1. Forks.

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"Há quem diga que ainda terei muito tempo para dormir depois da morte, mas quem disse que não estou vivendo enquanto sonho?"
— Fiódor Dostoiévski

"Há quem diga que ainda terei muito tempo para dormir depois da morte, mas quem disse que não estou vivendo enquanto sonho?"— Fiódor Dostoiévski

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17 de Janeiro de 2005.

Blair acordou sobressaltada ao ouvir o relógio soando e percebeu que estava suando, apesar do frio violento no quarto.

Sonhara com o acidente de novo. O último pesadelo fora algumas semanas atrás. Ela achou que com o passar do tempo melhoraria, mas o ocorrido sempre a persegue.

Olhando para a janela, ela a viu entreaberta. Tinha acabado de adormecer enquanto lia, e por consequência a luminária ainda estava acesa e o vento lá de fora entrava e se espalhava pelo quarto.

Blair se levantou preguiçosamente e caminhou até a janela. Sentiu o frescor beijar sua pele, fazendo-a estremecer. Deveria ter vestido outro pijama no lugar da delicada camisola, que não a protegia das noites frias de Forks.

Fecho a janela e encaro o relógio que ainda ressoa o barulho. Agora era 6h32, e em breve estaria na Forks High School. Entrar no meio do semestre não era uma ideia tão convidativa, mas se não fosse agora, temia que não fosse nunca.

O terrível acidente que ocorreu a três meses atrás tirou a vida de Daniel e Eloise Grayson. Ela se lembra como se fosse hoje, quando acordou na cama do hospital confusa e assustada.

Além de ser a única que sobreviveu, foi a que menos se machucou. Enquanto o carro descia trilha abaixo, um pedaço de tronco rompeu o parabrisa acertando Eloise em cheio, que morreu imediatamente. Daniel quebrou o braço, teve as costelas fraturadas e dois dias após o acidente morreu de insuficiência pulmonar.

Blair quebrou o pulso, teve concussões na cabeça e uma pequena hemorragia interna, que foi contida facilmente com uma cirurgia.

Os dias que se seguiram após o acidente foram os piores. Além de se recuperar fisicamente dos ferimentos, ela teve que lidar com a parte emocional.

Perder uma pessoa importante dói. Perder duas ao mesmo tempo dói mais ainda. E a mágoa era a pior parte. Quando eles morreram, Blair estava sendo infantil e não queria se mudar. Então, achou que a melhor maneira de agir era sendo desprezível.

Se ela pudesse voltar no tempo, se pudesse alterar todos aqueles momentos de birra, com certeza o faria, e talvez o tormento dentro de si e o amargo aperto de seu coração se afrouxassem.

Mas agora não adiantava, só restava viver com o ressentimento e a dor.

Blair se lembra do enterro, estava debilitada, mas ainda assim compareceu para dar o último adeus.

O pequeno cemitério de Forks estava cheio naquele dia, com colegas de profissão dos meus pais e amigos próximos.

Uma coisa que surpreendeu Blair foi os habitantes de Forks presentes; toda a cidade soube do acidente de seus futuros vizinhos e compareceu durante a cerimônia. Aquele ato de gentileza a golpeou ainda mais.

OBSESSION, Jasper Hale | REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora