Capítulo.2

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Capítulo.2.

Aeroporto...

Esse sempre será um local carregado em energias de emoções e expectativas. É um local marcado por reencontros e por despedidas. Pelo final de um ciclo e o início de outro. Um local onde você encontrará pessoas sorrindo ao rever seus entes queridos, ou admirados com o início de uma nova fase de sua vida. Também encontrará choros de despedidas, de partidas, choros de saudades. O local responsável por levar para longe quem você ama, e o local onde, talvez, um dia irá reencontrá-la. Sempre será como se aquele lugar fosse o responsável pelo portal de mudanças e reinícios.

Naquela manhã, o aeroporto era o local de esperança para Juliette, o local que a levaria para a oportunidade de resolver o problema que mais afligia seu coração. Quando o boeing 324 pousou, trouxe pessoas esperançosas e outras carregadas em saudade, todas vindas diretamente de São Paulo. Entre elas, Juliette caminhava por aquele extenso corredor enquanto empurrava o carrinho contendo suas malas. Seu olhar era atento e curioso a tudo que via, nunca tinha estado em um aeroporto antes, ou em um avião. Era tudo tão grande, tão moderno, tão... tão... tão fora da sua realidade.

Seguia aquele amontoado de pessoas que caminhavam pelo corredor, não sabia exatamente para onde ir, mas julgava que aquelas pessoas que estavam em seu voo, deveriam saber. Chegou a um grande salão onde diferentes pessoas aguardavam ao lado de fora da linha de contenção. Os olhares daquelas pessoas carregavam expectativa, provavelmente ansiosas para rever alguém.

Naquele saguão, cada pessoa foi para um lado, algumas para a porta de saída, outras correram de encontro a alguém, e algumas foram até a praça de alimentação, e assim Juliette se viu perdida. Observou ao redor vendo as grandes paredes de vidro que mostravam o dia claro e limpo ao lado de fora, muito diferente de quando saiu de São Paulo naquela manhã. Encarou as várias placas expostas nas paredes e pelo teto do aeroporto. Se perguntava como poderiam as pessoas não se perderem por ali. Sentiu esbarrarem em suas costas e isso a fez se afastar alguns passos ao escutar as reclamações por estar no meio do caminho.

Seu olhar vagou até encontrar um homem, moreno e de porte másculo que estava parado segurando em suas mãos uma placa que carregava seu nome.

"Juliette Freire"

O homem tinha um olhar atento entre as pessoas que vinham pelo corredor que Juliette tinha saído, os olhos castanhos buscavam por entre as pessoas apressadas. Pelas roupas que trajava, poderia facilmente identificar que era um dos trabalhadores da fazenda, a camisa xadrez azul era de mangas curtas, a calça jeans era justa, mas pareciam confortáveis. O cinto de couro carregava o Brasão da família Andrade, em seus pés, as botas de couro marrom combinavam perfeitamente com o chapéu, de mesma cor, em sua cabeça.

:- Oi. – A voz tímida saiu em um tom baixo, mas foi o suficiente para atrair a atenção daquele homem.

O olhar desconfiado encarou a mulher de cima. Juliette apontou para a placa que ele segurava.

:- Está esperando por Juliette? – a pergunta ainda era em um tom baixo. O homem encarou a placa em sua mão e encarou a mulher.

:- Você é a Juliette freira? – ele pergunta e ao receber um assentir positivo da morena, o semblante sério logo se abriu em um sorriso. A morena apenas decidiu ignorar totalmente o fato de ele ter pronunciado seu nome errado. – Eu já não aguentava mais esperar pela senhorita. – Ele confessa de forma animada fazendo Juliette rir. – Eu sou Arcrebiano. – Estende a mão para Juliette que logo a aperta enquanto encara o homem com o cenho franzido. – É um nome estranho, eu sei. – Ele ri e Juliette ri junto.

:- Me desculpe. – A morena sorri. – Apenas achei um nome um pouco... – pensa um pouco. – Peculiar.

:- Legal. – Ele diz animado assentindo e Juliette o encara com estranhamento. – Mas não sei o que essa palavra significa. – Confessa fazendo Juliette rir novamente. – Para facilitar, pode me chamar de Bil, é assim que todos me chamam.

Coração Indomável - SARIETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora