#03 Grávidez na adolescência

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Meus pequenos leitores,tive uma pequena parte da aula de sociologia que comentamos desse tema,e com isso me peguei pensando: por que não?
Não estou romantizando a gravidez na adolescência,de forma alguma,mas sim quero conscientizar as dificuldades de uma adolescente grávida!
"Não romantize a gravidez na adolescência, mas apoie uma adolescente grávida!!!"
Vi esse comentário no TikTok e resolvi citá- lo achei muito interessante a fala e o posicionamento
Meus pequenos leitores, se não gostarem de temas sensíveis não aconselho que lêem, espero que não se identifiquem mas se identificarem saibam que não estão sozinhas!
Continuação....
Boa leitura

Por via das dúvidas, faço o teste, minhas mãos não param de tremer, eu não poderia estar grávida,eu tinha apenas 16 anos,eu ainda estava na escola,não poderia ser verdade, meu ventre realmente estava gerando uma criança.
Minha única reação e chorar, as dores, os enjoos,tudo agora explicado.
Minhas lágrimas lavam minha alma choro como nunca chorei, me encosto na parede fria do banheiro gelando as minhas costas.
Permaneço ali por um bom tempo em choque sem ter a mínima ideia do que fazer.
Desperada eu estava,então recorro a quem sempre me ajuda nesse momentos, abro aquela porta do banheiro e saio correndo desesperada ainda chorando com as lágrimas secando com o vento,bato na porta da casa dele.
Com sorte e o próprio que me atende,olhando para o meu estado desesperado,tudo o que consegue fazer me abraçar,me reconfortando,me dizendo que não estou sozinha mesmo sem dizer isso.
Me leva pra dentro da casa dele dispistando para nenhum de seus parentes me perguntar o que havia acontecido.
Chegamos finalmente a área segura,seu quarto.
Sentamos no tapete do quarto ele me abraça e me puxa para o seu colo susurando para mim:
" Tá tudo bem... Tá tudo bem"
- Antes tivesse!
Ele me dá um sorriso triste aqueles aonde não sabendo o que dizer então apenas sorrimos tentando melhorar a situação.
- Vai passar!
- Nunca! Porque quanto mais tempo passa mais vai piorar
- Você tá pensando assim agora!

- Como eu vou esconder? O que eu vou fazer?
- Tá... Me diz o que foi e eu tento te ajudar- ele diz suspirando pesadamente
- Eu tô grávida!- falo de uma vez por todas com muita culpa na voz

Ele fica em choque, sua boca abre e fecha sem sair som algum ele olha para mim esperando que eu negue, mas como eu poderia?
Suspirando segurando suas lágrimas ele diz:
- Não pode ser! Do Kai? V...Você tá grávida?- ele gagueja
- Sim... Sim de quem mais poderia ser,ele não vai assumir esse filho,eu sei disso,eu me deixe levar... A culpa é minha e além do mais eu dei por que eu quis- antes que pudesse falar mais ele me corta
- A culpa não é sua,e aliás nem há culpa,há uma vida aí dentro que vou assumir - ele diz sério,decidido
- É muita responsabilidade Gui!
- Eu sei o que tô fazendo, diferente dele!- ele diz me puxando para um beijo
Respondo o seu beijo, quando nos afastamos ele segura meu rosto com as mãos em torno dele em formato de concha,nego com a cabeça ainda chorando e ele me dá um selinho.
Ficamos assim um tempo discutindo tudo,falando o que devíamos ou não,carícias no meio tentando em vão me acalmar.
Desço as escadas mais triste do que antes mas dou um sorriso para ele como se tudo estivesse resolvido,o que estava muito está longe de estar.
Volto pra minha casa e janto com os meus pais,algo que implorava para ter, e agora que tinha queria ficar sozinha pra chorar sem preocupar eles já havia tanta coisas em suas cabeças,estavam tão cansados longe de estar bem,diferente do que me diziam.
Todos naquela mesa mentiam fingir estar bem mas estava cada pior que o outro,não poderia deixar que soubesse o qual mal estava e eles o mesmo pensavam.
A cada colherada estava mais perto de desabar,chorar como um bebê,não podia mais colocar pessoas nessa situação eu tinha que enfrentar isso sozinha,apenas eu.
O jantar acaba com sorrisos fajutos e cada um indo pra o seu quarto,o choro toma conta o ódio e a raiva o acompanham,mais que bela sobremesa!
Nunca me senti amada e agora que estava sendo eu estragava tudo,realmente eu nunca mereço ser amada,eu era miserável a culpa de meus pais não serem felizes e trabalharem tanto,era eu!
Na hora me lembro como um dia um professor me disse a matemática tem o poder de decrescer,de recomeçar,nos seres humanos não temos isso.
Mas quero ser como na matemática quero decrescer,quero recomeçar,quero com isso não ter que lidar
Quero voltar a me sentir amada
Quero a minha ingenuidade de volta
Não quero me preocupar se estou dando orgulho
Me preocupar se estou ferindo
Crianças não ferem
Não como um adulto

O dia nasce mais rápido me levanto lavo meu rosto,meus olhos estavam inchados de tanto chorar,como poderia desfarsar?
Era tudo o que me questionava
Saio daquele banheiro com a cara lavada e a coragem de uma leoa,eu contaria agora,apenas nesse momento,me dirijo até a cozinha e meus pais me perguntam:
- Oh minha filha, o que aconteceu? Seus olhos estão inchados - minha mãe me pergunta com a sua voz amorosa
Meu pai levanta os olhos do prato ainda com o sanduíche na boca o impedido de falar
- Eu tô escondendo algo de vocês!- digo com as lágrimas já escorrendo
Meu pai se levanta e me abraça fortemente acenando com a cabeça para que eu prossiga,enquanto minha mãe nos observava de longe sem saber o que dizer,se já estava em choque imagina como ficará quando souber da notícia

- Eu... Eu... Cometi um grande erro,eu queria ser a garotinha de vocês mas acho que nunca vou ser!- eles me olham sem entender,meu pai se afastando um pouco para poder olhar nos meus olhos

- Eu queria ter aproveitado esse momento tão curto de me sentir inocente novamente; amada como nunca mas eu sempre estrago tudo e dessa vez não foi diferente... Eu... Eu não consigo dizer, eu tento falar mas as palavras não saem- digo já chorando
Minha mãe acena com a cabeça como se já soubesse e vem de encontro ao meu pai e a mim e diz :
- Tá tudo bem,eu sei... Eu passei por isso também! Eu...eu só queria ter sido uma mãe melhor,não sabia que se sentia assim
Meu pai acena com a cabeça concordando e diz:
- Minha filha eu sempre quis te dar o melhor e esqueci que o melhor que poderia ter dado era o tempo, a presença e o carinho,me desculpa- ele diz alisando o meu cabelo com as mãos
- Obrigada! - e tudo o que consigo dizer,não seguro mais as lágrimas,deixo elas virem,agora já era um alívio,um remédio e meus pais o mesmo fazem, ficamos um longo tempo assim,abraçados
- Vocês tem quer ir trabalhar!- digo secando as lágrimas e dando um sorriso
- Hoje não! Que tal ir no cinema?- minha mãe diz sorrindo

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Desculpem qualquer erro ortográfico. Até o próximo capítulo ❤






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