Capítulo III

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Um ano havia se passado, desde a morte do meu querido Bruce

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Um ano havia se passado, desde a morte do meu querido Bruce.

O meu luto havia chegado ao fim, mas nenhuma de suas lembranças seria apagada.

Da janela do meu quarto, avistei Benjamin no jardim, conversando com uma moça de aparência adorável. Um longo suspirar sucumbiu-me, pois a cena ousou me causar uma estranha sensação no estômago.

Apesar das minhas palavras de desprezo naquela noite chuvosa, há um ano atrás, ele não havia sido capaz de voltar para a Itália. Prometeu que nunca mais comentaria sobre o amor que sentia por mim, mas que não descumpriria a promessa que fizera ao irmão em seu leito de morte.

ㅡ Eles formam um lindo casal, não é mesmo? - uma voz surgiu ao meu lado, era minha dama de companhia, Charlotte.

Um sorriso fraco serpenteou meus lábios e bebi um gole generoso do meu chá. Observei o céu por breves segundos, notando as nuvens acinzentadas tomá-lo demasiadamente.

ㅡ Sim, eles formam um lindo casal...

ㅡ É uma pena o senhor Benjamin não estar apaixonado pela senhorita Emma. - Charlotte suspirou e a encarei, tomada pela curiosidade.

ㅡ Ele disse que não gosta da moça?

ㅡ Certa vez, sem querer, ouvi brevemente uma conversa dos dois. - sussurrou. ㅡ O senhor Benjamin disse à ela que nunca seria capaz de amá-la, pois seu coração pertencia à outra mulher e que esse sentimento de amor verdadeiro era tão forte, que nem a própria morte seria capaz de destruir.

O ar prendeu-se em meus pulmões e, por milésimos de segundos, senti dificuldades para respirar. Aquela estranha inquietação surgiu em meu interior, era como se eu estivesse me afogando em um lago gélido e profundo.

ㅡ Se ele já disse que não será capaz de amá-la, por que ela ainda insiste em vir até aqui procurá-lo? Passam tardes inteiras juntos, vez ou outra, sorriem um para o outro, como se um grandioso sentimento existisse em seus corações...

Sequer notei naquele momento, mas meu timbre soara tão repleto de angústia, que Charlotte encarou-me por longos segundos, antes de suspirar e dizer de modo calmo:

ㅡ Vejo que estás pálida, minha senhora. O inverno está próximo e parece que será muito rigoroso. Devo preparar os braseiros nos quartos e a lareira do salão principal?

ㅡ Faça isso, por favor! - pedi docemente, aliviada por Charlotte não ter percebido que o verdadeiro motivo por eu estar tão incomodada, era a cena do jardim.

A noite chegara e Emma não pôde voltar para sua casa, pois uma impiedosa chuva tomara a vila. Os relâmpagos iluminavam o casarão por breves segundos, atravessando as janelas de vidro de modo assustador.

ㅡ Sinto muito por incomodá-los. - a moça disse enquanto jantávamos. Benjamin estava ao seu lado, com uma feição séria e olhar perdido. ㅡ Infelizmente, pouco antes que eu pudesse adentrar minha carruagem, a chuva iniciou-se e temi por minha segurança, já que as estradas haverão de se tornar lamaçal.

CLOSER - Versão original [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora