Capitulo 3: Floresta Profunda

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A Floresta dos Espíritos estendia-se diante de Eron como um véu de mistério e perigo. Cada passo que ele dava parecia afundá-lo ainda mais nas sombras densas e nos segredos antigos que permeavam o lugar. O ar estava impregnado com uma sensação de expectativa, como se as árvores sussurrassem entre si em uma língua esquecida pelo tempo. Ele podia sentir o peso da história presente em cada raio de sol filtrado pelas copas das árvores e o murmúrio dos espíritos antigos que ecoavam através das folhas.

Eron avançava com cautela, seus sentidos aguçados para qualquer sinal de perigo iminente. As árvores pareciam inclinar-se sobre ele, suas folhas sussurrando segredos ancestrais enquanto ele seguia em frente. Ele sabia que não estava sozinho na floresta; criaturas escondidas observavam seus movimentos com olhos famintos e curiosos, e o silêncio ao seu redor parecia estar carregado com uma energia misteriosa, como se a própria floresta estivesse esperando para revelar seus segredos mais profundos.

O sol estava se pondo lentamente no horizonte, lançando longas sombras sobre o chão coberto de folhas. Eron sabia que precisava encontrar abrigo antes que a escuridão da noite o envolvesse completamente. Com passos apressados, ele procurou por um lugar seguro para passar a noite, seus olhos vasculhando o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo. O ar estava carregado com o cheiro da terra úmida e da vegetação densa, e o som das folhas farfalhando ao vento era como uma sinfonia suave que ecoava através da floresta.

Finalmente, ele avistou uma clareira escondida entre as árvores, um pequeno refúgio no coração da floresta. Com um suspiro de alívio, ele se dirigiu para lá, sua mochila pesada com suprimentos alquímicos balançando em seus ombros. À medida que ele se aproximava, ele notou uma luz fraca brilhando entre as árvores, uma luz que parecia convidá-lo para mais perto, como se a própria floresta estivesse guiando-o para o seu santuário escondido.

Curioso, Eron seguiu a luz até chegar a uma clareira iluminada por tochas antigas e místicas. No centro da clareira, havia uma figura solitária sentada em meditação, cercada por símbolos mágicos esculpidos na terra. Era uma cena que parecia tirada de um conto de fadas antigo, e Eron se viu cativado pela aura de mistério que envolvia o lugar. O calor das tochas era reconfortante contra o frio da noite que começava a se estabelecer sobre a floresta, e a luz dourada dançava nas folhas das árvores ao redor, criando padrões hipnotizantes no chão de terra batida.

Com passos cuidadosos, ele se aproximou da figura, seus olhos curiosos observando cada detalhe. A figura parecia imersa em profundos pensamentos, seus traços serenos e calmantes contrastando com o cenário selvagem ao seu redor. Eron sentiu uma sensação estranha de familiaridade com a pessoa diante dele, como se já a tivesse encontrado em algum lugar de seus sonhos mais profundos, e uma sensação de paz e serenidade envolveu-o quando ele se aproximou dela, como se estivesse entrando em um santuário sagrado.

- Quem é você? perguntou Eron, sua voz ecoando na quietude da clareira, interrompendo a tranquilidade do momento.

A figura abriu os olhos lentamente, revelando olhos profundos e penetrantes que pareciam enxergar além das camadas da realidade. O brilho suave das tochas refletia-se neles, criando um efeito mágico e hipnotizante que prendeu a atenção de Eron.

- Eu sou Aria, respondeu a figura, sua voz suave como o sussurro do vento entre as árvores.

- Guardiã da Floresta dos Espíritos.

Eron sentiu um calafrio percorrer sua espinha enquanto olhava para a Guardiã. Havia algo na maneira como ela o olhava, como se pudesse ler sua alma como um livro aberto, como se ela soubesse mais sobre ele do que ele mesmo.

- O que você está fazendo aqui? perguntou ele, sua curiosidade despertada pela presença da Guardiã.

Aria sorriu levemente, uma expressão de sabedoria antiga em seu rosto sereno.

Alquimia das Névoas: O Conto de EronOnde histórias criam vida. Descubra agora