Capítulo II

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A conversa com Senhora Margot seguiu-se naturalmente enquanto andávamos por entre as árvores e canteiros de flores de variadas espécies

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A conversa com Senhora Margot seguiu-se naturalmente enquanto andávamos por entre as árvores e canteiros de flores de variadas espécies. O cheiro das rosas, margaridas e orquídeas exalava e um céu pintado de amarelo, laranja e azul mantia-se sobre nossas cabeças, anunciando o fim de uma tarde e o início de mais uma noite.

Depois de alguns segundos de silêncio, Margot suspirou, como se buscasse uma coragem interna para se pronuciar.

ㅡ Benjamin precisa ir embora comigo amanhã. - falou por fim.

Também suspirei.

ㅡ Eu acho que o faria muito bem. Estar aqui talvez deprima-o. O Senhor Benjamin é jovem e não pode abster-se das dádivas juvenis que o aguardam lá fora.

ㅡ Diz isso como se fosse a mulher mais velha do mundo. - ela riu, mas logo encarou-me com ternura. ㅡ Você também é jovem e ainda têm muitas chances de encontrar o amor.

Um riso sem humor escapou dos meus lábios e os meus olhos prenderam-se no horizonte, onde o sol se despedia depois de ter cumprido sua missão diária. Imaginei o quão seria surreal se a morte passasse a ser como o sol; levando os entes queridos por um tempo, mas trazendo-os de volta ao amanhecer, devolvendo assim, a felicidade daqueles que choraram na despedida e que contaram os minutos para poder matar as saudades.

Infelizmente a morte é irremediável e ela trás a responsabilidade de nos conformarmos com a partida irrecuperável daqueles que amamos.

ㅡ Eu não me importo se não encontrar um amor. - murmurei, certa de minhas próprias palavras. ㅡ Viverei o luto. O luto de uma esposa que perdera não apenas o marido, mas também um amigo, um conselheiro, um homem adorável que sabia ser justo e verdadeiro.

ㅡ Sei que o luto é necessário, mas não tarde a retomar sua vida social, Katerine. Você não deve morrer junto com Bruce, deve viver e seguir firme.

Abaixei o olhar, pouco interessada nos incentivos que me eram ditos. Eu realmente não tinha planos de procurar o amor, simplesmente porque eu não me via na desesperada necessidade de viver um romance. Meu coração jamais pertencera inteiramente à Bruce, no entanto, meu corpo, sorrisos e beijos sempre pertenceram ao meu marido.

Sim, eu nunca havia experimentado o fruto de sabores inimagináveis chamado amor, mas o homem que ficara ao meu lado durante cinco anos, mostrou-me a parte mais doce e memorável que alguém poderia ver e sentir. Pelo menos eu imaginava que fossem.

ㅡ Espero que Benjamin seja feliz e que o tempo cure todas as angústias de seu coração. - trouxe à tona o assunto anterior, tentando talvez fugir do rumo que aquela conversa tomava.

ㅡ Sei que o rapaz têm sido um apoio para você e que Bruce fez um pedido para Benjamin, antes de partir. Fico feliz em saber que meu filho está cumprindo a promessa que fizera ao irmão, mas temo o mesmo esquecer-se de que deve prosseguir e dedicar-se à própria vida.

CLOSER - Versão original [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora