, esse garoto.

Por isso ele me intriga tanto.

- Quero reconstruir Fennit. Reencontrar as Phoenix e ficar mais forte. - Jogo tudo de uma vez.

Ele parece em choque por alguns momentos.

- Você não pode. Fennit está selada, você teria que praticamente se matar para fazer isso!

- Eu ressurgirei das cinzas. - Isso não pareceu suficiente.

- Ainda por cima, lá dentro provavelmente está muito perigoso, e o que te confirma que eles estão ali ainda? Também tem o fato de que quando você entrar, não sai mais.

- Ah, não se preocupe. Eu vou retirar aquele selo para sempre. Se ninguém estiver lá, então precisarei reconstruir Fennit e a família das Phoenix também.

- Você fala como se fosse uma tarefa fácil para você fazer sozinha.

- Você não sabe.

- E nem você.

- Alatus, não me impeça de fazer isso. - Virei para ele, finalmente. - Não viverei para sempre apenas observando Fennit morrer aos poucos. Não, não estou aqui para isso.

Xiao parecia não saber o que dizer.

- ...Não... - Ele quase implora, se aproximando. - Não, eu posso perder tudo... Mas... Não, não você... - Ele fala baixinho, como se fosse um segredo de grande importância.

Olho para ele, me sentindo culpada.

Mordo o lábio inferior e assim o abraço com carinho.

O solto depois de um tempo.

- Eu quero que você fique com isso. - Pego uma pena de fênix do meu cabelo. - É uma pena minha. Vê que ela está brilhando, não é?

Ele faz que sim, pegando a pena com cuidado.

- Caso o brilho começar a piscar, estou em perigo. Se a chama começar a se apagar, estou gravemente machucada. Caso apague, então... Então, bom, eu morri. - Suspiro. -  Se virar cinzas após apagar, não se preocupe, eu ressuscitei normalmente.

- O... O que eu faço se não virar cinzas? - Ele pergunta e eu fico séria.

- ...

- Phomine.

- Se a pena não virar cinzas, eu morri... Para sempre. - Dou de ombros. - Mas isso é impossível, a menos que um mago extremamente talentoso com a magia negra que pode matar fênix esteja lá. Mas não vai, pois um mestre de magia negra não existe a muito tempo.

Xiao parece relutante.

- Eu ainda não quero que vá. - Ele aperta os punhos.

- Eu vou. E nada vai me impedir. - Sorrio. - Por favor, Xiao. Não venham até Fennit, não quero que algo ruim aconteça a vocês.

- ...Certo.

. . .

E não é que ela foi?

Antes de ir, passou por todas as nações para se despedir de seus amigos.

E não eram poucos, os amigos.

Violet tentou impedí-la e quase arrancou o cabelo da fênix.

Mas, não conseguiu.

Ninguém que tentou conseguiu.

Ela não mudaria de ideia tão cedo.

- THE FENIX AND THE ADEPTI -

• [A Fênix e o Adepti.] ~ XiaoOnde histórias criam vida. Descubra agora